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Rússia pode ser resposta para 'chantagens' dos EUA sobre países do Golfo, segundo especialistas

© AP Photo / Evan VucciO presidente Joe Biden discursa na 77ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, 21 de setembro de 2022
O presidente Joe Biden discursa na 77ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, 21 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 12.10.2022
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Especialistas revelaram à Sputnik os motivos pelos quais os EUA tentam politizar a economia dos países do Golfo, como a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, além das medidas que os sauditas devem tomar contra os americanos.
De acordo com o especialista militar saudita Issa Al Faiye, os EUA usaram a decisão da OPEP+ de reduzir a produção de petróleo como pretexto para retirar seu contingente militar da região do golfo Pérsico.
Segundo ele, a nova Doutrina de Segurança Nacional dos EUA indica que não há mais ameaças à segurança nacional de primeiro ou segundo grau na região, contudo, os americanos veem este momento como favorável para esta política.
Membro da Força Aérea dos EUA perto de uma bateria de mísseis Patriot na base aérea Prince Sultan em Al-Kharj, região central da Arábia Saudita, 20 de fevereiro de 2020 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 10.10.2022
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O especialista também afirma que, no último encontro entre o líder saudita e o presidente norte-americano, Biden notou que a Arábia Saudita estava interessada na estabilidade e segurança em sua região, além de formar novas parcerias.
Enquanto nenhum dos países da região procura uma escalada, os EUA veem a política energética como ferramenta para resolver suas diferenças, realizar ameaças e chantagens.
Ao mesmo tempo, a suspensão do fornecimento de armas ou assistência militar dos EUA à Arábia Saudita e a outros países da região não traz benefícios a Washington, que pode perder sua influência tanto no golfo Pérsico, quanto no Oriente Médio.
"Eles não perderão apenas a influência estratégica, mas também muito dinheiro. O lobby militar norte-americano e representantes do complexo militar-industrial sabem muito bem disso. Eles próprios têm grandes interesses na venda de armas aos países da região", destacou o especialista.
Sendo assim, estes países sempre conseguirão encontrar meios de firmar acordos por novos armamentos, inclusive da Rússia, sendo uma resposta lógica às chantagens norte-americanas.
Para o professor de direito internacional Asil al-Joueid a Arábia Saudita mostra ser um país soberano que firma acordos com aqueles países que achar melhor e necessários, enquanto os EUA seguem mostrando seu desrespeito pelos interesses nacionais sauditas.
"O petróleo é uma matéria-prima, uma mercadoria, e não um brinquedo político nas mãos de qualquer um. A Arábia Saudita não viola nenhumas normas do direito internacional [...] Ao contrário de Washington, os sauditas não interferem nos assuntos internos de outros Estados", destaca o professor.
O professor ainda refere que são os EUA que estão tentando politizar o mercado energético, querem que todos tomem medidas para seu próprio benefício, esquecendo que a OPEP+ não é apenas Rússia e Arábia Saudita.
Recentemente, legisladores democratas norte-americanos apresentaram um projeto de lei para abordar a retirada de todas as tropas americanas da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos.
Khaled al Otaiby, funcionário da petrolífera saudita Aramco, acompanha os trabalhos no campo de al-Howta  - Sputnik Brasil, 1920, 08.10.2022
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Após cortes da OPEP+, Biden está ante um dilema com opções de retaliação contra a Arábia Saudita
Além disso, o projeto de lei prevê o fim da comercialização de armas aos países do Golfo após a OPEP+ anunciar o corte na produção de petróleo de dois milhões de barris por dia.
Por sua vez, o presidente norte-americano, Joe Biden, falou sobre a necessidade de Washington e Riad reconsiderarem suas relações.
Já os sauditas afirmaram que as decisões foram tomadas por unanimidade pelos membros do acordo da OPEP+ e tem uma natureza puramente econômica.
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