Ex-conselheiro de Trump questiona adesão da Turquia à OTAN e prevê fratura da unidade europeia
14:45 03.01.2023 (atualizado: 06:37 04.01.2023)
© AP Photo / Pablo Martinez MonsivaisO ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton gesticula enquanto fala no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington, 30 de setembro de 2019
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Ancara não está pronta para assumir uma postura antirrussa mais dura diante do conflito na Ucrânia e isso coloca a adesão da Turquia à OTAN em dúvida, diz John Bolton, conselheiro de segurança nacional do governo Trump. Para Bolton, ainda mais preocupante vai ser o teste de "determinação e unidade" que a Europa deve enfrentar.
"A Finlândia e a Suécia tomaram a decisão impressionante de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN], mas os parceiros comerciais e militares da Rússia ainda não a abandonaram, incluindo infelizmente a Turquia, cuja adesão à OTAN deve estar em questão em 2023, se o presidente [Recep Tayyip] Erdogan for reeleito", escreveu John Bolton em um artigo publicado no The Daily Telegraph.
O ex-funcionário dos EUA acrescentou que a verdadeira questão é a unidade e determinação do Ocidente, nenhuma das quais é garantida. Para o especialista, as declarações da Alemanha sobre sua intenção de aumentar os gastos com defesa ainda não se concretizaram. Em 2023, o orçamento militar alemão vai ser menor do que em 2022 e a compra do F-35 parece estar paralisada por entraves burocráticos, frisou.
Ao se voltar para a França, Bolton criticou a proposta do presidente francês Emmanuel Macron de que a futura arquitetura de segurança europeia deveria incluir garantias para a Rússia.
"Cada dia que passa sem que o Exército russo se retire da Ucrânia corre o risco de aumentar as tensões no Ocidente", concluiu Bolton.