Brasil exerce papel importante na ONU 'levando países do Mercosul a ter mais voz', diz pesquisador
07:34 23.09.2023 (atualizado: 07:42 23.09.2023)
CC BY 2.0 / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert / Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante sessão Plenária de Chefes e Chefas de Estado do Mercosul, Bolívia, Estados Associados e Convidados Especiais, Buenos Aires, 4 de junho de 2023
CC BY 2.0 / Palácio do Planalto / Ricardo Stuckert /
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Após a intervenção do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, na Assembleia Geral das Nações Unidas, o pesquisador Fábio Borges conversou com Sputnik sobre as características da política externa brasileira no complexo cenário global.
Como é tradição, o presidente brasileiro iniciou a semana de alto nível da Assembleia Geral da ONU. Luiz Inácio Lula da Silva foi o primeiro chefe de Estado a intervir no encontro que se estenderá até 25 de setembro.
A respeito, isso é muito simbólico, sobretudo depois de um período de muito isolamento do Brasil, "com discursos desastrosos de Bolsonaro no sistema multilateral", indicou o pesquisador. Portanto, "com Lula, o Brasil retorna ao sistema internacional", acrescentou.
Com relação a suas posições, "o presidente foi muito equilibrado, com um fio condutor que tem sido muito adequado: o tema da desigualdade e seus diversos aspectos", disse Borges.
Por um lado, "há a desigualdade social, com muitas pessoas no planeta passando fome, com muita exclusão e precarização laboral", apontou.
Por outro lado, "destaca-se a desigualdade entre países, sobre a qual o presidente brasileiro propôs a defesa do multilateralismo e a necessidade de reforma da ONU", explicou.
Importância de reforçar o Mercosul
Neste contexto, "o Brasil pode desempenhar um papel muito importante levando os países do Mercosul a ter mais voz nos organismos internacionais, para o que é preciso abrir um consenso e uma coordenação entre nossos países", assinalou o especialista.
Dado um cenário internacional tão difícil e instável, "torna-se cada vez mais necessário ter uma coordenação entre os países da região", disse Borges. Por isso, "com sua liderança, o Brasil pode articular interesses conjuntos", concluiu o pesquisador brasileiro.