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BRICS ou suicídio no interesse dos EUA: especialistas avaliam opções do mundo multipolar
BRICS ou suicídio no interesse dos EUA: especialistas avaliam opções do mundo multipolar
Sputnik Brasil
A Sputnik pediu a opinião de especialistas sobre os atuais papéis do BRICS e do Ocidente, e suas prováveis trajetórias nos próximos anos. 26.06.2023, Sputnik Brasil
2023-06-26T10:00-0300
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O enorme interesse no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF, na sigla em inglês), apesar das sanções globais antirrussas, e a fila daqueles que querem se juntar ao BRICS, indica que estão acontecendo processos globais irreversíveis, acreditam especialistas entrevistados pela Sputnik.O analista Branko Pavlovic explica que os países preferem se unir cada vez mais a associações diferentes em que "os EUA não estão presentes", e que esses grupos funcionam. Segundo ele, não há lugar para chantagem em tais alianças, e "as capacidades tecnológicas das economias da China, Rússia e Índia tornam o Ocidente praticamente inútil". Pavlovic acredita que, apesar de algumas vantagens tecnológicas ocidentais, os países do BRICS eliminarão essa lacuna em não mais que cinco anos.O especialista cita como exemplo do sucesso do BRICS o Novo Banco de Desenvolvimento, que, de acordo com um relatório recente, concedeu mais de US$ 30 bilhões (R$ 143,61 bilhões) em empréstimos para vários projetos nos países fundadores, enquanto há alguns anos essa soma era de US$ 3 bilhões (R$ 14,36 bilhões).O economista Mahmud Bushatlija, que também falou à Sputnik, destacou o processo de desdolarização, mencionado em negociações entre a Rússia, China e Índia. Ele acredita que os Estados Unidos permanecerão uma grande economia por um longo tempo, "mas nunca mais serão a primeira e a única".Já sobre o "caminho europeu" proclamado por Aleksandar Vucic, presidente da Sérvia, que também admitiu que Bruxelas não quer que Belgrado seja um membro da comunidade, o especialista Branko Pavlovic sugere que se torne membro associado do BRICS, para evitar uma situação como a atual, em que dois terços do comércio estão vinculados à União Europeia."Não se deve hesitar. Se o presidente francês quis participar da cúpula do BRICS, por que não a Sérvia, que tem relações muito melhores com esses países e está comprometida com os princípios do não alinhamento? A ideia de coexistência pacífica encontra sua melhor expressão no BRICS", sugeriu.Busatlija também acredita que o status de observadora da Sérvia no BRICS será suficiente."Nosso objetivo é cooperar com muitos países, porque agora somos uma colônia europeia. A Europa não precisa de nós na UE, porque isso pressupõe igualdade, e então não poderemos estabelecer condições e abusar de nós, como está acontecendo agora", sublinhou ele."Precisamos nos libertar disso e encontrar outros mercados. Mas somos um Estado pequeno e sempre seremos pequenos para o BRICS. É necessário focar no desenvolvimento de relações bilaterais. Podemos encontrar uma linguagem comum com todos os membros do BRICS, mas no BRICS como uma associação, o status de observador é o nosso máximo", concluiu o especialista.
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BRICS ou suicídio no interesse dos EUA: especialistas avaliam opções do mundo multipolar
10:00 26.06.2023 (atualizado: 10:49 26.06.2023) A Sputnik pediu a opinião de especialistas sobre os atuais papéis do BRICS e do Ocidente, e suas prováveis trajetórias nos próximos anos.
O enorme interesse no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF, na sigla em inglês), apesar das sanções globais antirrussas, e a fila daqueles que querem se juntar ao BRICS, indica que estão acontecendo processos globais irreversíveis, acreditam especialistas entrevistados pela Sputnik.
O analista Branko Pavlovic explica que os países preferem se unir cada vez mais a associações diferentes
em que "os EUA não estão presentes", e que esses grupos funcionam. Segundo ele, não há lugar para chantagem em tais alianças, e "as capacidades tecnológicas das economias da China, Rússia e Índia tornam o Ocidente praticamente inútil". Pavlovic acredita que, apesar de algumas vantagens tecnológicas ocidentais, os países do BRICS eliminarão essa lacuna em não mais que cinco anos.
O especialista cita como exemplo do sucesso do BRICS o Novo Banco de Desenvolvimento, que, de acordo com um relatório recente, concedeu mais de US$ 30 bilhões (R$ 143,61 bilhões) em empréstimos para vários projetos nos países fundadores, enquanto há alguns anos essa soma era de US$ 3 bilhões (R$ 14,36 bilhões).
"Quando as pessoas veem isso agora, elas dizem: se nos unirmos ainda mais, isso criará um potencial de desenvolvimento no modelo ganha-ganha. Os motivos para o interesse no BRICS podem ser diferentes, mas, de qualquer forma, eles devem ser vistos como uma grande derrota para a política dos EUA", observa Pavlovic.
O economista Mahmud Bushatlija, que também falou à Sputnik, destacou o processo de desdolarização, mencionado em negociações entre a Rússia, China e Índia. Ele acredita que os Estados Unidos permanecerão uma grande economia por um longo tempo, "mas nunca mais serão a primeira e a única".
Já sobre o "caminho europeu" proclamado por Aleksandar Vucic, presidente da Sérvia, que também admitiu que Bruxelas não quer que Belgrado seja um membro da comunidade, o especialista Branko Pavlovic sugere que se torne membro associado do BRICS, para evitar uma situação como a atual, em que dois terços do comércio estão vinculados à União Europeia.
"A questão não é que seja a UE, mas que
se você estiver vinculado a uma entidade, você compartilha o destino de suas decisões. E quando ela decidir se suicidar no interesse dos Estados Unidos e entrar em recessão e crise nos próximos anos, as consequências afetarão você também", apontou Pavlovic.
"Não se deve hesitar. Se o presidente francês quis participar da cúpula do BRICS, por que não a Sérvia, que tem relações muito melhores com esses países e está comprometida com os princípios do não alinhamento? A ideia de coexistência pacífica encontra sua melhor expressão no BRICS", sugeriu.
Busatlija também acredita que o status de observadora da Sérvia no BRICS será suficiente.
"Nosso objetivo é cooperar com muitos países, porque agora somos uma colônia europeia. A Europa não precisa de nós na UE, porque isso pressupõe igualdade, e então não poderemos estabelecer condições e abusar de nós, como está acontecendo agora", sublinhou ele.
"Precisamos nos libertar disso e
encontrar outros mercados. Mas somos um Estado pequeno e sempre seremos pequenos para o BRICS. É necessário focar no desenvolvimento de relações bilaterais. Podemos encontrar uma linguagem comum com todos os membros do BRICS, mas no BRICS como uma associação, o status de observador é o nosso máximo", concluiu o especialista.