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Elite dos EUA precisa de guerra no Oriente Médio para preservar hegemonia regional, diz economista
Elite dos EUA precisa de guerra no Oriente Médio para preservar hegemonia regional, diz economista
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O ataque-surpresa do Hamas no dia 7 de outubro desencadeou a escalada mais mortífera do conflito israelo-palestino desde a Segunda Intifada. O economista... 19.10.2023, Sputnik Brasil
2023-10-19T18:07-0300
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O conflito continua a intensificar-se, com as Forças de Defesa de Israel (FDI) recebendo autorização, nesta quinta-feira (19), para entrarem na Faixa de Gaza. Nas palavras do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a intenção é "eliminar o Hamas da face da Terra".Até o momento, quase 5 mil pessoas morreram e mais de 17 mil ficaram feridas, muitas delas mulheres e crianças.Ontem (18) os Estados Unidos vetaram uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que apelava por "pausas humanitárias" nos bombardeios para o fornecimento de ajuda aos residentes de Gaza.Na visão do economista norte-americano e antigo analista de Wall Street Michael Hudson, o próprio conflito poderia muito bem servir aos planos mais amplos dos neoconservadores estadunidenses para o Oriente Médio.Do seu ponto de vista, a guerra apenas mascara uma tentativa dos EUA de "atacarem a Síria e o Irã" e "assumirem todo o Oriente Próximo. É disso que se trata toda esta luta nominalmente sobre Israel", acredita Hudson.O economista acrescentou que Washington "quer fazer com a Síria e o Irã o que fizeram ao Iraque". Hudson apontou para a sabedoria recente que se agita nessa direção por parte de neoconservadores: desde o principal republicano do Senado, Mitch McConnell, até a candidata presidencial e neoconservadora de longa data do Partido Republicano Nikki Haley.Apontando para o rápido colapso da ordem "baseada em regras internacionais" liderada pelos EUA, Hudson sublinhou que o mundo hoje está assistindo à rápida "militarização" daquilo que é fundamentalmente um conflito econômico centrado no neoliberalismo e nas tentativas norte-americanas de manter a sua hegemonia sobre outros países.'Arriscando desencadear a Terceira Guerra Mundial'Comentando o esforço de países como a Rússia, a China e o Irã para criar uma nova Eurásia, multipolar e interligada, Hudson enfatizou que os EUA estão intencionalmente desencadeando e escalando conflitos regionais em meio à sua perda global de poder.Na visão do economista, os neoconservadores na Casa Branca pensam a ação no Oriente Médio da seguinte forma: "Primeiro vamos para o Iraque, depois para a Síria e depois para o Irã. É onde pretendemos tudo isso."Ainda segundo Hudson, eles explicaram tudo em relatórios de segurança nacional. "Esse é um plano muito consciente que os principais neoconservadores, o grupo da [subsecretária de Estado] Victoria Nuland, elaboraram. E estão, na verdade, tentando desencadear tudo isso", explicou Hudson, apontando os planos norte-americanos para "garantir" o petróleo iraniano e dar sobrevida ao atual sistema unipolar explorador.Foi ventilado pela mídia estadunidense durante esta semana que o governo Biden está se preparando para fazer um pedido de financiamento suplementar de US$ 100 bilhões (R$ 505 bilhões) ao Congresso para agir nos pontos críticos em Israel, Ucrânia e Taiwan, além da fronteira EUA-México. Kiev e Tel Aviv seriam contemplados com cerca de US$ 60 bilhões (R$ 303 bilhões) e US$ 10 bilhões (R$ 50 bilhões), respectivamente.A tentativa de interligar o financiamento surge no meio de uma oposição crescente do Partido Republicano na Câmara dos Representantes a continuar financiando o atoleiro da Ucrânia, bem como de apelos crescentes entre republicanos rebeldes para dividir os projetos de lei em questões individuais.E embora Washington possa ser capaz de declarar uma "guerra em três frentes", Hudson diz que "também não há dúvida de que perderá" — seja na Ucrânia, em uma nova guerra de agressão no Oriente Médio ou em uma batalha contra a China sobre Taiwan ou o mar do Sul da China.O analista lembrou que durante a Guerra do Vietnã trabalhava com o estrategista militar Herman Kahn, no Instituto Hudson, e se encontrava com os principais generais que planejavam a guerra no país asiático."Eu jantava com eles, e eles pareciam estar liderando uma marcha pela paz, dizendo 'Não podemos vencer, isso é horrível, não há como sairmos'. Eles sabiam que estavam perdendo e que foram os políticos que dominaram o Exército que tiveram essa ilusão de domínio mundial […]. Você está tendo a mesma coisa hoje. O Exército sabe que os EUA perderão, mas os políticos dizem 'Nós somos a América, vamos sempre vencer!'. É quase um fervor religioso o que encontramos por parte do Conselho de Segurança Nacional dos EUA e da CIA, o Estado profundo. Eles realmente acreditam que Deus está do lado deles. Isso é o que havia na Idade Média, quando cada país pensava que Deus estava do seu lado. Mas isso não é a mesma coisa que estratégia militar", concluiu Hudson.
