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Ex-membro do Pentágono lamenta gastos militares 'escandalosamente elevados' e sugere corte de 40-50%

© AP Photo / J. Scott ApplewhitePat Ryder, brigadeiro-general da Força Aérea dos EUA e porta-voz do Departamento de Defesa do país, fala aos repórteres no Pentágono, Washington, EUA, 10 de fevereiro de 2023
Pat Ryder, brigadeiro-general da Força Aérea dos EUA e porta-voz do Departamento de Defesa do país, fala aos repórteres no Pentágono, Washington, EUA, 10 de fevereiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 11.02.2023
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Um ex-secretário interino da Defesa americana invocou as despesas em guerras como a do Iraque, que aconteceu "ao serviço de uma mentira", e o fim do conflito lá como argumento para as reduzir.
Chris Miller, ex-secretário interino da Defesa dos EUA (2020-2021), apelou a "cortar drasticamente" o orçamento do complexo industrial-militar dos EUA e para parar de demonizar a China.
"Criamos um empreendimento inteiro que se concentra economicamente na criação de uma crise para justificar os gastos escandalosamente elevados da defesa", disse Miller, falando em uma entrevista à emissora norte-americana CBS.
Tendo o complexo industrial-militar se tornado um "monstro com cabeça de hidra" e "praticamente sem freios na máquina de guerra americana", Miller disse que "você tem que matar a besta de fome para fazer as pessoas saírem de seus cubículos e começarem a pensar de forma criativa".
O ex-secretário interino da Defesa condenou inclusive o atual comportamento de brandir as armas, caraterístico dos políticos americanos, sobre a suposta ameaça que emana da China. Ele argumentou que, "ao invocar constantemente o fato de que os chineses são a maior ameaça à América e tudo o resto", a classe política de Washington dá à liderança chinesa a "oportunidade" de "ter um inimigo no qual eles possam concentrar a raiva e a atenção de seu povo".
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Chris Miller propôs no seu novo livro de memórias "Secretário Soldado" ("Soldier Secretary", em inglês) cortar os gastos do Pentágono em 40% a 50%, para que estes se aproximem dos níveis de gastos anteriores ao 11 de setembro de 2001, visto que os EUA "não estão mais travando guerras no Afeganistão e no Iraque".
"O reconhecimento de que tantos sacrifícios foram no fim feitos ao serviço de uma mentira, como no Iraque, ou para promover uma ilusão, como na fantasia utópica dos neoconservadores de um Oriente Médio democrático [...] ainda faz meu sangue ferver, e provavelmente continuará [fazendo] até o dia em que eu morrer", escreveu.
Em uma entrevista publicada na quinta-feira (9) no jornal norte-americano The Hill ele ainda mostrou preocupação com o fato de que "há as pessoas que perdem guerras e acabam avançando para outras posições de poder e riqueza, e isso é o que realmente me incomoda".
Apesar de tudo, Miller não expressou muito otimismo de que os legisladores darão ouvidos ao seu apelo por um orçamento mais razoável para o Departamento de Defesa.
"Não há incentivo para reduzir os gastos militares. Acho que há sussurros, mas [precisamos] de alguém com coragem e experiência para entrar lá e forçá-lo."
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