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Etiópia: ataque a jardim de infância no Tigré deixa pelo menos 13 mortos

© AP Photo / Ben CurtisSoldados do governo etíope viajam por estrada perto de Agula, ao norte de Mekele, na região do Tigré, no norte da Etiópia (foto de arquivo)
Soldados do governo etíope viajam por estrada perto de Agula, ao norte de Mekele, na região do Tigré, no norte da Etiópia (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 26.08.2022
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Ataque ocorreu nesta sexta-feira (26), um dia após um grande roubo de combustível comprometer o envio de alimentos e medicamentos à região, palco de confrontos entre separatistas e forças do governo etíope.
Pelo menos 13 pessoas morreram em decorrência de um ataque aéreo da Força Aérea da Etiópia contra um jardim de infância em Mekele, capital do Tigré, nesta sexta-feira (26). Há dois anos a região é palco de confrontos entre forças separatistas da Frente Popular de Libertação do Tigré (TPLF, na sigla em inglês) e tropas do exército etíope.
Imagens divulgadas por emissoras de televisão do Tigré e postagens de moradores no Twitter mostram corpos de crianças e adultos feridos ou desmembrados após o ataque à escola infantil Red Kids Paradise.
As autoridades ainda não divulgaram o número exato de mortos e feridos, mas, segundo noticiou o Washington Post, funcionários de um hospital local confirmaram pelo menos 13 mortos.
O governo da Etiópia não se posicionou sobre o ataque, mas divulgou um comunicado em sua conta oficial no Twitter, no qual afirma que os separatistas da TPLF "não conseguem viver sem guerra e estão fechando todas as portas abertas em direção à paz".
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O documento afirma que o governo etíope "aprovou uma resolução para resolver o problema no norte do país pacificamente". "Contudo a TPLF, que não consegue viver sem guerra, está sacrificando a juventude do Tigré e perpetrando ataques em múltiplas áreas. Nossas forças de defesa estão cuidadosamente defendendo a opção de paz do governo", diz o comunicado.
A crise na região do Tigré é considerada a maior tragédia contemporânea esquecida pela comunidade internacional. Além da guerra civil, o território é afetado por uma grave seca e por surtos de doenças, como malária e cólera, e sofre com a escassez de alimentos, medicamentos e energia. Neste mês, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, alertou que a crise humanitária no Tigré foi ofuscada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, que, segundo ele, é menos urgente que a situação etíope. Adhanom questionou a apatia de chefes de Estado em torno do assunto.
Na última quinta-feira (25), a Organização das Nações Unidas (ONU) denunciou que um roubo de meio milhão de toneladas de combustível do Programa Mundial de Alimentos (PMA) comprometeu a distribuição de alimentos na região, que vem sendo abastecida com ajuda humanitária pelo programa desde julho de 2021.
"Agora será impossível para o PMA distribuir alimentos, fertilizantes, medicamentos e outros suprimentos de emergência no Tigré, onde cerca de 5,2 milhões de pessoas enfrentam a fome severa", disse a agência da ONU.
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Segundo as Nações Unidas, homens armados entraram na instalação do programa em Mekele e roubaram 12 tanques cheios de combustível que haviam sido comprados recentemente e chegado há poucos dias. Segundo o diretor-executivo do PMA, David Beasley, o roubo foi orquestrado por autoridades do Tigré. Ele alertou que milhões de pessoas passarão fome se o combustível não for devolvido.
Horas atrás, autoridades do Tigré roubaram 570 mil litros de combustível destinados a operações do PMA no Tigré! Milhões vão passar fome se não tivermos combustível para entregar comida. Isso é um ultraje e uma desgraça. Demandamos a devolução imediata desse combustível.
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