Armas dos EUA não vão ajudar Kiev a reverter tendência no conflito, dizem especialistas
© AP Photo / RaytheonSistema de defesa antiaérea estadunidense NASAMS em ação
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Os EUA começaram a fornecer os sistemas de mísseis antiaéreos de médio alcance Nasams para a Ucrânia, informou o assessor do Pentágono John Plum. No entanto, analistas acreditam que esses suprimentos não vão ajudar Kiev a reverter a tendência e que o objetivo da ajuda é manter as Forças Armadas ucranianas no combate e prolongar o confronto.
Os Estados Unidos seguem fornecendo armas para Kiev, apesar das advertências da Rússia. Oito sistemas de mísseis antiaéreos Nasams destinados à Ucrânia já estão "a caminho", disse Plum, acrescentando que cerca de 1.400 mísseis Stinger já foram entregues ao país.
Segundo vários analistas, o Nasams "é um bom sistema de defesa antiaérea, possui elementos de capacidade de interceptação de mísseis". No entanto, sua entrega não vai ser capaz de resolver fundamentalmente a questão da defesa aérea para Kiev, observou o especialista do Instituto Russo de Estudos Estratégicos, Sergei Ermakov.
"Esse sistema não pode resolver nada em princípio. Mas as entregas em si mostram que o governo Biden é consistente em seu desejo de alimentar e expandir o conflito armado na Ucrânia", disse ele.
No entanto, o volume oficialmente declarado de suprimentos militares ocidentais não deve dar a Kiev uma vantagem decisiva no campo de batalha, considerou Ermakov.
"A vantagem está fora de questão. O tipo de armamento sugere que é feito para manter as Forças Armadas ucranianas no combate. O mais paradoxal é que agora não há conversas nos círculos de especialistas ocidentais sobre qualquer vitória estratégica para a Ucrânia, isso seria contrário aos interesses do Ocidente, porque eles estão tentando enfraquecer a Rússia o máximo possível em uma longa guerra de desgaste", observou o especialista.
Segundo Ermakov, "a ajuda norte-americana é fornecida em tais proporções para que as Forças Armadas ucranianas possam continuar resistindo à Rússia".
"Mas os norte-americanos não querem uma escalada radical do conflito porque, nesse caso, provavelmente teriam que se envolver diretamente na situação", acredita o analista.
O especialista do Instituto Internacional de Estudos Humanitários e Políticos, Vladimir Bruter, expressou opinião semelhante.
"A entrega dos Nasams e do novo pacote de ajuda é outra contribuição para a continuação do confronto militar da Ucrânia com a Rússia, para que o regime de Kiev não entre em colapso. Mas o equilíbrio de forças não mudará radicalmente. O poder combinado da Rússia continua sendo maior", concluiu o analista.
Mais cedo, comentando sobre outro carregamento de armas para o regime ucraniano, o embaixador da Rússia nos EUA, Anatoly Antonov, enfatizou que "a situação é extremamente alarmante".
"Estamos lutando não com os ucranianos, mas com todo o Ocidente unido, que está tentando minar os fundamentos do Estado russo, nos exaurir, tirar todos os recursos econômicos e militares e criar uma situação em que a Rússia nunca poderá falar em condições de igualdade com os países ocidentais no cenário internacional", destacou.
No entanto, o embaixador enfatizou que, independentemente das ações de Washington, a Rússia alcançaria a vitória.