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Em defesa dos Estados africanos, Lavrov responde Macron: eram de se esperar declarações mais éticas

© Julien de Rosa / PoolO presidente francês, Emmanuel Macron, participa de encontro no Palácio do Eliseu, em Paris, em 3 de junho de 2022
O presidente francês, Emmanuel Macron, participa de encontro no Palácio do Eliseu, em Paris, em 3 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 29.07.2022
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O ministro das Relações Exteriores russo realizou uma viagem de cinco dias por quatro países da África esta semana, onde ele e seus anfitriões discutiram maneiras de fortalecer os laços, aumentar o comércio fora do dólar e impulsionar a cooperação em áreas que vão desde energia, transporte e agricultura até a esfera técnico-militar.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, criticou o presidente francês Emmanuel Macron por suas recentes alegações de que Moscou está apoiando "juntas" na África.
"Se bem me lembro, ele [o presidente Macron] disse que estava preocupado com a atividade militar e diplomática da Rússia na África e com o que ele disse não ser cooperação, mas o apoio a regimes ilegítimos e juntas falidas", disse Lavrov, falando a repórteres no Uzbequistão, nesta sexta-feira (29).
"No que diz respeito ao presidente Macron e suas declarações, eram de se esperar declarações mais éticas dos franceses", acrescentou o diplomata russo.
"Se você olhar para a lista dos países que visitamos na África, se é a isso que Macron estava se referindo, seria bastante insultante para os Estados que continuam, apesar de tudo, a desenvolver metodicamente as relações com a Federação Russa", enfatizou Lavrov.
Ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, durante coletiva de imprensa após reunião com seu homólogo etíope, Demeke Mekonnen, em Adis Abeba, Etiópia, 27 de julho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 29.07.2022
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Em uma viagem à África esta semana, realizada em paralelo com a de Lavrov, Macron acusou a Rússia de iniciar "um novo tipo de guerra mundial híbrida" e caracterizou Moscou como "uma das últimas potências coloniais imperiais".
"Quando você os vê aparecendo aqui, é isso que está acontecendo", disse o presidente francês fazendo referência às atividades russas na República Centro-Africana e no Mali. Macron acusou a Rússia de "apoiar poderes políticos enfraquecidos que lutam para assumir responsabilidades ou juntas ilegítimas" e de usar "desinformação" e "milícias" para alcançar seus objetivos.
As alegações de Macron levantaram suspeitas, já que a Rússia é a única grande nação europeia que nunca teve colônias na África e nunca roubou o continente de seus recursos e potencial humano. Na semana passada, em uma entrevista à Sputnik, antes de sua turnê pela África, Lavrov lembrou o apoio de longa data de Moscou às nações africanas durante o século XX, quando Moscou ajudou a região em sua luta de libertação nacional contra os colonialistas.
Durante a turnê desta semana, que o levou ao Egito, Etiópia, Uganda e República do Congo, Lavrov e seus anfitriões discutiram a cooperação russo-africana em áreas que vão desde energia nuclear e comércio, até apoio técnico-militar. Em uma entrevista coletiva conjunta com o presidente de Uganda, Yoweri Museveni, na terça-feira (26), Lavrov disse a um correspondente da Sputnik que a África certamente vai desempenhar um papel maior na política externa da Rússia em meio às tentativas ocidentais de isolar Moscou.
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