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Congestionamento de 600 km e caos em SP: privatização causará precarização, diz sindicalista
Congestionamento de 600 km e caos em SP: privatização causará precarização, diz sindicalista
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A capital paulista enfrenta um dia de muito caos e troca de acusações entre governo e sindicatos por conta da greve unificada que paralisa metrô, trens... 03.10.2023, Sputnik Brasil
2023-10-03T16:29-0300
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O número elevado pode ser explicado por conta da magnitude do transporte por trilhos na cidade: só o metrô, que tem quase 105 km de extensão e é um dos maiores da América Latina, recebe cerca de 3,7 milhões de pessoas por dia. Já dados da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que atua em 53 municípios da Grande São Paulo, apontam que são transportados nos trens outros 1,9 milhão.O embate entre os sindicatos — representados por servidores da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), CPTM e Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) — e o governo estadual deixa a situação ainda pior. Opositores do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) criticaram a falta de habilidade da gestão para negociar e também a tentativa de politizar a situação.Conforme a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, uma nova assembleia será realizada no início da noite para definir os rumos do movimento.Lisboa frisou que a categoria é contrária aos projetos de privatização, tanto do transporte público quanto da Sabesp. Entre os prejuízos que podem ser causados à população, a sindicalista cita o encarecimento das tarifas, a exemplo do que aconteceu no Rio de Janeiro — enquanto a capital fluminense tem passagem a R$ 6,90, em São Paulo o valor dos trens e metrô é de R$ 4,40."São serviços essenciais, e a privatização pode causar a precarização desses serviços", acrescenta a presidente. Para encerrar a greve, o grupo quer o cancelamento dos editais de terceirização cuja consumação está prevista para os dias 10 e 17 de outubro. "Estamos reivindicando também a realização de um plebiscito oficial junto à população, para que opine sobre a privatização dessas empresas públicas", conclui.Abusiva e claramente políticaJá o governador Tarcísio de Freitas declarou que a paralisação é abusiva, ilegal e claramente política."É lamentável que a população de São Paulo acorde mais uma vez refém de sindicatos que manobram os trabalhadores do transporte público estritamente por interesses políticos e ideológicos. Uma greve ilegal e abusiva, na qual nem mesmo a decisão da Justiça é respeitada e que tem como real objetivo promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar por nosso estado", declarou nas redes sociais.O governador ainda lembrou que o processo desrespeita decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da última sexta-feira (29), quando proibiu a greve total dos trabalhadores. Sob pena de multa de R$ 500 mil, a entidade determinou circulação de 100% dos trens nos horários de pico (das 06h00 às 09h00 e das 16h00 às 19h00) e de 80% nos demais períodos.Já o balanço apresentado pelo estado revelou que, no metrô, as linhas 1, 2, 3 e 15 amanheceram totalmente paralisadas e só as linhas 4 e 5, que já foram concedidas à iniciativa privada, funcionaram. Nos trens, a CPTM informou que três das cinco linhas estavam totalmente paradas.Processos em andamentoSobre a privatização do metrô e dos trens, o governador paulista frisou, em entrevista à Agência Brasil, que as decisões ainda não foram tomadas e garantiu que a população será consultada.Segundo Tarcísio, atualmente é estudada a viabilidade financeira do processo. Já com relação aos procedimentos do Ministério Público de São Paulo por conta de falhas nas linhas 8 e 9 de trens, entregues à iniciativa privada no ano passado, o político afirmou que as carreiras estavam "extremamente deterioradas".O atendente Gustavo Damasceno, que mora na região do Butantã, na Zona Oeste, saiu de casa quase três horas antes que o normal para chegar ao trabalho, que fica no bairro Santo Amaro, na Zona Sul, a pouco mais de 15 km de distância. Mesmo assim, o trajeto, que normalmente é feito em 30 minutos, levou quase quatro horas.
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Congestionamento de 600 km e caos em SP: privatização causará precarização, diz sindicalista
16:29 03.10.2023 (atualizado: 17:43 03.10.2023) Especiais
A capital paulista enfrenta um dia de muito caos e troca de acusações entre governo e sindicatos por conta da greve unificada que paralisa metrô, trens metropolitanos e a empresa estadual de abastecimento. Conforme a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), durante o horário de pico desta terça-feira (3) os congestionamentos chegaram a 600 km.
