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Ocidente dá sinais de que pode abandonar ajuda à Ucrânia, diz colunista de mídia dos EUA

© AP Photo / Roman ChopSoldados ucranianos caminham na região de Donetsk, em 15 de abril de 2023
Soldados ucranianos caminham na região de Donetsk, em 15 de abril de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 21.09.2023
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Segundo artigo, fratura na relação com a Polônia é o mais recente indício da fadiga do Ocidente em relação à questão ucraniana.
O regime de Kiev vem recebendo consecutivos sinais de perda de apoio à contraofensiva travada contra a Rússia. É o que aponta um artigo publicado na CNN nesta quinta-feira (21).
Segundo o articulista da emissora dos EUA, que é baseado em Londres, o mais recente sinal foi a decisão da Polônia de cessar o envio de armas e outros equipamentos militares à Ucrânia. De acordo com o autor, esse seria o "mais claro sinal de que o Ocidente começa a cansar da guerra na Europa".
O texto destaca que a Polônia é um dos aliados mais importantes da Ucrânia entre os membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e forneceu assistência militar e humanitária a Kiev desde o primeiro dia do conflito, que totaliza US$ 4,54 bilhões (cerca de R$ 22 bilhões).
É pelo território polonês que passa a maior parte das armas enviadas pelo Ocidente à Ucrânia. Além disso, a Polônia já acolheu cerca de 1,6 milhão de refugiados ucranianos, que pressionam os serviços públicos do país.
O articulista ressalta que o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki, enfrenta pressão interna sobre a ajuda prestada a Kiev, em um momento que se prepara para as eleições gerais, em 15 de outubro. Um dos temas abordados em campanha é a questão dos grãos ucranianos.
A Ucrânia vem escoando os grãos produzidos no país por meio de vizinhos europeus, porém a entrada dos grãos pressionou a agricultura desses países, desencadeando uma crise. Em março, a Comissão Europeia decidiu suspender, temporariamente, a entrada de grãos ucranianos. O embargo terminou no dia 15 de setembro, mas Eslováquia, Hungria e Polônia anunciaram que vão manter o bloqueio.
Vladimir Zelensky no Salão Oval da Casa Branca, em Washington D.C., onde se reuniu com o presidente americano, Joe Biden. EUA, 21 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 21.09.2023
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As rusgas com o governo polonês são apenas um dos inúmeros sinais de fadiga do Ocidente em relação à Ucrânia. Há meses, governos ocidentais vêm se queixando dos altos custos para manter o apoio a Kiev, que não se traduzem em resultados concretos na frente de batalha, onde o avanço de Kiev é quase nulo.
Segundo o artigo, o primeiro sinal foi dado em julho, quando o então ministro da Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, criticou os insistentes pedidos do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, por mais armas.
Em 12 de julho, em entrevista dada à margem da cúpula da OTAN na Lituânia, Wallace disse que respondeu aos pedidos por mais armas afirmando que "a OTAN não é a Amazon", em referência à gigante do varejo on-line.
"Eu disse isso aos ucranianos no ano passado, quando dirigi por 11 horas até Kiev e recebi uma lista [com pedidos de armas]".
O apoio a Kiev também vem sendo colocado em xeque nos Estados Unidos. Além de corroer a aprovação do governo do presidente americano, Joe Biden, a assistência militar e humanitária enviada à Ucrânia é alvo de críticas por parte de congressistas, que questionam os resultados do apoio americano. Parte deles já rejeita aprovar o fornecimento de mais assistência.
Entre países do G20, o apoio também se reduziu. A declaração final da última cúpula do grupo não trouxe nenhuma menção de apoio à Ucrânia. E o mais recente sinal de isolamento do regime de Kiev foi observado na Assembleia Geral da ONU, onde a questão ucraniana perdeu espaço nos discursos de líderes, sendo suplantada pela questão climática.
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