Após declarações do presidente Joe Biden no Oriente Médio, Irã emite alerta para EUA e Israel
© AP Photo / Iranian ArmyNavio de guerra iraniano carrega drones durante um exercício no oceano Índico, 15 de julho de 2022
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De acordo com forças militares do país, ameaças de uso de "força" contra Teerã costumam pagar um preço alto.
Os militares iranianos alertaram os EUA e Israel contra ameaças ao país depois que o presidente Joe Biden disse que Washington "usaria todos os elementos de seu poder nacional" para impedir que Teerã adquirisse armas nucleares.
"Os americanos e sionistas sabem muito bem o preço de usar a palavra 'força' contra o Irã", disse o porta-voz das Forças Armadas iranianas, Abolfazl Shekarchi, nesta sexta-feira (16), conforme citado pela mídia estatal e pela Reuters.
O funcionário também questionou as capacidades cognitivas do presidente dos Estados Unidos, zombando dos militares dos EUA, fazendo referências a vários confrontos passados entre as forças iranianas e norte-americanas no golfo Pérsico.
"Biden devia estar sonolento quando ameaçou o Irã", disse Shekarchi. "Cuidado com as calças de seus soldados – eles podem se molhar no Golfo Pérsico!"
As observações severas vieram em resposta às ameaças feitas por Biden durante sua visita a Israel no início desta semana. Na quinta-feira (14), o presidente dos EUA e o primeiro-ministro israelense Yair Lapid assinaram uma declaração conjunta sobre a continuidade da parceria estratégica dos dois países.
Washington prometeu "nunca permitir que o Irã adquira uma arma nuclear", confirmando que "está preparado para usar todos os elementos de seu poder nacional para garantir esse resultado", segundo a declaração. Teerã, no entanto, sustenta que nunca procurou desenvolver tal armamento.
Biden fez ameaças adicionais durante uma entrevista coletiva ao lado de Lapid, afirmando que os EUA "não vão esperar para sempre" que o Irã aceite suas exigências e retorne ao acordo nuclear de 2015. O acordo histórico, oficialmente conhecido como Plano de Ação Abrangente Conjunto (JCPOA, na sigla em inglês), efetivamente desmoronou depois que o ex-presidente Donald Trump desistiu unilateralmente do acordo em 2018, reimpondo antigas e aplicando novas sanções a Teerã.
Os esforços diplomáticos para reviver o acordo não deram resultado até agora, com os EUA e o Irã culpando um ao outro pela paralisação das negociações. Embora as autoridades dos EUA tenham afirmado que o Irã tem lançado novas demandas durante as negociações, Teerã sustenta que é responsabilidade de Washington retornar ao acordo original e suspender todas as sanções de "retrocesso" por completo.