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Ex-presidente russo Medvedev: ideia de punir um país com maior potencial nuclear é absurda

CC BY 2.0 / Campanha Internacional para Abolição de Armas Nucleares / Teste de armas nucleares dos EUA em Nevada, 1957.
Teste de armas nucleares dos EUA em Nevada, 1957. - Sputnik Brasil, 1920, 06.07.2022
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A ideia de punir um país com o maior potencial nuclear é absurda e representa uma ameaça à existência da humanidade, afirmou o ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev.

"Falando no Fórum Jurídico Internacional em São Petersburgo, eu chamei de 'irracionais' quaisquer tentativas de criar tribunais para a chamada investigação das atividades russas. Não é só do ponto de vista jurídico que estas propostas não têm qualquer validade. A ideia de punir um país que possui o maior potencial nuclear é absurda em si mesma. Potencialmente, gera uma ameaça à existência da humanidade", escreveu Medvedev em seu canal no Telegram.

O ex-presidente russo também comentou o atual agravamento nas relações entre a Rússia e os Estados Unidos, ao afirmar que os Estados Unidos sabem como impor sua vontade de forma rude e primitiva, usando dinheiro, vassalos (os chamados "aliados") e por meio da venda de armas.
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Em seu canal no Telegram, Medvedev questiona:
"Quem está gritando que é preciso organizar um julgamento da Rússia e envolver órgãos supranacionais?"

"O sumo sacerdote é bem conhecido. Ele tem trabalhado bastante para semear o caos e a devastação por todo o mundo sob o pretexto da chamada 'democracia verdadeira'. Ele sabe impor de forma rude e primitiva a sua vontade, usando dinheiro, vassalos cobardes [chamados 'aliados' por decoro] e armas de alta qualidade", escreveu Dmitry Medvedev.

O político russo não hesitou em mencionar a própria história dos Estados Unidos, afirmando que toda a história americana é uma mistura de guerras sangrentas de extermínio, que já se tornaram uma marca da política norte-americana.

"Toda a história americana, desde a época da subjugação dos índios, é uma mistura de guerras sangrentas de extermínio. Além disso, trata-se do extermínio extremamente violento da população civil. Isso se tornou uma marca da política americana. Não importa quem esteja no poder", disse Medvedev em seu canal no Telegram.

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O ex-presidente russo lembrou que, durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos "destruíram Hiroshima e Nagasaki da mesma maneira, só para justificar as grandes despesas no Projeto Manhattan [programa que produziu as primeiras bombas atômicas]".

"Quanto estava no Vietnã, os colegas locais me lembraram de que as perdas totais da guerra com os norte-americanos alcançaram três milhões de pessoas. Todas essas mortes estão na consciência dos assassinos dos Estados Unidos, que cinicamente intervieram no país, localizado a vários milhares de quilómetros de seu território nacional, para alcançar os seus objetivos imperialistas. Um país que não representava para eles nenhum perigo, não fazia e não planejava fazer parte de nenhum bloco militar e não era rival dos EUA na arena internacional", destacou o vice-presidente do Conselho de Segurança russo.

Medvedev acrescentou que ninguém chegou a ser responsabilizado por essas ações.

"Que tribunal foi criado para condenar o mar de sangue derramado pelos Estados Unidos lá [no Vietnã] e em outros lugares? Nenhum! Não foi criado nenhum órgão supranacional para esses fins. Ora, a quantidade de vítimas das políticas criminosas norte-americanas hoje em dia é comparável à de vítimas do regime de Hitler", concluiu Dmitry Medvedev.

A Rússia iniciou sua operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro, com o objetivo de "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, após as repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL) pedirem ajuda para se defenderem da intensificação dos ataques ucranianos.
Segundo o Ministério da Defesa russo, somente a infraestrutura militar ucraniana está sendo visada. Moscou já reiterou, por diversas vezes, que não tem planos de ocupar o país. Os países do Ocidente, em resposta à operação russa, lançaram uma campanha de sanções sem precedentes contra Moscou.
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