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Rússia exige na ONU revogação do bloqueio econômico e comercial dos EUA contra Cuba

© AP Photo / Ramon EspinosaMoradores em condições precárias de vida em bairro de Havana. Cuba, 9 de julho de 2022
Moradores em condições precárias de vida em bairro de Havana. Cuba, 9 de julho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 01.11.2023
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Após ter causado perdas de quase US$ 160 bilhões (R$ 787 bilhões) a Cuba em seis décadas, o bloqueio econômico, financeiro e comercial dos Estados Unidos contra o país voltou a ser duramente criticado na Assembleia Geral da ONU. O representante permanente da Rússia na organização, Vasily Nebenzya, exigiu o fim da medida nesta quarta-feira (1º).
"Nós esperamos que a administração e o Congresso dos Estados Unidos finalmente escutem o apelo unânime claramente expresso e comecem a suspender o embargo, além de retirar Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo", disse a autoridade russa.
O projeto de resolução apresentado por Havana na ONU contra o bloqueio será votado na quinta-feira (2). O texto reafirma a "igualdade soberana de todos os Estados", além de criticar a interferência em assuntos internos e as ações contra a liberdade de comércio. Por isso voltou a pedir que os países "se abstenham" de aplicar o embargo a Cuba.
Outra questão pontuada pela proposta cubana é com relação à aplicação contínua de uma lei americana que proíbe pessoas e empresas de fazerem negócios com o país. Segundo Nebenzya, Moscou defende que o bloqueio é uma violação flagrante do governo norte-americano aos princípios fundamentais do direito internacional e da Carta das Nações Unidas.
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"Juntamente com a maioria esmagadora dos membros da comunidade internacional, exigimos a imediata e incondicional revogação do bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos contra Cuba. Concordamos com as disposições do projeto de resolução apresentado por Havana na Assembleia Geral", enfatizou.
O representante russo ainda acrescentou que "as ações dos Estados Unidos e de seus aliados ao imporem sanções unilaterais ilegais em desrespeito ao Conselho de Segurança da ONU têm um caráter francamente neocolonial e baseiam-se em tentativas sistemáticas de perseguir e reprimir" nações.
Na tribuna, o presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, argumentou que o embargo é uma guerra extraterritorial, cruel e silenciosa. Nebenzya concordou e disse ainda que os EUA desrespeitam os direitos humanos e questões humanitárias.

"O bloqueio de um Estado soberano que não representa nenhuma ameaça para os Estados Unidos ou seus cidadãos, a imposição de restrições minam os fundamentos da estabilidade e do desenvolvimento global e regional. Outras delegações, incluindo os vizinhos de Cuba na região, que enfrentam as consequências secundárias e terciárias das sanções anticubanas, têm expressado cada vez mais essa opinião", argumentou.

Para o representante russo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, deve fazer valer as decisões da Assembleia Geral caso a resolução seja aprovada. Na última semana, o órgão chegou a aprovar um texto que pedia um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, o que foi amplamente rejeitado por Israel e não teve nenhum efeito.

Outros países também defendem Cuba

Além da Rússia, houve declarações favoráveis à resolução de Havana de representantes de México, Uganda e blocos da América Latina e Caribe. Segundo balanço apresentado por Cuba, só entre março de 2022 e fevereiro de 2023 o embargo norte-americano representou perdas de mais de US$ 4,8 bilhões (R$ 23,7 bilhões).
Sem a medida, a economia teria crescido pelo menos 9%, e, segundo o país, a intensificação da migração é um efeito direto do embargo — nos últimos dois anos, 300 mil pessoas emigraram. O país vive uma severa crise financeira por conta dos efeitos da pandemia, além de desastres naturais. Ainda há apagões nas cidades e colapso do transporte por falta de combustível.
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