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Analista: visita de Pelosi quer criar caos na China, mas não vai conseguir

© Reprodução/Instagram/Nancy PelosiNancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, em viagem pela Ásia
Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, em viagem pela Ásia - Sputnik Brasil, 1920, 02.08.2022
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Para Elias Jabbour, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a visita de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a Taiwan tem como objetivo provocar a China para tentar instaurar o caos no país. Ele avalia, no entanto, que Pelosi não vai conseguir esse feito.
Jabbour acredita que a reação da China à visita de Pelosi se dará por meio de uma resposta de longo prazo. Para ele, a mobilização militar que os chineses têm conduzido nas horas que sucederam a visita da congressista norte-americana tem como objetivo "mostrar que pode isolar Taiwan do mundo".

"A China tem muita vantagem em relação aos EUA. Não vale a pena uma resposta dura. Seria uma casca de banana", avalia.

"A China joga o Wei Qi. Pequim vai dar uma resposta estratégica à blitzkrieg dos EUA, que é política, ideológica e militar. A China vai usar a agilidade do oponente para dar uma resposta dura de longo prazo. Os EUA jogam no curto prazo", explicou.

"Quem é Nancy Pelosi para pautar o que a China vai fazer? Os chineses não vão escorregar em casca de banana."

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Para Jabbour, a ida de Pelosi a Taiwan busca instaurar o caos na China para tentar desestabilizar o país. Ele destaca que a China só deve se mobilizar se houver uma declaração de independência de Taiwan — o que, segundo ele, não seria interessante para Taipé.

"O establishment dos EUA tem o método de governança do caos. Eles rasgaram as regras do jogo que eles mesmos criaram e partiram para um jogo de caos. O objetivo é espalhar o caos no mundo para tentar manter a sua hegemonia, que está em decadência."

O analista afirma que a Ucrânia é "um hub de caos" e aponta que o Brasil está em um processo de ucranização para acompanhar essa estratégia caótica e que as agitações em Hong Kong nos últimos anos também atenderam a esse mesmo objetivo.
"A meu ver, a resposta que a China pode dar é no longo prazo, diante da situação que os EUA enfrentam. Qual país está beirando uma guerra civil? EUA. Qual país está em decadência? EUA. Qual país está com alta inflação? EUA. Em qual país morreram mais de 1 milhão de pessoas por COVID? EUA", completou.
Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, em coletiva - Sputnik Brasil, 1920, 02.08.2022
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Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da China considerou a visita de Pelosi uma "grande provocação política".
"Existe no mundo apenas uma China, e Taiwan é uma parte inalienável do território da China. [...] A questão de Taiwan é a questão central mais importante e sensível nas relações entre a China e os EUA. O estreito de Taiwan está enfrentando uma nova rodada de tensões e desafios severos, e a razão fundamental reside na alteração repetida do status quo pelas autoridades de Taiwan e pelos EUA", diz a nota.

"As autoridades de Taiwan procuram a independência, contando com o apoio dos EUA, recusando-se a reconhecer o Consenso de 1992. [...] Os Estados Unidos mantêm a intenção de usar Taiwan para conter a China, distorcem, obscurecem e esvaziam o princípio de uma só China, intensificam os intercâmbios oficiais com Taiwan e respaldam as atividades secessionistas da 'independência de Taiwan'. Todos esses são atos muito perigosos, como se brincasse com o fogo, e quem brinca com o fogo acaba se queimando", disse o MRE chinês.

O Ministério da Defesa da China, por sua vez, afirmou que o Exército de Libertação Popular (ELP) está em alerta e conduzirá atividades militares nos próximos dias.
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