https://noticiabrasil.net.br/20230314/como-aukus-divide-a-asia-para-que-serve-e-a-que-levara-especialistas-explicam-28046716.html
Como AUKUS divide a Ásia, para que serve e a que levará? Especialistas explicam
Como AUKUS divide a Ásia, para que serve e a que levará? Especialistas explicam
Sputnik Brasil
O presidente dos EUA e os primeiros-ministros britânico e australiano se reuniram na Califórnia para atualizar os princípios-chave e características da aliança... 14.03.2023, Sputnik Brasil
2023-03-14T13:01-0300
2023-03-14T13:01-0300
2023-03-14T13:01-0300
panorama internacional
aukus
submarino
submarino nuclear
china
ásia-pacífico
marinha
eua
austrália
reino unido
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e7/03/0e/28044737_0:161:3069:1887_1920x0_80_0_0_11cd97d2d2080aa1a0ab61fded19b61c.jpg
Embora os países-membros da aliança AUKUS (EUA, Austrália e Reino Unido), reunidos na segunda-feira (13), tenham afirmado não se concentrarem em nenhum adversário específico, a aliança é claramente, por sua estrutura e por comentários de suas nações integrantes, destinada a "dissuadir" a China na região do Indo-Pacífico.Qual é o propósito do AUKUS?A última vez que os EUA, a Austrália e o Reino Unido se uniram "para combater agressão no Pacífico" foi há mais de 70 anos, quando lutaram contra o Japão.Em setembro de 2021, estes países designaram a China como seu principal inimigo na Ásia-Pacífico e começaram a formar ativamente uma aliança militar contra Pequim.O pacto trilateral de cooperação de segurança AUKUS é mais conhecido por prever construir submarinos de propulsão nuclear para a Austrália usando tecnologia norte-americana e britânica.Qual é o preço que Austrália pagará por sua participação no AUKUS?Segundo o Washington Post, o acordo, no valor de mais de US$ 67 bilhões (R$ 351 bilhões), pressupõe que submarinos norte-americanos da classe Virginia começarão a chegar à Austrália a partir de 2032, enquanto os submarinos britânicos SSN-AUKUS, projetados especificamente para a aliança, não chegarão ao continente australiano até os anos 2040.A própria Austrália também deve ter permissão para construir SSN-AUKUS de propulsão nuclear, utilizando tecnologia dos EUA e do Reino Unido.Para a adesão ao AUKUS, Camberra teve que romper um contrato de € 56 bilhões (R$ 314,3 bilhões) com a empresa francesa Naval Group que devia fornecer 12 submarinos de ataque da classe Barracuda.A França chamou a decisão da Austrália de quebrar o acordo de "punhalada nas costas", mas não se decidiu a expressar abertamente seu descontentamento em face do novo mentor da aliança – os Estados Unidos.Por que planos do AUKUS não agradam aos cidadãos australianos?Os australianos estão preocupados com o futuro posicionamento de submarinos de propulsão nuclear ao largo da costa do país. Muitos acham que o acordo com os Estados Unidos e o Reino Unido representa um risco potencial para a soberania australiana, aponta o canal ABC.Neste caso, os portos onde os submarinos nucleares ficarão baseados se tornarão alvos potenciais do inimigo, pois passarão de comerciais a militares, privando muitos australianos de seus negócios.Além disso, a Austrália vai enfrentar a questão de como os submarinos nucleares serão controlados? O que fazer com os resíduos nucleares e o descomissionamento dos submarinos nucleares?As autoridades têm estado teimosamente silenciosas quanto a isso, o que só aumenta as preocupações dos australianos, observa o ABC.Quem mais no mundo está preocupado com planos do AUKUS?Além dos franceses, que perderam muito dinheiro, a Indonésia também expressou insatisfação com o surgimento de uma nova aliança militar na Ásia-Pacífico.Anteriormente a edição Asia News Network relatou que a ministra das Relações Exteriores da Indonésia informou a sua homóloga australiana que Camberra deve tornar transparentes suas atividades no AUKUS e cumprir rigorosamente o Tratado de Não Proliferação Nuclear.Caso contrário, a rivalidade entre a China e as potências ocidentais poderia se transformar em um conflito aberto que afetaria todos os países da região.A Rússia também vê riscos no fato de a Austrália ter uma frota movida a energia nuclear.O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, lembrou que os EUA haviam explicado sua retirada do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário pela necessidade de compensar os esforços da Rússia e da China em desenvolver mísseis com um alcance alegadamente proibido pelo tratado.Agora Washington insiste em implantar submarinos de propulsão nuclear na Austrália, ostensivamente para compensar a crescente capacidade naval da China. De acordo com Shoigu, tais ações visam diretamente solapar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e conduzirão a uma nova corrida armamentista nuclear.Não surpreende que as críticas à aliança trilateral venham de Pequim, que considera a parceria EUA-Reino Unido-Austrália contra a China uma sobrevivência da Guerra Fria.As autoridades chinesas acreditam que a participação da Austrália no AUKUS ameaça o país com grandes problemas nas relações com Pequim, que apenas começaram a melhorar após três anos de guerra comercial, escreve a revista Foreign Policy.Pequim também lembra que o pacto AUKUS envolve o intercâmbio de informações e tecnologia entre os três países em áreas que vão desde inteligência e tecnologias quânticas até armas hipersônicas, o que torna a situação na região ainda mais explosiva.Segundo o analista militar russo Igor Korotchenko, a entrega dos submarinos nucleares está claramente ligada ao enfrentamento da China, que anunciou que pretende construir "o melhor Exército do mundo", e é também uma resposta demonstrativa às recentes decisões de Pequim de dar a Xi Jinping um mandato de fato ilimitado como presidente da China.De fato, isso é uma "OTANização" da região da Ásia-Pacífico, que também envolve outros países, segundo ele. Até agora, a Índia tem tomado uma posição cautelosa. Embora tenha suas próprias situações de conflito com a China, ela não quer agravar as relações bilaterais.
