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Papa diz que ONU 'não tem poder' para resolver conflitos no mundo

© AP Photo / Cliff OwenPapa Francisco sai da Nunciatura Apostólica nos EUA rumo ao Congresso, em Washington (foto de arquivo)
Papa Francisco sai da Nunciatura Apostólica nos EUA rumo ao Congresso, em Washington (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 01.07.2022
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O Papa Francisco disse nesta sexta-feira (1º) que a América Latina "sempre foi vítima" do imperialismo e que não era preciso mencionar quais eram esses países "exploradores", porque "são tão óbvios que todos os veem".
Em uma longa entrevista para a agência Télam, da Argentina, o Papa Francisco falou abertamente sobre diversos temas, incluindo as dificuldades dos povos latinos, a pandemia e os conflitos em andamento no mundo.
Ao comentar os impactos sociais e econômicos da COVID-19, ele disse que o mundo enfrenta uma "crise de civilização", com reflexos sobre o nosso entendimento acerca das mudanças climáticas e a ausência de compromissos para o clima.

Segundo ele, "tem gente que não consegue imaginar o perigo que a humanidade vive hoje com esse superaquecimento e o manuseio da natureza".

O Papa Francisco também fez uma firme defesa do perfil "popular" da Igreja latino-americana e seu papel emancipador.
Ele explicou que no caso da América Latina, a região "continua neste caminho lento, de luta, do sonho de [José de] San Martín e [Simón] Bolívar pela unidade da região". Em seguida, ele explicou que os países latinos "sempre foram vítimas do imperialismo explorador, mas é possível manter o ideal de uma região unida".
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"O sonho de San Martín e Bolívar é uma profecia, esse encontro de todo o povo latino-americano, além da ideologia, com a soberania. É isso que deve ser trabalhado para alcançar a unidade latino-americana. Onde cada povo se sente com sua identidade e, ao mesmo tempo, necessitado da identidade do outro. Não é fácil", comentou.
Questionado sobre os conflitos no mundo e a falta de diálogo entre os países, ele citou diversos outros confrontos além da Ucrânia, como os de Ruanda, Síria, Líbano e Mianmar. Segundo ele, "há toda uma estrutura de venda de armas" que favorece embates militares entre países.
Ele explicou que "a guerra é essencialmente uma falta de diálogo", acrescentando que, "após a Segunda Guerra Mundial, havia muita esperança nas Nações Unidas [ONU]", que poderia solucionar essas crises.

Entretanto, segundo ele, para "resolver uma situação de conflito, como a que vivemos hoje na Europa ou como as vividas em outras partes do mundo, ela [ONU] não tem poder. Sem ofensa. É que a constituição que ela tem não lhe dá poder", disse o Papa.

"Não quero ofender, sei que tem gente muito boa que trabalha [na ONU], mas, neste momento, [a organização] não tem poder para se impor. Ela ajuda a evitar guerras, e estou pensando no Chipre, onde há tropas argentinas", comentou.
Para ele, "coragem e criatividade são necessárias. Sem essas duas coisas, não teremos instituições internacionais que possam nos ajudar a superar esses graves conflitos, essas situações mortais", concluiu o pontífice.
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