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Papa diz que ONU 'não tem poder' para resolver conflitos no mundo
Papa diz que ONU 'não tem poder' para resolver conflitos no mundo
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O Papa Francisco disse nesta sexta-feira (1º) que a América Latina "sempre foi vítima" do imperialismo e que não era preciso mencionar quais eram esses países... 01.07.2022, Sputnik Brasil
2022-07-01T12:53-0300
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2022-07-01T15:35-0300
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Em uma longa entrevista para a agência Télam, da Argentina, o Papa Francisco falou abertamente sobre diversos temas, incluindo as dificuldades dos povos latinos, a pandemia e os conflitos em andamento no mundo.Ao comentar os impactos sociais e econômicos da COVID-19, ele disse que o mundo enfrenta uma "crise de civilização", com reflexos sobre o nosso entendimento acerca das mudanças climáticas e a ausência de compromissos para o clima.O Papa Francisco também fez uma firme defesa do perfil "popular" da Igreja latino-americana e seu papel emancipador.Ele explicou que no caso da América Latina, a região "continua neste caminho lento, de luta, do sonho de [José de] San Martín e [Simón] Bolívar pela unidade da região". Em seguida, ele explicou que os países latinos "sempre foram vítimas do imperialismo explorador, mas é possível manter o ideal de uma região unida"."O sonho de San Martín e Bolívar é uma profecia, esse encontro de todo o povo latino-americano, além da ideologia, com a soberania. É isso que deve ser trabalhado para alcançar a unidade latino-americana. Onde cada povo se sente com sua identidade e, ao mesmo tempo, necessitado da identidade do outro. Não é fácil", comentou.Questionado sobre os conflitos no mundo e a falta de diálogo entre os países, ele citou diversos outros confrontos além da Ucrânia, como os de Ruanda, Síria, Líbano e Mianmar. Segundo ele, "há toda uma estrutura de venda de armas" que favorece embates militares entre países.Ele explicou que "a guerra é essencialmente uma falta de diálogo", acrescentando que, "após a Segunda Guerra Mundial, havia muita esperança nas Nações Unidas [ONU]", que poderia solucionar essas crises."Não quero ofender, sei que tem gente muito boa que trabalha [na ONU], mas, neste momento, [a organização] não tem poder para se impor. Ela ajuda a evitar guerras, e estou pensando no Chipre, onde há tropas argentinas", comentou.Para ele, "coragem e criatividade são necessárias. Sem essas duas coisas, não teremos instituições internacionais que possam nos ajudar a superar esses graves conflitos, essas situações mortais", concluiu o pontífice.
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Papa diz que ONU 'não tem poder' para resolver conflitos no mundo
12:53 01.07.2022 (atualizado: 15:35 01.07.2022) O Papa Francisco disse nesta sexta-feira (1º) que a América Latina "sempre foi vítima" do imperialismo e que não era preciso mencionar quais eram esses países "exploradores", porque "são tão óbvios que todos os veem".
Em uma longa entrevista para a agência Télam, da Argentina, o Papa Francisco
falou abertamente sobre diversos temas,
incluindo as dificuldades dos povos latinos, a pandemia e os
conflitos em andamento no mundo.
Ao comentar os impactos sociais e econômicos da COVID-19, ele disse que o mundo enfrenta uma "crise de civilização", com reflexos sobre o nosso entendimento acerca das mudanças climáticas e a ausência de compromissos para o clima.
Segundo ele, "tem gente que não consegue imaginar o perigo que a humanidade vive hoje com esse superaquecimento e o manuseio da natureza".
O
Papa Francisco também
fez uma firme defesa do perfil "popular" da Igreja latino-americana e seu papel emancipador.
Ele explicou que no caso da América Latina, a região "
continua neste caminho lento, de luta, do sonho de [José de] San Martín e [Simón] Bolívar pela unidade da região". Em seguida, ele explicou que os países latinos "sempre foram vítimas do imperialismo explorador, mas é
possível manter o ideal de uma região unida".
"O sonho de San Martín e Bolívar é uma profecia, esse encontro de todo o povo latino-americano, além da ideologia, com a soberania. É isso que deve ser trabalhado para alcançar a unidade latino-americana. Onde cada povo se sente com sua identidade e, ao mesmo tempo, necessitado da identidade do outro. Não é fácil", comentou.
Questionado sobre os conflitos no mundo e a falta de diálogo entre os países, ele citou diversos outros confrontos além da Ucrânia, como os de Ruanda, Síria, Líbano e Mianmar. Segundo ele, "há toda uma estrutura de venda de armas" que favorece embates militares entre países.
Ele explicou que "a guerra é essencialmente uma falta de diálogo", acrescentando que, "após a Segunda Guerra Mundial, havia muita esperança nas Nações Unidas [ONU]", que poderia solucionar essas crises.
Entretanto, segundo ele, para "resolver uma situação de conflito, como a que vivemos hoje na Europa ou como as vividas em outras partes do mundo, ela [ONU] não tem poder. Sem ofensa. É que a constituição que ela tem não lhe dá poder", disse o Papa.
"Não quero ofender, sei que tem gente muito boa que trabalha [na ONU], mas, neste momento, [a organização] não tem poder para se impor. Ela ajuda a evitar guerras, e estou pensando no Chipre, onde há tropas argentinas", comentou.
Para ele, "coragem e criatividade são necessárias. Sem essas duas coisas, não teremos instituições internacionais que
possam nos ajudar a superar esses graves conflitos,
essas situações mortais", concluiu o pontífice.