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Conflitos em curso acirram divergência interna na Suíça sobre status de neutralidade, diz mídia

© AFP 2023 / Fabrice CoffriniFolhetos eleitorais com o líder do Partido Popular Suíço (SVP UDC), Marco Chiesa (C), são vistos em um estande do partido do populismo de direita em 7 de outubro de 2023 em Lugano, sul da Suíça
Folhetos eleitorais com o líder do Partido Popular Suíço (SVP UDC), Marco Chiesa (C), são vistos em um estande do partido do populismo de direita em 7 de outubro de 2023 em Lugano, sul da Suíça - Sputnik Brasil, 1920, 14.10.2023
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Conflitos entre Rússia-Ucrânia e Israel-Hamas expõem as contradições do status do país, que aplicou sanções à Rússia e tem grandes chances de classificar o Hamas como terrorista, gerando movimentação interna para acabar de vez com o status de neutralidade ou o tornar parte da Constituição.
Mesmo se dizendo neutra, a Suíça escolheu seguir a União Europeia e os Estados Unidos na condução de sanções contra a Rússia, e agora, o governo apoiou a classificação do Hamas como organização terrorista, afastando-se mais um passo do seu estatuto de "neutralidade", de acordo com a Bloomberg,

"A neutralidade só fazia sentido quando os nossos vizinhos na Europa estavam constantemente em guerra e, por isso, já não é do melhor interesse da Suíça. Se não tivéssemos apoiado as sanções, teríamos realmente perdido negócios", disse Thomas Borer, antigo diplomata suíço que, no final da década de 1990, liderou o grupo de trabalho do governo que examinava a atividade bancária da nação.

Embora nenhum dos maiores partidos políticos se oponha à neutralidade, os sociais-democratas alertaram que a Suíça não deve esconder-se atrás dela e deve ser uma defensora do direito internacional e dos direitos humanos.
A conservadora Aliança de Centro expressou sentimentos semelhantes, dizendo que o país não deve fazer o jogo de um agressor sob o pretexto de neutralidade, relata a agência americana.
O presidente iraniano Ebrahim Raisi (C) ouve o Chefe das Indústrias de Aviação das Forças Armadas, general Afshin Khajehfard (E), enquanto o Ministro da Defesa, general Mohammad Reza Gharaei Ashtiani (D), escuta atentamente, durante a cerimônia de lançamento do drone Mohajer-10, 22 de agosto de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 30.09.2023
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Ao mesmo tempo, o Partido Popular Suíço, que deverá conquistar a maior parte dos votos nas eleições que decorrem no final deste mês segundo a mídia, está tentando recolher 100 mil assinaturas até maio de 2024 para desencadear uma votação sobre a possibilidade de consagrar a neutralidade "eterna" na Constituição.
A iniciativa de neutralidade do Partido Popular foi estimulada pela sua oposição à decisão do governo suíço de seguir as sanções da União Europeia à Rússia.

"Você faz da Suíça um capanga de fato dos interesses estrangeiros no nosso próprio país. Está corroendo a prosperidade, está atacando a classe média e está prejudicando a dignidade e a reputação do nosso país", disse Roger Koeppel, legislador do partido durante um debate parlamentar no mês passado, de acordo com a revista suíça Die Weltwoche.

Impor sanções significa aumentar os custos do comércio bilateral, enquanto ser neutro reduz esses custos porque é possível fazer negócios com qualquer pessoa, segundo Stefan Legge, chefe de política fiscal e comercial do Instituto de Direito e Economia da Suíça.
Ao mesmo tempo, como mais de metade do seu comércio é feito com países aliados ocidentais, Berna não se pode dar ao luxo de ser totalmente neutra, disse ele.
"Ser neutro é benéfico, as lealdades políticas têm um custo. O que ajudou a Suíça não foi querer moldar ou educar o mundo, mas sim apenas fazer negócios", afirmou.
No entanto, o conflito entre Ucrânia e Rússia expôs os riscos da neutralidade suíça para algumas empresas que vai além das sanções econômicas e chega ao setor bélico.
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A Suíça não permite que armas fabricadas localmente sejam enviadas por compradores para áreas de conflito, como parte das suas regras de neutralidade. O país tem bloqueado o envio de armas da Alemanha, Espanha e Dinamarca para a Ucrânia, atraindo críticas internacionais.
Tal fato está ameaçando a viabilidade da pequena, mas simbolicamente importante, indústria de armas da Suíça, que tem sido uma pedra angular da chamada neutralidade armada do país.
"É uma caminhada na corda bamba, mas neste momento corremos o risco de que empresas com tecnologias-chave no setor de defesa deixem o país", disse Jan Atteslander, chefe de negócios estrangeiros da Economicsuisse, que representa a indústria suíça.
No último dia 27, o Conselho Nacional da Suíça, a câmara baixa do Parlamento, rejeitou o envio de armas para Kiev, conforme noticiado.
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