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rússia, conselho de segurança das nações unidas, iraque, irã, síria, oriente médio, américas, eua, estados unidos, onu, hegemonia, neoconservadores, partido republicano, joe biden, benjamin netanyahu, israel, palestina
Elite dos EUA precisa de guerra no Oriente Médio para preservar hegemonia regional, diz economista
18:07 19.10.2023 (atualizado: 15:49 22.10.2023) O ataque-surpresa do Hamas no dia 7 de outubro desencadeou a escalada mais mortífera do conflito israelo-palestino desde a Segunda Intifada. O economista americano Michael Hudson disse à Sputnik que os neoconservadores ameaçam transformar a crise em um novo momento de 11 de setembro para Washington.
O conflito continua a intensificar-se, com as Forças de Defesa de Israel (FDI)
recebendo autorização, nesta quinta-feira (19), para entrarem na Faixa de Gaza. Nas palavras do primeiro-ministro
Benjamin Netanyahu, a intenção é "eliminar o Hamas da face da Terra".
Até o momento, quase 5 mil pessoas morreram e mais de 17 mil ficaram feridas, muitas delas mulheres e crianças.
Ontem (18)
os Estados Unidos vetaram uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que apelava por "pausas humanitárias" nos bombardeios para o fornecimento de ajuda aos residentes de Gaza.
Na visão do economista norte-americano e antigo analista de Wall Street Michael Hudson, o próprio conflito poderia muito bem servir aos planos mais amplos dos neoconservadores estadunidenses para o Oriente Médio.
19 de outubro 2023, 14:19
Do seu ponto de vista, a guerra apenas mascara uma tentativa dos EUA de "atacarem a Síria e o Irã" e "assumirem todo o Oriente Próximo. É disso que se trata toda esta luta nominalmente sobre Israel", acredita Hudson.
"Ouvi generais americanos falarem com o principal conselheiro econômico do [primeiro-ministro israelense, Benjamin] Netanyahu, Uzi Arad, quando trabalhávamos juntos no instituto [Hudson]. Os generais lhe diriam: 'Você é nosso porta-aviões que desembarcou lá. Estamos usando Israel. Podemos sempre usar isso para garantir que controlemos o Oriente Próximo e os seus fornecimentos de petróleo.' Bem, isso foi por volta de 1974, há quase 50 anos. E ainda é a mentalidade dos Estados Unidos", disse Hudson à Sputnik.
O economista acrescentou que Washington "quer fazer com a Síria e o Irã o que fizeram ao Iraque". Hudson apontou para a sabedoria recente que se agita nessa direção por parte de neoconservadores: desde o principal republicano do Senado, Mitch McConnell, até a candidata presidencial e neoconservadora de longa data do Partido Republicano Nikki Haley.
