Da proibição do TikTok à criação de comitês especiais, até onde chega rivalidade EUA-China?
© AP Photo / J. Scott ApplewhiteO presidente Mike Gallagher, republicano de Wisconsin, chega para uma reunião do recém-formado Comitê Restrito da Câmara dos Representantes sobre a Rivalidade Estratégica entre os Estados Unidos e o Partido Comunista da China, uma vez que o comitê aprova suas regras antes de uma audiência no horário nobre nesta noite, no Capitólio, em Washington, na terça-feira, 28 de fevereiro de 2023.
© AP Photo / J. Scott Applewhite
Nos siga no
A rivalidade entre a China e os EUA está ganhando força. Além de impor sanções e proibir certos produtos chineses, os EUA criaram recentemente um comitê especial dedicado ao antagonismo entre os dois países. Washington já não faz segredo de sua intenção de enfrentar a China, segundo El País.
O artigo destaca que os EUA têm intensificado recentemente a pressão sobre a China em várias áreas – diplomática, tecnológica e até mesmo médica – à medida que a hostilidade entre Washington e Pequim se torna cada vez mais aguda.
"A postura de Washington e Pequim também reflete a deterioração gradual das relações, onde a rivalidade - seja geopolítica, militar ou comercial - é cada vez mais acentuada. A desconfiança é o sentimento principal, evidenciado pela crise provocada pelo balão chinês [...] A proximidade das eleições presidenciais de 2024 também faz com que uma posição dura contra a China seja politicamente vantajosa", aponta o artigo.
Neste contexto, o recém-formado comitê da Câmara dos Representantes responsável pelo estudo da rivalidade econômica entre os EUA e a China realizou na terça-feira (28) a sua primeira audiência.
O presidente do comitê, Mike Gallagher, enfatizou que a competição com a China é "uma luta existencial sobre como será a vida no século 21".
O que já foi feito?
Após acusações e ameaças verbais à China por parte de altos funcionários dos EUA, inclusive do presidente, sobre supostos planos de Pequim de fornecer armas à Rússia, as medidas econômicas não demoraram a chegar.
Depois de ter imposto sanções às empresas chinesas na semana passada por seus relacionamentos com militares russos, o Departamento de Comércio dos EUA impôs limites rigorosos às operações de empresas chinesas fabricantes de semicondutores.
Ademais, uma velha narrativa ressurgiu: as origens da COVID-19.
Um dos principais pomos de discórdia entre Washington e Pequim, segundo o artigo, durante a presidência de Donald Trump, a questão da origem da COVID-19 tinha sido posta de lado depois que a investigação encomendada por Biden não tinha dado resultados conclusivos.
Mas, nesta semana, um relatório atualizado do Departamento de Energia dos EUA relatou de repente que a pandemia podia ter sido resultado de um vazamento de laboratório na cidade chinesa de Wuhan, onde os primeiros casos da doença foram detectados.
O diretor do FBI, Chris Wray, alimentou a controvérsia ao alegar que sua agência "considera há bastante tempo que as origens da pandemia são muito provavelmente um potencial incidente de laboratório em Wuhan".
Além disso, um projeto de lei recentemente apresentado pelos republicanos permite a Biden proibir a rede social chinesa extremamente popular TikTok, que já foi proibida nos dispositivos eletrônicos das autoridades federais.
De acordo com os autores, a rivalidade vai continuar à medida que a pressão aumenta. Porém, embora o secretário de Estado, Antony Blinken, tenha cancelado sua visita planejada a Pequim após o incidente do balão, ele se encontrou com Wang Yi, presidente da Comissão de Relações Exteriores da China, em Munique, uma semana depois.