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Macron no Vaticano: EUA precisam se sentar à mesa para avançar nas negociações de paz na Ucrânia

© AFP 2023 / LUDOVIC MARINO presidente francês Emmanuel Macron discursa durante a cúpula internacional de paz "O Grito pela Paz", organizada pela Comunidade Católica Italiana de Sant'Egidio, em Roma, 23 de outubro de 2022
O presidente francês Emmanuel Macron discursa durante a cúpula internacional de paz O Grito pela Paz, organizada pela Comunidade Católica Italiana de Sant'Egidio, em Roma, 23 de outubro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 25.10.2022
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O presidente francês viajou para a cidade do Vaticano na segunda-feira (24) para se encontrar com o papa Francisco, com foco na atual crise de segurança na Ucrânia. De acordo com a mídia francesa, o presidente pediu ao papa que contactasse pessoalmente Vladimir Putin e Joe Biden para ajudar a resolver o conflito.
O presidente francês, Emmanuel Macron, pediu a Washington que inicie negociações para parar a crise ucraniana.

"Precisamos que os Estados Unidos se sentem à mesa de negociações para avançar no processo de paz na Ucrânia", disse Macron, falando a repórteres após sua visita ao Vaticano.

Apontando para a relação de confiança entre o papa Francisco e Biden, que é católico, Macron sugeriu que o líder do Vaticano "pode influenciá-lo para que os Estados Unidos retomem seu envolvimento na resolução das crises no Haiti e na Ucrânia".
O presidente também pediu ao papa que telefone para o presidente Putin e o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa Kirill, bem como Biden, "para ajudar a trazer a paz à Ucrânia".
O Vaticano disse que a conversa do papa com o presidente francês na segunda-feira durou 55 minutos e, por protocolo estabelecido, não deu detalhes sobre o que as autoridades discutiram, além do tema geral. "Durante as discussões cordiais, que ocorreram na Secretaria de Estado, as partes se concentraram em assuntos de natureza internacional, começando pelo conflito na Ucrânia, com atenção especial à situação humanitária", disse o Vaticano em comunicado.
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Comentando o apelo de Macron nesta terça-feira (25), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia está pronta para conversar com os EUA, outros países e o papa para encontrar soluções para a crise ucraniana. Em relação ao apelo do presidente francês para que o papa Francisco converse com Putin, Peskov lamentou que ninguém esteja apelando para Kiev, que rejeitou abertamente qualquer negociação.
O papa Francisco apelou a Putin no início deste mês para "parar essa espiral de violência da morte" na Ucrânia e pediu ao presidente ucraniano Vladimir Zelensky que "esteja aberto" a propostas sérias de paz. Comentando a crescente retórica entre autoridades e mídia ocidentais sobre os perigos de uma guerra nuclear na Ucrânia, o papa enfatizou que "é absurdo que a humanidade se encontre novamente diante da ameaça de uma guerra atômica".
Ao longo da crise ucraniana, Francisco criticou os dois lados do conflito e acusou repetidamente a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de "provocar" Moscou ao "latir aos portões da Rússia", em alusão ao avanço em direção às suas fronteiras nas últimas duas décadas e meia, apesar das promessas de que tal movimento não seria feito.
Macron emitiu uma série de mensagens contraditórias nos últimos dias relacionadas à crise na Ucrânia e ao relacionamento de Paris com os EUA.
Falando em Roma no domingo (23), o presidente francês disse que caberia à Ucrânia, não à Rússia, determinar os termos da paz, e que ele não aceitaria permanecer "neutro" e "aceitar a ordem mundial do mais forte".
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Na sexta-feira passada (21), Macron criticou os Estados Unidos por vender seu gás para países europeus a preços várias vezes mais altos do que os do mercado doméstico dos EUA. "Seus custos de energia são muito mais baixos porque são produtores. Eles vendem seu gás por 3-4 vezes menos do que temos que pagar, e também têm grandes subsídios do Estado em algumas áreas, de até 90%. Isto é injusto. Esses são padrões duplos", reclamou Macron.
O presidente russo, Vladimir Putin, alertou os europeus precisamente sobre essa questão em setembro, dizendo que Moscou estaria preparada para retomar as entregas através do Nord Stream (Corrente do Norte) "amanhã".
"Mas não fomos nós que impusemos sanções ao Nord Stream 2. [A Europa] fez isso sob pressão dos EUA. E por que os americanos estão pressionando os europeus? Porque eles mesmos querem vender gás por três vezes o preço", disse Putin. Duas semanas depois de Putin fazer as declarações, três das quatro linhas de gás do Nord Stream foram atingidas em um ataque de sabotagem em larga escala que a Procuradoria-Geral da Rússia classificou como um "ato sem precedentes de terrorismo internacional".
A Rússia e a Ucrânia realizaram várias rodadas de negociações de paz com o objetivo de encerrar a crise de segurança em fevereiro e março, com demandas de Moscou incluindo garantias legais de que a Ucrânia nunca seria admitida na OTAN, o reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia e o reconhecimento da independência das repúblicas populares de Donetsk (RPD) e Lugansk (RPL). A mídia ocidental e ucraniana revelou mais tarde que Moscou e Kiev pareciam estar à beira de um acordo de paz na primavera e que o agora ex-primeiro-ministro britânico Boris Johnson foi enviado a Kiev para afundar o possível acordo. Nos meses que se seguiram, a crise teve uma escalada dramática, com a OTAN injetando dezenas de bilhões de dólares em armamento na Ucrânia e Moscou realizando referendos de status em Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporozhie, incorporando os territórios à Rússia, lançando uma mobilização parcial e lançando ataques de mísseis e drones na infraestrutura militar e de energia ucraniana após um ataque terrorista na ponte da Crimeia.
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