O número elevado pode ser explicado por conta da magnitude do transporte por trilhos na cidade: só o metrô, que tem quase 105 km de extensão e é um dos maiores da América Latina, recebe cerca de 3,7 milhões de pessoas por dia. Já dados da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que atua em 53 municípios da Grande São Paulo, apontam que são transportados nos trens outros 1,9 milhão.
O embate entre os sindicatos —
representados por servidores da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), CPTM e Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) — e o governo estadual deixa a situação ainda pior. Opositores do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) criticaram a falta de habilidade da gestão para negociar e também a
tentativa de politizar a situação.
Conforme a presidente do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, uma nova assembleia será realizada no início da noite para definir os rumos do movimento.
"Os planos de privatização e terceirização do governador Tarcísio estão a pleno vapor. Tem datas marcadas do pregão de terceirização e leilão de privatização das linhas de trem", disse ela em declarações à Sputnik Brasil.
Lisboa frisou que a categoria é contrária aos projetos de privatização, tanto do transporte público quanto da Sabesp. Entre os prejuízos que podem ser causados à população, a sindicalista cita o encarecimento das tarifas, a exemplo do que aconteceu no Rio de Janeiro — enquanto a capital fluminense tem passagem a R$ 6,90, em São Paulo o valor dos trens e metrô é de R$ 4,40.
"São serviços essenciais, e a privatização pode causar a precarização desses serviços", acrescenta a presidente. Para encerrar a greve, o grupo quer o cancelamento dos editais de terceirização cuja consumação está prevista para os dias 10 e 17 de outubro. "Estamos reivindicando também a realização de um plebiscito oficial junto à população, para que opine sobre a privatização dessas empresas públicas", conclui.
Abusiva e claramente política
Já o
governador Tarcísio de Freitas declarou que a paralisação é
abusiva, ilegal e claramente política.
"É lamentável que a população de São Paulo acorde mais uma vez refém de sindicatos que manobram os trabalhadores do transporte público estritamente por interesses políticos e ideológicos. Uma greve ilegal e abusiva, na qual nem mesmo a decisão da Justiça é respeitada e que tem como real objetivo promover o caos e atrapalhar a vida de quem realmente quer trabalhar por nosso estado",
declarou nas redes sociais.
O governador ainda lembrou que o processo desrespeita decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da última sexta-feira (29), quando proibiu a greve total dos trabalhadores. Sob pena de multa de R$ 500 mil, a entidade determinou circulação de 100% dos trens nos horários de pico (das 06h00 às 09h00 e das 16h00 às 19h00) e de 80% nos demais períodos.
Já o balanço apresentado pelo estado revelou que, no metrô, as linhas 1, 2, 3 e 15 amanheceram totalmente paralisadas e só as linhas 4 e 5, que já foram concedidas à iniciativa privada, funcionaram. Nos trens, a CPTM informou que três das cinco linhas estavam totalmente paradas.
Sobre a privatização do metrô e dos trens, o governador paulista
frisou, em entrevista à Agência Brasil, que as decisões ainda não foram tomadas e garantiu que
a população será consultada.
Segundo Tarcísio, atualmente é estudada a
viabilidade financeira do processo. Já com relação aos procedimentos do Ministério Público de São Paulo
por conta de falhas nas linhas 8 e 9 de trens, entregues à iniciativa privada no ano passado, o político afirmou que as carreiras estavam "extremamente deterioradas".
O atendente Gustavo Damasceno, que mora na região do Butantã, na Zona Oeste, saiu de casa quase três horas antes que o normal para chegar ao trabalho, que fica no bairro Santo Amaro, na Zona Sul, a pouco mais de 15 km de distância. Mesmo assim, o trajeto, que normalmente é feito em 30 minutos, levou quase quatro horas.
"Costumo usar o metrô em outros deslocamentos, mas se ele para, a cidade toda sente o reflexo. Sei que é uma reivindicação e é merecida, já que não podemos aceitar tarifa maior, só que os impactos foram muito complicados para todo mundo", disse ele à Sputnik Brasil.