EUA culpam China de tentar 'manipular' visita de alta comissária da ONU ao país asiático
10:04 29.05.2022 (atualizado: 07:11 30.05.2022)
© AFP 2023 / FABRICE COFFRINIA alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, discursa na abertura de uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em Genebra, 28 de fevereiro de 2022
© AFP 2023 / FABRICE COFFRINI
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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, culpou a China de tentar "restringir e manipular" a recente visita da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Michelle Bachelet.
"Os Estados Unidos continuam preocupados com a visita da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, e sua equipe à República Popular da China [RPC] e os esforços da RPC para restringir e manipular sua visita [...] preocupado que as condições impostas pelas autoridades de Pequim na visita não tenham permitido uma avaliação completa e independente da situação dos direitos humanos na República Popular da China, particularmente em Xinjiang, onde o genocídio e os crimes contra a humanidade continuam", afirmou Blinken.
O secretário de Estado afirmou que, segundo alguns relatos, "os moradores de Xinjiang foram avisados para não reclamar ou falar abertamente sobre as condições da região", o que teria impedido Bachelet de coletar "informações sobre o paradeiro de centenas de uigures desaparecidos e as condições de mais de um milhão de detidos".
A alta comissária, segundo ele, não pôde manter reuniões confidenciais com parentes de uigures e outras minorias étnicas em Xinjiang, nem teve acesso a pessoas enviadas para outras províncias da China sob um programa de transferência de mão de obra.
Michelle Bachelet esteve na China de 23 a 28 de maio, naquela que foi a primeira visita de um chefe do ACNUDH ao país asiático, em 17 anos. Ela se reuniu com altos funcionários, representantes da sociedade civil, empresários e acadêmicos e viajou para as cidades de Kasgar e Urumqi, na Região Autônoma Uigur de Xinjiang.