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Cúpula do G7: agenda extensa com resultados mínimos?
Cúpula do G7: agenda extensa com resultados mínimos?
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Os líderes do G7 já adotaram um dia antes do fim da cúpula em Hiroshima o comunicado final, que reflete literalmente todos os problemas do mundo e as opiniões... 22.05.2023, Sputnik Brasil
2023-05-22T12:19-0300
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De acordo com Dmitry Mosyakov, doutor em ciências históricas e professor do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia, o resultado da cúpula é muito fraco.Ele também notou que naquela época eram tomadas decisões internacionais realmente importantes, especialmente na economia em tempos de crise.Segundo Mosyakov, com o tempo as cúpulas do G7 simplesmente esvaziaram, como um balão, tornando-se praticamente uma formalidade. Neste momento, o papel do G7 é desempenhado com sucesso pela cúpula do G20. Lá há vozes completamente diferentes, outras discussões, relevantes para outros países.Isso confirma por que alguns deles foram convidados a Hiroshima pelos líderes do G7. Os países do Grupo dos Sete não desistem de tentar arrastar para o seu rumo político países que pensam de forma diferente, diz Dmitry Mosyakov.Os líderes do G7 iniciam no momento eventos que ocorrem contrariamente aos desejos de muitos países.De acordo com o especialista, essa decisão é um aviso, sobretudo para a China, mas também para a Rússia, de que a OTAN será uma força ativa no Extremo Oriente. Mas, além do avanço da OTAN para o Oriente, a cúpula do G7 não diz nada ao mundo. Porque o que quer que os líderes do G7 aprovem na cimeira será simplesmente para "agitar o ar": sem o potencial de mudar fundamentalmente algo nos atuais acontecimentos geopolíticos e geoeconômicos.Isto também se aplica às relações com Pequim. Assim, os países do G7, em particular, expressaram sua disposição de construir relações construtivas e estáveis com a China, enfatizando que a política do Ocidente "não busca prejudicar a China e dificultar seu desenvolvimento econômico".Portanto, as declarações dos países do G7 sobre as relações com Pequim são um jogo político. Eles querem retornar à forte posição ocidental de domínio liderada pelos EUA, o que exige a remoção efetiva do desafio da China à liderança global.O que o mundo precisa não são palavras e declarações, mas propostas e ações concretas em termos de geopolítica e economia. E em primeiro lugar sobre a crise na Ucrânia. Em vez disso, os países do G7 rejeitaram categoricamente o plano de paz da China para resolver a crise ucraniana.Há uma explicação simples para isso também, resume ele: "O plano chinês não agrada aos EUA e seus aliados no G7, pois não corresponde absolutamente aos seus objetivos. Afinal, eles esperam apenas derrotar a Rússia em seu conflito com a Ucrânia para no futuro usar os ricos recursos russos. Tais ilusões são agora muito populares no Ocidente, e é por isso que esses enormes fundos são investidos no conflito ucraniano. Ou seja, na implementação desse plano, porque se ele decorrer ao contrário de seu cenário, todo o dinheiro ocidental será jogado de fato no vazio".É exatamente por isso, de acordo com o especialista, que os países ocidentais continuam a fornecer à Ucrânia equipamento militar ocidental: seguindo pelo caminho de continuação da escalada, e não da reconciliação das partes na mesa de negociação.Provavelmente, esta é a razão para o convite pessoal de Zelensky a Hiroshima, visto que no momento eles esperam dele não a reconciliação com a Rússia, mas uma contraofensiva bem-sucedida.E isso pode ser considerado o resultado mais paradoxal desta cúpula na pátria do atual primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anteriormente afetada por bombardeios atômicos americanos.Porque o tema principal da cúpula do G7 no país do primeiro-ministro Kishida não foi um plano concreto para uma solução pacífica do conflito na Ucrânia, mas a promessa dos países do Grupo dos Sete para expandir o apoio militar a Kiev, o que poderia levar ao cenário militar mais imprevisível.Ao mesmo tempo, os líderes do G7 expressaram seu desejo por um mundo livre de armas nucleares, condenaram o programa de mísseis nucleares da República Popular Democrática da Coreia, declararam a inadmissibilidade do surgimento de armas nucleares no Irã e apelaram a Israel e à Palestina que se abstenham de ações unilaterais e da violência.Também foi feita referência ao Kosovo e à Sérvia, à luta contra a corrupção, ao terrorismo, às respostas às pandemias e muito mais.Vitaly Shvydko, chefe do sector do Japão no Centro de Pesquisas sobre Ásia-Pacífico, apontou que, apesar de sua posição inequívoca sobre a crise ucraniana, a maioria da classe política do Japão está irritada com o foco excessivo da agenda internacional em questões e eventos europeus.
