Economia da zona do euro pode encolher este ano devido à crise de energia e alta inflação
© AFP 2023 / Aris MessinisZona do euro
© AFP 2023 / Aris Messinis
Nos siga no
A Europa está tentando enfrentar a diminuição do fornecimento de combustível da Rússia, causada pelas rígidas sanções dos países ocidentais contra Moscou, impostas logo após o início da operação militar especial na Ucrânia, no final de fevereiro.
A economia da zona do euro deve encolher este ano devido à alta inflação e potencial escassez de energia, advertiu um meio de comunicação inglês.
De acordo com os economistas que falaram com a mídia, a zona de moeda única já estava em recessão, com expectativa de contração do produto interno bruto (PIB) ao longo de todo o ano de 2023.
A economista do Morgan Stanley, Chiara Zangarelli, afirmou que "os mercados de gás na Europa continuam sendo um risco importante", acrescentando que "interrupções adicionais no fornecimento, ou um inverno particularmente frio, podem levar a tensões renovadas e preços subindo novamente, forçando outra rodada de adaptação e destruição da demanda".
Embora os membros da União Europeia (UE) tenham conseguido diminuir sua dependência das importações de gás russo, se voltando para a Noruega e os EUA, bem como mudando para fontes alternativas de energia, os economistas alertaram que, sem suprimentos russos, vai ser muito mais difícil reabastecer as instalações de armazenamento de gás da Europa para o próximo inverno.
Carsten Brzeski, chefe de pesquisa macro do ING Bank, alertou que "os níveis de armazenamento de gás estão caindo rapidamente agora" e que "ainda existe o risco de uma crise no fornecimento de energia neste inverno". Segundo o especialista, "além disso, o próximo inverno será ainda mais desafiador".
As previsões vêm algumas semanas depois que uma agência de notícias dos EUA informou que a Europa "foi atingida por cerca de US$ 1 trilhão [cerca de R$ 5,2 trilhões] com o aumento dos custos de energia" em meio às consequências da operação militar especial russa em andamento na Ucrânia, acrescentando que "a crise mais profunda em décadas está apenas começando."
A UE, juntamente com a Grã-Bretanha e os EUA, começou a aplicar pacotes de sanções "severas" à Rússia logo após Moscou lançar sua operação militar especial na Ucrânia, em 24 de fevereiro. Em dezembro, o bloco europeu também se juntou à decisão do G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido) de estabelecer um teto de preço sobre o petróleo russo a US$ 60 (cerca de R$ 317) o barril e lançou seu nono pacote de sanções contra a Rússia.
As restrições interromperam as cadeias de abastecimento em todo o mundo e exacerbaram os problemas contínuos do mercado de energia, o que, por sua vez, levou ao aumento dos preços do petróleo. O resultado das sanções foi uma crise energética na Europa, custo de vida crescente e inflação recorde, enquanto a indústria do bloco também foi colocada em risco.