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Lula alfineta Braga Netto ao justificar o motivo pelo qual optou por intervenção federal no DF

© AP Photo / Eraldo PeresO presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conduz a primeira reunião ministerial do novo mandato, no Palácio da Alvorada. Brasília (DF), Brasil, 6 de janeiro de 2023
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conduz a primeira reunião ministerial do novo mandato, no Palácio da Alvorada. Brasília (DF), Brasil, 6 de janeiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 18.01.2023
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O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) explicou o motivo pelo qual optou pela intervenção federal no Distrito Federal no lugar da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que daria às Forças Armadas o poder da segurança na capital federal após os ataques de 8 de janeiro, quando bolsonaristas depredaram os prédios dos Três Poderes.
De acordo com o chefe do Executivo, sua decisão se baseou no decreto da GLO no Rio de Janeiro, assinado pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) em 2017 e que, posteriormente, em fevereiro de 2018, levaria o general Braga Netto, ex-candidato à vice-presidência na chapa de Jair Bolsonaro (PL), à chefia das forças de segurança fluminenses por meio de mais um decreto de intervenção federal.
Lula, no entanto, não citou Braga Netto nominalmente em entrevista cedida à emissora GloboNews no começo da noite desta quarta-feira (18).

"[A decisão pela intervenção] Vinha de uma experiência que eu vi no Rio de Janeiro, quando fizeram a GLO no Rio de Janeiro, o Pezão, que era o governador, virou rainha da Inglaterra", declarou sobre a decisão. "O importante é que fui eleito presidente da República desse país, e eu não ia abrir mão de cumprir com as minhas funções e exercer o poder na sua plenitude."

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadem o Congresso Nacional em protesto contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), empossado em 1º de janeiro de 2023. Brasília (DF), 8 de janeiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 18.01.2023
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Mídia: ataque de bolsonaristas radicais ao Congresso brasileiro envolveu táticas de guerrilha

Sobre Jair Bolsonaro, derrotado nas eleições do ano passado, Lula declarou que "vai depender da investigação da participação dele no processo todo. Vai depender da Justiça. Eu não considero ninguém carta fora do baralho. O que eu acho é que devemos ter mais celeridade. Se Bolsonaro teve participação, ele deve ser punido, e se tornar inelegível".

O presidente confessou que ficou irritado ao ver as cenas de invasão de radicais bolsonaristas inconformados com o resultado das eleições.
Na visão do chefe do Executivo, a inteligência federal (composta pelas Forças Armadas) falhou ao não monitorar e informá-lo sobre o episódio dos ataques aos prédios públicos.
Ele disse que sua viagem a São Paulo ocorreu para visitar sua residência no dia anterior dos ataques, e que não iria ao estado caso tivesse mais informações preliminares acerca das invasões.
Aproveitando a ocasião da viagem, Lula dirigiu-se a Araraquara para se solidarizar pelas vítimas e pelos estragos das chuvas.
De lá, foi avisado da aglomeração dos radicais. Seguiu acompanhando "pelo computador" na sede da prefeitura local, conforme declarou.
A irritação ocorreu porque Lula afirmou que viu as invasões recrudesceram sem que barreiras das forças de segurança fossem feitas.
Cabe ao governo do DF a responsabilidade pela segurança dos palácios do Planalto, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Congresso Nacional, depredados no dia 8.

"A minha mágoa é que houve negligência, houve negligência de quem deveria cuidar do Planalto. Não sei se foi do [ex] secretário [Anderson Torres, responsável pelo controle das forças do DF] (...) Vamos apurar, com muita paciência. Não quero ser precipitado. As pessoas vão ser presas, vão ser ouvidas, vão ter direito à defesa e vão ser punidas. Quem não cometeu crimes, vai ser liberado. Vamos respeitar o direito da presunção de inocência", disse. "Fiquei com a impressão de que era um começo de um golpe de Estado. Eu fiquei com a impressão, inclusive, que o pessoal estava acatando ordem e orientação que o Bolsonaro deu durante muito tempo, muito tempo ele mandou invadir a Suprema Corte, muito tempo ele desacreditou do Congresso Nacional, muito tempo ele pedia que o povo andasse armado, que isso era democracia", acrescentou.

Agente da Polícia Civil - Sputnik Brasil, 1920, 17.01.2023
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Segundo bolsonarista suspeito de tentar explodir aeroporto de Brasília é preso em MT
Lula disse que "todos que participaram dos atos golpistas serão punidos, serão afastados das suas funções e responderão perante a lei".
O ex-ministro de Bolsonaro e ex-secretário da Segurança do DF, Anderson Torres, foi preso. Ele ficou em silêncio hoje (18) em depoimento à Polícia Federal (PF).
Ibaneis Rocha (MDB), governador do DF, foi afastado por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, por um período de três meses na noite do dia 8. A decisão foi posteriormente ratificada pelo colegiado da Suprema Corte brasileira.
Questionado pela jornalista Natuza Nery sobre os desafios de governar com a oposição da extrema-direita, Lula lembrou que ela existe em todo o mundo, com um discurso quase universal baseado nas nuances de "pátria armada" e "religiosidade".

"Precisamos evitar o ressurgimento do nazismo e do fascismo. Precisamos convencer que a democracia é melhor", enfatizou Lula. "A democracia só vai vingar se cuidarmos do povo (...) Quero cuidar desse país. É possível cuidar desse povo", prosseguiu, elencando o combate à fome, a segurança pública e o emprego como medidas de garantir o tema.

O presidente também comentou os desafios econômicos e ambientais do seu governo, além de confirmar que receberá o chanceler alemão, Olaf Scholz, no próximo dia 30.
Manifestantes bolsonaristas entram em confronto com a polícia em meio à invasão de prédios públicos na capital brasileira. Brasília (DF), 8 de janeiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 11.01.2023
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Polícia Federal determina que 1.398 'manifestantes' ficarão presos após ataques em Brasília
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