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Cúpula do G7: agenda extensa com resultados mínimos?
Os líderes do G7 já adotaram um dia antes do fim da cúpula em Hiroshima o comunicado final, que reflete literalmente todos os problemas do mundo e as opiniões dos sete países sobre eles.
De acordo com Dmitry Mosyakov, doutor em ciências históricas e professor do Instituto de Estudos Orientais da Academia de Ciências da Rússia, o resultado da cúpula é muito fraco.
"O efeito da realização de cúpulas do G7 é quase zero e sem sensações. Embora as primeiras cúpulas [do G7] estivessem associadas, metaforicamente falando, aos 'governantes do mundo'", observou o especialista.
Ele também notou que naquela época eram tomadas
decisões internacionais realmente importantes, especialmente na economia em tempos de crise.
"Mas hoje a esfera de decisões dos líderes do 'sete' expandiu-se a tudo. Embora a sua capacidade de influenciar o mundo e de implementar as decisões que eles acordam, pelo contrário, tenha sido bastante reduzida."
Segundo Mosyakov, com o tempo as cúpulas do G7 simplesmente esvaziaram, como um balão, tornando-se praticamente uma formalidade. Neste momento, o papel do G7 é desempenhado com sucesso pela cúpula do G20. Lá há vozes completamente diferentes, outras discussões, relevantes para outros países.
"O G7 é essencialmente um clube seleto de pessoas que pensam da mesma maneira: qualquer problema é debatido com um mínimo de discussão, mas sempre com a solução certa para os EUA. Enquanto o G20 é uma plataforma completamente diferente, onde há muitas vozes. E de países que desempenham um papel cada vez mais importante no mundo, definindo-o. Por exemplo, China, Índia, Rússia, Brasil", destacou o especialista.
Isso confirma por que alguns deles foram convidados a Hiroshima pelos líderes do G7. Os países do Grupo dos Sete não desistem de tentar arrastar para o seu rumo político países que pensam de forma diferente, diz Dmitry Mosyakov.
"Os países do G7 os convidam não como participantes plenos da reunião, mas apenas para 'se sentarem na cadeira ao lado' daqueles que governam o mundo: para ouvir a sua 'visão do mundo' e, consequentemente, aceitá-la para implementação", acrescenta Dmitry Mosyakov. "Embora os representantes desses países possam discutir os problemas que os preocupam e influenciar pessoalmente a sua resolução na cúpula do G20."
Os líderes do G7 iniciam no momento eventos que ocorrem contrariamente aos desejos de muitos países.
"Não é por acaso que a atual cúpula do G7 está a ter lugar em Hiroshima: é precisamente agora que se está preparando uma transferência em grande escala da infraestrutura militar da OTAN para o Leste e o Sudeste Asiático. Na verdade, essa decisão foi tomada em 2022 na cúpula da Aliança do Atlântico Norte em Madri", disse Dmitry Mosyakov.
De acordo com o especialista, essa decisão é um aviso, sobretudo para a China, mas também para a Rússia, de que a OTAN será
uma força ativa no Extremo Oriente.
Mas, além do avanço da OTAN para o Oriente, a cúpula do G7 não diz nada ao mundo. Porque o que quer que os líderes do G7 aprovem na cimeira será simplesmente para "agitar o ar": sem o potencial de mudar fundamentalmente algo nos atuais acontecimentos geopolíticos e geoeconômicos.
