Catar gastou mais de US$ 387 milhões para espionar funcionários da FIFA

© AP PhotoJoseph Blatter, então presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA, na sigla em francês), anuncia o Catar como sede do Mundial de 2022
Joseph Blatter, então presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA, na sigla em francês), anuncia o Catar como sede do Mundial de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 02.11.2022
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O governo do Catar gastou mais de US$ 387 milhões (R$ 1,99 bilhão) em uma operação de espionagem em larga escala contra funcionários da Federação Internacional de Futebol (FIFA, na sigla em francês).
Altos funcionários do governo, incluindo Tamim bin Hamad al-Thani, emir do Catar, com a ajuda da empresa americana Global Risk Advisors, composta principalmente por ex-agentes da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês) e chefiada pelo ex-espião Kevin Chalker, conduziram a vigilância de altos funcionários da federação.
Foram espionados principalmente aqueles que se opuseram à realização da principal competição do futebol no Catar, informou a emissora suíça Schweizer Radio und Fernsehen (SRF).
O objetivo das autoridades do Catar seria manter o direito de sediar a Copa do Mundo de 2022. Segundo documentos, o orçamento total da operação foi estimado entre US$ 387 milhões (R$ 1,99 bilhão) e US$ 567 milhões (R$ 2,91 bilhões).
O Catar queria garantir que a FIFA não mudasse sua posição sobre o local do torneio, informou a emissora, acrescentando que a cidade suíça de Zurique se tornou o centro da operação.
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Foi dada especial atenção a Theo Zwanziger, ex-presidente da Federação Alemã de Futebol. O Catar gastou US$ 10 milhões (R$ 51,4 milhões) espionando o oficial de futebol alemão. Ele era uma das vozes contra a realização da Copa do Mundo no país árabe.
Vale lembrar que foi tornado público, no ano passado, que o ex-agente da CIA Kevin Chalker espiou altas autoridades do futebol durante anos trabalhando para o Catar.
Também para o Catar, Chalker vigiou críticos ao país no mundo do futebol, de acordo com uma investigação baseada em entrevistas com seus antigos companheiros.
Isso é parte de uma tendência na qual ex-agentes da inteligência norte-americana trabalham para governos estrangeiros "em situação de direitos humanos duvidosa", o que preocupa muito os funcionários em Washington.
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