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Guerrilheiros do ELN da Colômbia negam cessar-fogo com o governo

© AP Photo / Ivan ValenciaGustavo Petro aguarda para iniciar seu discurso com balanço dos 100 dias de sua gestão, no Palácio de Nariño, sede da presidência da Colômbia. Bogotá, 15 de novembro de 2022
Gustavo Petro aguarda para iniciar seu discurso com balanço dos 100 dias de sua gestão, no Palácio de Nariño, sede da presidência da Colômbia. Bogotá, 15 de novembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 03.01.2023
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Na madrugada de 31 de dezembro, o presidente colombiano, Gustavo Petro, anunciou um aclamado cessar-fogo com o grupo. Em comunicado, o ELN informou que nenhum acordo foi discutido.
Rebeldes do Exército de Libertação Nacional (ELN) da Colômbia negaram nesta terça-feira (3) ter concordado com um cessar-fogo de seis meses com o governo, jogando água fria em um anúncio amplamente aclamado do presidente colombiano, Gustavo Petro.
Na véspera do Ano Novo, Petro tweetou que uma trégua foi acordada com os cinco maiores grupos armados do país, incluindo o ELN, enquanto se aguarda as negociações de paz em andamento.
"Temos um acordo com o Exército de Libertação Nacional, a Segunda Marquetalia, o Estado-Maior Central [dos dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, FARC], as Autodefesas Unidas da Colômbia [AUC] e as Autodefesas de Serra Nevada a partir de 1º de janeiro até o dia 30 de junho, prorrogável de acordo com os avanços nas negociações. A paz total será uma realidade", afirmou o presidente.
No entanto, em um comunicado divulgado nesta terça, o ELN informou que "não discutiu nenhum cessar-fogo bilateral com o governo de Gustavo Petro, portanto esse acordo não existe".

"Dissemos várias vezes que o ELN só cumpre o que é discutido e acordado na mesa de negociações. Um decreto unilateral do governo não pode ser aceito como um acordo", disse o comunicado.

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O grupo disse que "uma vez concluído o que está planejado, o grupo estará pronto para discutir a proposta de cessar-fogo bilateral", referindo-se às conversações previstas.
Em resposta, o chefe da equipe de negociação do governo, Otty Patino, admitiu que nenhum cessar-fogo foi assinado.

"O decreto ainda não é válido, não tem números, aparece como uma proposta. Sim, foi discutido (em Caracas), mas na época não foi decidido nada conclusivo", disse ele à W Radio.

As negociações entre o governo colombiano e o ELN estão em andamento desde novembro do ano passado. Uma primeira rodada de negociações de paz desde que Petro chegou ao poder, em agosto, foi concluída em Caracas, na Venezuela, em 12 de dezembro, sem um pacto de cessar-fogo. Outra rodada de negociações está prevista para ocorrer no México, ainda sem data definida.
No mês passado, o ELN anunciou um cessar-fogo unilateral da véspera de Natal até ontem (2). O governo, então, pediu a outros grupos que se juntassem à trégua.
A trégua vigoraria "de 1º de janeiro a 30 de junho de 2023" e foi declarada "prorrogável dependendo do andamento das negociações".
O anúncio foi visto como um passo importante na busca do primeiro presidente de esquerda da Colômbia pela "paz total" após décadas de conflito sangrento.
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Posteriormente o governo disse que a trégua seria monitorada pelas Nações Unidas, pelo ombudsman de direitos humanos da Colômbia e pela Igreja Católica.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, saudou o anúncio de Petro como algo "que traz esperança renovada de paz abrangente para o povo colombiano no início do ano novo".
A Colômbia sofreu mais de 50 anos de conflito armado entre o Estado e vários grupos de guerrilheiros de esquerda, paramilitares de direita e narcotraficantes.
Apesar de um pacto de paz que viu os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia se desarmarem, em 2017, grupos armados continuam presos em disputas mortais por receitas do tráfico de drogas e outros negócios ilegais.
A Colômbia é o maior produtor mundial de cocaína. As negociações entre o governo e os grupos armados, que somam um total estimado de 15 mil combatentes, até agora não conseguiram acabar com a espiral de violência que envolve o país.
O instituto de pesquisa Indepaz registrou quase 100 massacres na Colômbia no ano passado. Estimativas oficiais são de que cerca de 3.500 combatentes do ELN estão presentes em 22 dos 32 departamentos da Colômbia.
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