Isto também se aplica às relações com Pequim. Assim, os países do G7, em particular, expressaram sua disposição de construir relações construtivas e estáveis com a China, enfatizando que a política do Ocidente "não busca prejudicar a China e dificultar seu desenvolvimento econômico".
Mas essas são apenas palavras habilidosas, acredita Dmitry Mosyakov: "Porque a China é o principal obstáculo para que o G7 obtenha o domínio absoluto no mundo. É precisamente por causa da China, seu crescimento econômico e crescente influência política, que surgiu de maneira bastante objetiva a questão de desafiar a liderança dos mesmos Estados Unidos".
Portanto, as declarações dos países do G7 sobre as relações com Pequim são um jogo político. Eles querem retornar à forte posição ocidental de domínio liderada pelos EUA, o que exige a remoção efetiva do desafio da China à liderança global.
"E Pequim está perfeitamente 'lendo isso' de sua agenda diplomática. Enquanto o Ocidente ainda acredita: ele tem o direito de enganar e induzir em erro outros países sobre suas verdadeiras intenções. Mas esse é o seu grande erro, o mundo mudou", observa o especialista.
O que o mundo precisa não são
palavras e declarações, mas propostas e ações concretas em termos de geopolítica e economia. E em primeiro lugar sobre a crise na Ucrânia. Em vez disso, os países do
G7 rejeitaram categoricamente o plano de paz da China para resolver a crise ucraniana.Há uma explicação simples para isso também, resume ele: "O plano chinês não agrada aos EUA e seus aliados no G7, pois não corresponde absolutamente aos seus objetivos. Afinal, eles esperam apenas derrotar a Rússia em seu conflito com a Ucrânia para no futuro usar os ricos recursos russos. Tais ilusões são agora muito populares no Ocidente, e é por isso que esses enormes fundos são investidos no conflito ucraniano. Ou seja, na implementação desse plano, porque se ele decorrer ao contrário de seu cenário, todo o dinheiro ocidental será jogado de fato no vazio".
É exatamente por isso, de acordo com o especialista, que os países ocidentais continuam a fornecer à Ucrânia equipamento militar ocidental: seguindo pelo caminho de continuação da escalada, e não da reconciliação das partes na mesa de negociação.
Provavelmente, esta é a razão para
o convite pessoal de Zelensky a Hiroshima, visto que no momento eles esperam dele não a reconciliação com a Rússia, mas uma contraofensiva bem-sucedida.
E isso pode ser considerado o resultado mais paradoxal desta cúpula na pátria do atual primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, anteriormente afetada por bombardeios atômicos americanos.
Porque o tema principal da cúpula do G7 no país do primeiro-ministro Kishida não foi um plano concreto para uma solução pacífica do conflito na Ucrânia, mas a promessa dos países do Grupo dos Sete para expandir o apoio militar a Kiev, o que poderia levar ao cenário militar mais imprevisível.
Ao mesmo tempo, os líderes do G7 expressaram seu desejo por um mundo livre de armas nucleares, condenaram o programa de mísseis nucleares da República Popular Democrática da Coreia, declararam a inadmissibilidade do
surgimento de armas nucleares no Irã e apelaram a Israel e à Palestina que se abstenham de ações unilaterais e da violência.
Também foi feita referência ao Kosovo e à Sérvia, à luta contra a corrupção, ao terrorismo, às respostas às pandemias e muito mais.
Vitaly Shvydko, chefe do sector do Japão no Centro de Pesquisas sobre Ásia-Pacífico, apontou que, apesar de sua posição inequívoca sobre a crise ucraniana, a maioria da classe política do Japão está irritada com o foco excessivo da agenda internacional em questões e eventos europeus.
"A chegada de Zelensky se tornou um evento midiático que desviou a atenção dos eventos mais importantes para os países asiáticos e de sua agenda atual. Na avaliação dos resultados da reunião pela opinião pública japonesa, isso será provavelmente mais um sinal negativo do que positivo", enfatizou ele.