https://noticiabrasil.net.br/20230314/aukus-em-acao-biden-anuncia-lancamento-de-plano-para-entrega-de-submarinos-nucleares-a-australia-28039216.html
https://noticiabrasil.net.br/20230314/treinamento-de-militares-australianos-em-submarinos-nucleares-dos-eua-ja-comecou-diz-md-australiano-28041023.html
https://noticiabrasil.net.br/20230301/por-que-apesar-do-desejo-de-paz-a-corrida-armamentista-na-asia-pacifico-esta-aumentando-27886955.html
https://noticiabrasil.net.br/20230119/eua-estao-promovendo-nova-militarizacao-do-japao-para-combater-a-china-27069435.html
https://noticiabrasil.net.br/20230314/agora-eles-tem-uma-bela-alianca-politica-de-biden-aticou-parceria-entre-china-e-russia-diz-trump-28038482.html
china
ásia-pacífico
austrália
reino unido
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
2023
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
notícias
br_BR
Sputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
https://cdn.noticiabrasil.net.br/img/07e7/03/0e/28044737_170:0:2899:2047_1920x0_80_0_0_059cf2a58025c99e5cd6dcfe41de5973.jpgSputnik Brasil
contato.br@sputniknews.com
+74956456601
MIA „Rossiya Segodnya“
aukus, submarino, submarino nuclear, china, ásia-pacífico, marinha, eua, austrália, reino unido
aukus, submarino, submarino nuclear, china, ásia-pacífico, marinha, eua, austrália, reino unido
Como AUKUS divide a Ásia, para que serve e a que levará? Especialistas explicam
O presidente dos EUA e os primeiros-ministros britânico e australiano se reuniram na Califórnia para atualizar os princípios-chave e características da aliança trilateral de defesa AUKUS. A aliança planeja fornecer submarinos de propulsão nuclear para a Austrália, estabelecendo definitivamente a China como o inimigo potencial.
Embora os países-membros da aliança AUKUS (EUA, Austrália e Reino Unido), reunidos na segunda-feira (13), tenham afirmado não se concentrarem em nenhum adversário específico, a aliança é claramente, por sua estrutura e por comentários de suas nações integrantes, destinada a "dissuadir" a China na região do Indo-Pacífico.
Qual é o propósito do AUKUS?
A última vez que os EUA, a Austrália e o Reino Unido se uniram "para combater agressão no Pacífico" foi há mais de 70 anos, quando lutaram contra o Japão.
Em setembro de 2021, estes países designaram a China como seu principal inimigo na Ásia-Pacífico e começaram a formar ativamente uma aliança militar contra Pequim.
O pacto trilateral de cooperação de segurança AUKUS é mais conhecido por prever construir submarinos de propulsão nuclear para a Austrália usando tecnologia norte-americana e britânica.
Qual é o preço que Austrália pagará por sua participação no AUKUS?
Segundo o Washington Post, o acordo, no valor de mais de
US$ 67 bilhões (R$ 351 bilhões), pressupõe que submarinos norte-americanos da classe Virginia começarão a chegar à Austrália a partir de 2032, enquanto os submarinos britânicos SSN-AUKUS, projetados especificamente para a aliança, não chegarão ao continente australiano até os anos 2040.