Apontando para o rápido colapso da ordem "baseada em regras internacionais" liderada pelos EUA, Hudson sublinhou que o mundo hoje está assistindo à
rápida "militarização" daquilo que é fundamentalmente um conflito econômico centrado no neoliberalismo e nas tentativas norte-americanas de manter a sua hegemonia sobre outros países.
10 de setembro 2023, 18:00
'Arriscando desencadear a Terceira Guerra Mundial'
Comentando o esforço de
países como a Rússia, a China e o Irã para criar uma nova Eurásia, multipolar e interligada, Hudson enfatizou que os EUA estão intencionalmente desencadeando e escalando conflitos regionais em meio à sua perda global de poder.
"Os Estados Unidos estão deliberadamente arriscando desencadear a Terceira Guerra Mundial, porque percebem que estão perdendo o seu poder militar. A OTAN está literalmente sem armas neste momento por causa do conflito na Ucrânia. O sistema de segurança nacional estadunidense está pensando: 'Se vamos ter uma guerra, uma Terceira Guerra Mundial, nunca estaremos em uma posição mais forte do que agora. Nossa posição está enfraquecendo, então se vamos explodir o mundo, vamos fazê-lo agora, porque vamos perder ainda mais se fizermos isso no futuro", disse Hudson, delineando o processo de pensamento neoconservador.
Na visão do economista, os neoconservadores na Casa Branca pensam a ação no Oriente Médio da seguinte forma: "Primeiro vamos para o Iraque, depois para a Síria e depois para o Irã. É onde pretendemos tudo isso."
Ainda segundo Hudson, eles explicaram tudo em relatórios de segurança nacional. "Esse é um plano muito consciente que os principais neoconservadores, o grupo da [subsecretária de Estado]
Victoria Nuland, elaboraram. E estão, na verdade, tentando desencadear tudo isso", explicou Hudson, apontando os planos norte-americanos para "garantir" o petróleo iraniano e dar sobrevida ao atual sistema unipolar explorador.
Foi ventilado pela mídia estadunidense durante esta semana que o governo Biden está se preparando para fazer um pedido de financiamento suplementar de US$ 100 bilhões (R$ 505 bilhões) ao Congresso para agir nos pontos críticos em Israel, Ucrânia e Taiwan, além da fronteira EUA-México. Kiev e Tel Aviv seriam contemplados com cerca de US$ 60 bilhões (R$ 303 bilhões) e US$ 10 bilhões (R$ 50 bilhões), respectivamente.
A tentativa de interligar o financiamento surge no meio de uma oposição crescente do
Partido Republicano na Câmara dos Representantes a continuar financiando o atoleiro da Ucrânia, bem como de apelos crescentes entre republicanos rebeldes para dividir os projetos de lei em questões individuais.
1 de setembro 2023, 10:18
E embora Washington possa ser capaz de declarar uma "guerra em três frentes", Hudson diz que "também não há dúvida de que perderá" — seja na Ucrânia, em uma
nova guerra de agressão no Oriente Médio ou em uma batalha contra a China sobre Taiwan ou o mar do Sul da China.
O analista lembrou que durante a Guerra do Vietnã trabalhava com o estrategista militar Herman Kahn, no Instituto Hudson, e se encontrava com os principais generais que planejavam a guerra no país asiático.
"Eu jantava com eles, e eles pareciam estar liderando uma marcha pela paz, dizendo 'Não podemos vencer, isso é horrível, não há como sairmos'. Eles sabiam que estavam perdendo e que foram os políticos que dominaram o Exército que tiveram essa ilusão de domínio mundial […]. Você está tendo a mesma coisa hoje. O Exército sabe que os EUA perderão, mas os políticos dizem 'Nós somos a América, vamos sempre vencer!'. É quase um fervor religioso o que encontramos por parte do Conselho de Segurança Nacional dos EUA e da CIA, o Estado profundo. Eles realmente acreditam que Deus está do lado deles. Isso é o que havia na Idade Média, quando cada país pensava que Deus estava do seu lado. Mas isso não é a mesma coisa que estratégia militar", concluiu Hudson.