Alemanha vai fornecer pacote de ajuda de € 700 milhões a Kiev, incluindo sistemas Patriot
09:45 11.07.2023 (atualizado: 10:43 11.07.2023)
© AP Photo / Sebastian Apel/Departamento de Defesa dos EUASistema de armas Patriot
© AP Photo / Sebastian Apel/Departamento de Defesa dos EUA
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A Alemanha vai fornecer um pacote de ajuda militar de € 700 milhões (cerca de R$ 3,7 bilhões) à Ucrânia, que deve incluir o fornecimento de dois sistemas Patriot a Kiev, disse o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, nesta terça-feira (11).
"Foi tomada em pouco tempo a decisão do governo alemão de fazer aquele pacote novamente [pacote de apoio militar à Ucrânia da Alemanha anunciado anteriormente] de quase € 700 milhões, o que significa Marder [veículo de combate de infantaria] e Leopard, munições e Patriot [sistemas de defesa aérea] e assim por diante, então este é outro pacote realmente enorme, todos juntos, gastaremos mais de € 17 bilhões [cerca de R$ 91,5 bilhões]", disse Pistorius no Fórum Público da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de 2023 durante a Cúpula dos Chefes de Estado da Aliança Atlântica em Vilnius, capital da Lituânia.
Posição alemã
Apesar do novo pacote de ajuda à Ucrânia, a Alemanha tem enviado sinais, desde o início do conflito, de que discorda de algumas das posições adotadas por Washington em sua guerra por procuração contra a Rússia.
Um dos Estados mais prejudicados com as hostilidades com a explosão dos gasodutos Nord Stream 1 e 2 (Corrente do Norte 1 e 2) e consequente interrupção do envio de gás natural da Rússia para abastecer sua matriz enérgica, a Alemanha tem seguido a liderança dos EUA, mas não sem questionar ou hesitar tomar decisões cegamente.
Quando os EUA e seus aliados mais interessados no conflito começaram a definir os envios de tanques de combate e armamento mais pesado para Kiev, a Alemanha se posicionou com cautela, mas acabou não se opondo frente a maioria.
Recentemente, ainda no mês de junho (17), o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que seu governo quer medidas pragmáticas para evitar a burla das sanções impostas à Rússia, em um movimento que pareceu pedir uma moderação aos pedidos dos Estados Unidos por uma proibição mais ampla às exportações, segundo a Reuters.
Na última sexta-feira (7), a Alemanha, através de seu Ministério das Relações Exteriores, se opôs ao envio de munições cluster para a Ucrânia pelos Estados Unidos.
A ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock afirmou que o país como um dos 111 Estados que fazem parte da Convenção sobre Munições Cluster (CCM, na sigla em inglês) é contra, segundo a Reuters.
Ainda segundo uma fonte ouvida pelo The Telegraph, Berlim está apreensiva com a perspectiva de uma adesão imediata da Ucrânia à OTAN, e deseja tempo para desenvolver garantias, pois os alemães não querem ver Vladimir Putin "testar o Artigo 5" do tratado da Aliança Atlântica.