A própria Austrália também deve ter permissão para construir SSN-AUKUS de propulsão nuclear, utilizando tecnologia dos EUA e do Reino Unido.
Para a adesão ao AUKUS, Camberra teve que romper um contrato de € 56 bilhões (R$ 314,3 bilhões) com a empresa francesa Naval Group que devia fornecer 12 submarinos de ataque da classe Barracuda.
A França chamou a decisão da Austrália de quebrar o acordo de "punhalada nas costas", mas não se decidiu a expressar abertamente seu descontentamento em face do novo mentor da aliança – os Estados Unidos.
Por que planos do AUKUS não agradam aos cidadãos australianos?
Os australianos estão preocupados com o futuro posicionamento de submarinos de propulsão nuclear ao largo da costa do país. Muitos acham que o acordo com os Estados Unidos e o Reino Unido representa um
risco potencial para a soberania australiana,
aponta o canal ABC.
Neste caso, os portos onde os submarinos nucleares ficarão baseados se tornarão alvos potenciais do inimigo, pois passarão de comerciais a militares, privando muitos australianos de seus negócios.
Além disso, a Austrália vai enfrentar a questão de como os submarinos nucleares serão controlados? O que fazer com
os resíduos nucleares e o descomissionamento dos submarinos nucleares?
As autoridades têm estado teimosamente silenciosas quanto a isso, o que só aumenta as preocupações dos australianos, observa o ABC.
Quem mais no mundo está preocupado com planos do AUKUS?
Além dos franceses, que perderam muito dinheiro, a Indonésia também expressou insatisfação com o surgimento de uma nova aliança militar na Ásia-Pacífico.
Anteriormente a edição Asia News Network
relatou que a ministra das Relações Exteriores da Indonésia informou a sua homóloga australiana que Camberra deve tornar transparentes suas atividades no AUKUS e cumprir rigorosamente o Tratado de Não Proliferação Nuclear.
Caso contrário, a rivalidade entre a China e as potências ocidentais poderia se transformar em um conflito aberto que afetaria todos os países da região.
A Rússia também vê riscos no fato de a Austrália ter uma
frota movida a energia nuclear.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, lembrou que os EUA haviam explicado sua retirada do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário pela necessidade de compensar os esforços da Rússia e da China em desenvolver mísseis com um alcance alegadamente proibido pelo tratado.
Agora Washington insiste em implantar submarinos de propulsão nuclear na Austrália, ostensivamente para compensar a crescente capacidade naval da China. De acordo com Shoigu, tais ações visam diretamente solapar o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e conduzirão a uma nova corrida armamentista nuclear.
Não surpreende que as críticas à aliança trilateral venham de Pequim, que considera a parceria EUA-Reino Unido-Austrália contra a China uma sobrevivência da Guerra Fria.
As autoridades chinesas acreditam que a participação da Austrália no AUKUS ameaça o país com grandes problemas nas relações com Pequim, que apenas
começaram a melhorar após três anos de guerra comercial,
escreve a revista Foreign Policy.
Pequim também lembra que o pacto AUKUS envolve o intercâmbio de informações e tecnologia entre os três países em áreas que vão desde inteligência e tecnologias quânticas até armas hipersônicas, o que torna a situação na região ainda mais explosiva.
19 de janeiro 2023, 08:38
Segundo o analista militar russo Igor Korotchenko, a entrega dos submarinos nucleares está claramente ligada ao enfrentamento da China, que anunciou que pretende construir "o melhor Exército do mundo", e é também uma resposta demonstrativa às recentes decisões de Pequim de dar a Xi Jinping um mandato de fato ilimitado como presidente da China.
"A Austrália se torna assim um parceiro importante dos EUA e do Reino Unido na região da Ásia-Pacifico, juntamente com a Coreia do Sul e o Japão. Em outras palavras, estes são os primeiros passos em direção a uma frota de submarinos nucleares completa, adaptada para operações militares contra a China", afirma o especialista.
De fato, isso é uma "OTANização" da região da Ásia-Pacífico, que também envolve outros países, segundo ele. Até agora, a Índia tem tomado uma posição cautelosa. Embora tenha suas próprias situações de conflito com a China, ela não quer agravar as relações bilaterais.
"Se isto vai aumentar as tensões na região ainda é difícil dizer, já que não acontecerá antes dos anos 2030. E não estamos falando de armas nucleares, mas de sistemas de propulsão nuclear [...] Os submarinos com motor nuclear dariam à Marinha australiana muito mais poder estratégico, porque poderiam permanecer no mar por meses. Além disso, a Austrália também vai realizar vigilância eletrônica da frota chinesa. Portanto, não se trata apenas de submarinos, se trata de um confronto sistêmico com a China."