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Mídia ocidental explica quando Ocidente deixará de apoiar Ucrânia

© AP Photo / Geert Vanden WijngaertA presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao centro, e o Comissário Europeu para Vizinhança e Alargamento Oliver Varhelyi, à esquerda, antes de uma conferência de imprensa após uma reunião do Colégio de Comissários na sede da UE em Bruxelas, 17 de junho de 2022
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao centro, e o Comissário Europeu para Vizinhança e Alargamento Oliver Varhelyi, à esquerda, antes de uma conferência de imprensa após uma reunião do Colégio de Comissários na sede da UE em Bruxelas, 17 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 17.08.2022
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Os êxitos russos em superar as sanções vão fazer com que o Ocidente corte a sua ajuda à Ucrânia, diz a edição norte-americana Politico. Segundo os analistas ocidentais, Moscou mantém a iniciativa tanto nos combates como no campo econômico.

As negociações estão longe

Os colunistas do Politico, funcionários do prestigiado centro analítico Defense Priorities e do Instituto Saltzman de Estudos de Guerra e Paz, acreditam que as negociações de paz entre Moscou e Kiev são impossíveis no futuro próximo.
Segundo a edição, há várias razões para isso. Antes de mais, o presidente Zelensky conta com um fornecimento constante de armas.

"Não há quaisquer sinais de a torneira da ajuda militar norte-americana no valor de mais de nove bilhões de dólares se fechar", apontam os analistas.

Além disso, conforme sondagens ucranianas, mais de metade dos respondentes não está pronta para um compromisso. Assim, Zelensky não vai dialogar com a Rússia, nem que seja para sobreviver politicamente.
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Falando da Rússia, os autores salientam: se o Ocidente contava com as sanções para impedir o cumprimento dos objetivos da operação militar especial russa, seus planos fracassaram. A parte russa demonstra sucessos óbvios nos combates, enquanto as restrições econômicas prejudicam mais os países da União Europeia.
"Os europeus já enfrentam uma inflação alta e aumento dos preços da energia, enquanto a limitação do fornecimento do gás russo força a Alemanha, o centro econômico da Europa, a tomar medidas de emergência para não ficar sem gás até o inverno [do Hemisfério Norte]", diz a publicação.
Embora as sanções ocidentais tenham causado danos à economia russa, é óbvio que a Rússia provou estar melhor preparada para elas do que a União Europeia.
A publicação do Político – uma edição que não costuma elogiar a Rússia – demonstra a tendência ocidental para rever o problema ucraniano. Ao mesmo tempo, a Bloomberg norte-americana publicou um artigo com um título extremamente claro: "Sanções energéticas não funcionam". A Bloomberg lembra que, ainda em março e abril, os políticos ocidentais eram optimistas nas suas previsões, contando com a perspectiva de a OPEP, liderada pela Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, rejeitar a aliança com a Rússia.
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Contudo, aconteceu o contrário. Nesse contexto, não se trata apenas de um sucesso econômico de Moscou, na realidade também é um sucesso político.

"Apesar da visita do presidente norte-americano Joe Biden a Riad, Putin manteve a sua influência dentro da aliança OPEP+. Logo após a partida do líder norte-americano da Arábia Saudita, o reino foi visitado pelo vice-primeiro-ministro russo Aleksandr Novak, que é o responsável pelas relações com o cartel. Passados alguns dias, a OPEP+ anunciou um aumento insignificativo da produção de petróleo, o que continua pressionando os mercados mundiais."

Tal conjuntura implica que Moscou pode descartar os lucros do fornecimento de gás natural à Europa, ganhando com a venda de petróleo. Em julho, a sua produção na Rússia quase voltou ao nível do início do ano – em média até 10,8 milhões de barris por dia.

"Não se trata de um pico: julho se tornou o terceiro mês consecutivo de recuperação da produção petrolífera [da Rússia]", reconhece a Bloomberg. "[… ] A Rússia encontrou novos compradores para um milhão, ou perto disso, de barris por dia, cuja compra foi suspensa pelas refinarias de petróleo europeias devido às 'autossanções'. Uma parte significativa deste petróleo vai para a Ásia, principalmente para a Índia, além da Turquia e dos países do Oriente Médio", comunica a Bloomberg.

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Neste contexto, os países da União Europeia estão se preparando para um inverno muito rigoroso, aumentado os preços para as suas populações, que estão cada vez mais descontentes com a inflação e outros problemas econômicos.
"É provável que os preços no Reino Unido subam 75%, enquanto na Alemanha alguns serviços públicos já avisaram sobre seu aumento em mais de 100%", prevê a edição norte-americana.

Ajuda a Kiev pode vir a ser cortada

Salientando os êxitos do Kremlin na corrida energética, os analistas estrangeiros convergem na opinião que o Ocidente vai precisar de escolher entre as necessidades dos seus próprios cidadãos e os interesses dos ucranianos.

"Putin pensa que o apoio ocidental à Ucrânia enfraquecerá à medida que o 'resultado' econômico [para os EUA e a UE] seja mais forte – e nisso ele poderá ter razão", sublinham os autores do Politico. "A combinação do tempo frio, do aumento súbito da demanda de energia e do brusco aumento dos preços no fim do ano é capaz de minar o apoio à Ucrânia por parte do Ocidente", avisa a Bloomberg.

"Os políticos europeus que procuravam ganhar o reconhecimento internacional exibindo sua ajuda a Kiev, poderão não querer pagar por isso, já que para eles é mais importante evitar um déficit energético para os eleitores", conclui.
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