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Departamento de Estado aponta culpas a Biden e Trump por retirada desastrosa dos EUA do Afeganistão

© AP Photo / Alex BrandonBandeira tremula a meio mastro em homenagem aos militares dos EUA e outras vítimas mortas em um ataque terrorista em Cabul, no Afeganistão. Acampamento Justice, base naval da baía de Guantánamo, Cuba, 29 de agosto de 2021
Bandeira tremula a meio mastro em homenagem aos militares dos EUA e outras vítimas mortas em um ataque terrorista em Cabul, no Afeganistão. Acampamento Justice, base naval da baía de Guantánamo, Cuba, 29 de agosto de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 02.07.2023
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O órgão norte-americano revelou o que disse serem as causas do caos em que se transformou a saída das forças americanas do país asiático em 2021.
Donald Trump, ex-presidente dos EUA (2017-2021), e o atual mandatário Joe Biden são responsáveis pela caótica retirada dos EUA do Afeganistão em 2021, concluiu um relatório do Departamento de Estado divulgado na sexta-feira (30).
O relatório concluiu que a decisão do governo Biden de acelerar a evacuação dos afegãos que haviam ajudado as forças dos EUA e da OTAN ao longo dos 20 anos de ocupação do país ajudou a desencadear um efeito dominó que desintegrou o governo do Afeganistão.
"À medida que as condições no terreno se deterioravam e as perspectivas de negociações de paz bem-sucedidas entre o governo afegão e o Talibã diminuíam, a liderança do Departamento [de Estado] e da Embaixada em Cabul enfrentou o dilema de que a redução significativa da presença remanescente dos EUA no Afeganistão e a aceleração da saída de afegãos em risco corriam o risco de minar a confiança no governo afegão e desencadear o próprio colapso que os Estados Unidos esperavam evitar", apontou o texto.
Segundo o relatório, "durante ambas as administrações, houve consideração insuficiente de nível sênior dos piores cenários e a rapidez com que eles poderiam ocorrer".
O Departamento de Estado também criticou a Casa Branca de Biden por sua decisão no início de 2021 de entregar a estratégica Base Aérea de Bagram ao governo afegão, o que garantiu que o Aeroporto Internacional Hamid Karzai em Cabul se tornasse "a única avenida para uma possível operação de evacuação de não combatentes".
John Kirby, coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, durante coletiva de imprensa. Washington D.C., EUA, 6 de abril de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 06.04.2023
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Foi ainda destacada a falta organizacional do Departamento de Estado, no qual não se saberia quem era responsável pelo processo, o que "aumentou significativamente os desafios que o Departamento e [os militares] enfrentaram durante a evacuação".
"As decisões do presidente Trump e do presidente Biden de encerrar a missão militar dos EUA representaram desafios significativos para o Departamento, uma vez que procurou manter uma presença diplomática e de assistência robusta em Cabul e fornecer apoio contínuo ao governo e ao povo afegão", resumiu.
O governo Biden tem enfrentado críticas significativas em relação ao rápido colapso do governo afegão apoiado pela OTAN poucos meses após o anúncio do presidente de que Washington sairia do país após 20 anos de ocupação e US$ dois trilhões (cerca de R$ 10,1 trilhões) gastos na luta contra o Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista). O desastre da retirada do Afeganistão foi comparado, em escala, à humilhante saída dos EUA do Vietnã em 1975.
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