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Especialistas: EUA arrastam Filipinas para confronto geopolítico entre OTAN e China

© AP Photo / Aaron FavilaO comandante de um regimento de artilharia do Exército filipino Anthony Coronel, à esquerda, retorna a continência de um soldado americano durante um exercício militar conjunto chamado Salaknib em Laur, província de Nueva Ecija, norte das Filipinas, em 31 de março de 2023.
O comandante de um regimento de artilharia do Exército filipino Anthony Coronel, à esquerda, retorna a continência de um soldado americano durante um exercício militar conjunto chamado Salaknib em Laur, província de Nueva Ecija, norte das Filipinas, em 31 de março de 2023.  - Sputnik Brasil, 1920, 05.04.2023
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Em abril, unidades militares norte-americanas poderão ser instaladas em novas bases pertencentes às Filipinas. Especialistas explicaram à Sputnik o que isso pode significar e a que consequências a expansão da presença norte-americana no mar do Sul da China pode levar.
A embaixada dos EUA em Manila anunciou na terça-feira (4) que o exercício militar conjunto americano-filipino Balikatan-2023 será realizado por todas as Filipinas de 11 a 28 de abril.
O exercício será o maior de todos os tempos. Mais de 5.000 militares do Exército filipino e mais de 12.000 soldados dos EUA vão participar neste ano, em comparação com cerca de 9.000 militares envolvidos nos exercícios do ano passado.
A parte filipina disse anteriormente que uma característica especial do próximo exercício é a realização de exercícios de tiro real. Os participantes também vão conduzir operações anfíbias e aéreas, antiterroristas, de cibersegurança e de ajuda humanitária.
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O anúncio foi feito um dia depois de o governo filipino ter revelado que vai permitir aos EUA estacionar suas unidades militares continuamente em quatro novas bases militares. Assim, o número de tais instalações aumenta para nove.
É provável que os Estados Unidos já planejem treinar e depois deixar os primeiros grupos de soldados e equipamentos militares nas novas bases durante o exercício Balikatan-2023.
Provavelmente os próprios vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, e secretário de Defesa, Lloyd Austin, incentivaram as Filipinas a lhes permitir usarem estes quatro locais por cinco meses durante suas visitas às Filipinas.
A intensa atividade dos EUA se explica, em particular, por as novas instalações incluírem a base naval filipina em Santa Ana e o aeroporto internacional de Lal-lo, ambos na província de Cagayan, que fica perto de Taiwan e do sul da China continental. Mais duas bases ficam na província Isabela, também no norte, e na ilha de Balabac, no sul do mar do Sul da China.
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O especialista do Instituto de Estudos do Mar do Sul da China Chen Xiangmiao acredita que a presença dos norte-americanos nas novas instalações militares filipinas aumentará o potencial de influência militar dos EUA no estreito de Taiwan e no mar do Sul da China.

"A possibilidade de destacar tropas americanas [...] expandiria a presença militar americana perto do mar do Sul da China como parte de sua estratégia para o Indo-Pacífico. A ilha de Balabac [...] é importante para aumentar as atividades de inteligência dos EUA ou a pressão militar sobre a China e outros Estados da bacia do mar do Sul da China [...] As outras três novas bases poderiam ser usadas principalmente pelos militares dos EUA para responder à situação no estreito de Taiwan a partir do sul. Do norte, os americanos têm apoio para seus planos na área graças às ilhas próximas japonesas", explica ele à Sputnik.

Segundo o analista militar e vice-presidente da Academia Russa de Mísseis e Ciências de Artilharia, Konstantin Sivkov, os EUA tentam arrastar as Filipinas para um confronto com a China.
"Para os americanos, as Filipinas são uma importante cabeça de ponte para ações contra a China no mar do Sul da China e no estreito de Taiwan. A China certamente vai tomar medidas de forma militar, inclusive através do aumento de suas forças no sul", afirma o analista.
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O chefe do Escritório da Comissão de Relações Exteriores do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCC), Wang Yi, disse que a China já remeteu uma mensagem para as Filipinas de que é inaceitável permitir que uma terceira parte prejudique as relações amigáveis entre os dois países.
O funcionário chinês pediu às Filipinas que permanecessem comprometidas com a resolução adequada das divergências através da comunicação e do diálogo.
O especialista Dmitry Mosyakov, do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia, aponta que a China não ignorará uma possível mudança no equilíbrio de poder na região em favor dos EUA.

"A China está se esforçando seriamente para eliminar a ameaça à sua segurança. Ela está reforçando as ilhas artificiais", disse Mosyakov.

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Em sua opinião, os EUA realizam preparações para a entrada da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) na região.

"Os americanos estão agora tentando com todas as suas forças criar a analogia de um bloco militar na Ásia [...] Somente a chegada da OTAN pode realmente fazer uma grande diferença [...] Os americanos estão agora aparentemente preparando essa infraestrutura nas Filipinas, talvez não tanto para os americanos quanto para as forças da OTAN", acredita o especialista.

Segundo a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Mao Ning, a intenção dos EUA de obter bases militares nas Filipinas contradiz o consenso entre a China e a Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês) sobre a manutenção da paz e estabilidade no mar do Sul da China.
Ela disse que os países da região precisam "pensar profundamente" sobre o que é a cooperação mutuamente benéfica para eles para tomarem uma decisão correta que seja verdadeiramente do seu próprio interesse. Os Estados Unidos têm aumentando constantemente sua presença militar no Sudeste Asiático com base em seus próprios interesses. O resultado será inevitavelmente um aumento da tensão, disse a diplomata chinesa.
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