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Índia seria 'porta traseira' para compra de petróleo russo pela Europa

© AFP 2023 / Sam PanthakyRefinaria da Essar Oil em Vadinar, perto de Jamnagar, Índia, 4 de outubro de 2016
Refinaria da Essar Oil em Vadinar, perto de Jamnagar, Índia, 4 de outubro de 2016 - Sputnik Brasil, 1920, 27.06.2022
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A mídia relatou que uma refinaria indiana que aumentou fortemente suas importações petrolíferas da Rússia exportou combustível para a Europa, sugerindo que há petróleo russo sendo vendido ao continente.
As refinarias da Índia estão possivelmente "reexportando" o petróleo bruto russo para outros mercados, criando especulações de que o país estaria sendo usado como "porta traseira" do petróleo russo para a Europa, escreveu no domingo (26) o jornal The Guardian.
De acordo com especialistas ocidentais citados pelo jornal, a revenda de petróleo bruto russo processado, que as empresas indianas estão adquirindo com descontos de 30%, tem uma lógica "compreensível".
"As refinarias indianas estão claramente recebendo volumes significativos de [petróleo] cru russo com desconto e depois reexportando uma parte do produto refinado", contou Craig Howie, um analista da empresa Shore Capital, ao The Guardian.
O Centro de Pesquisa em Energia e Ar Limpo, sediado em Helsinque, Finlândia, sublinhou que cerca de 20% da carga exportada da maior refinaria indiana em Jamnagar, uma cidade no estado de Gujarat, foi direcionada para o canal de Suez no mês passado, com destino à França, Itália e Reino Unido, apesar de negar haver "evidência de que estes embarques incluíssem petróleo russo".
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No entanto, o think tank notou que a refinaria Jamnagar recebeu cerca de 27% de seu petróleo da Rússia em maio, enquanto em abril a refinaria comprou apenas 5% de seu petróleo bruto de empresas russas. O centro citou várias fontes do setor como dizendo que "rastrear hidrocarbonetos" é quase impossível.
Os métodos usados para "ocultar a origem" do petróleo russo incluiriam o pagamento em yuans em vez de dólares, a transferência da carga para outro navio e a ocultação total das transações russas através da troca do petróleo por mercadorias como ouro, alimentos ou armas. Muitos navios também estariam desligando seus sistemas de identificação automática enquanto estão no mar.
Os rendimentos petrolíferos da Rússia subiram apesar da redução da exploração e exportação do hidrocarboneto em meio às sanções ocidentais, devido a um maior aumento no preço do petróleo e por causa de a Rússia redirecionar grande parte do volume exportado para a China e a Índia.
O Ocidente, por sua vez, criticou a posição de Nova Deli, que referiu que a Índia está sofrendo com a maior alta da inflação em oito anos devido à escalada dos preços do petróleo e rupturas nas cadeias de abastecimento.
"A Europa tem de abandonar a mentalidade de que os problemas da Europa são problemas do mundo, mas os problemas do mundo não são problemas da Europa", respondeu em 3 de maio Subramaniam Jaishankar, ministro das Relações Exteriores da Índia, e referiu a continuação da compra do gás russo como hipocrisia por parte do continente europeu.
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