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Especialista: Israel piora relações com mundo árabe, mas Acordos de Abraão não serão rescindidos

© AP Photo / Abed KhaledHomem senta-se sobre os escombros enquanto outros passeiam entre os destroços de edifícios alvos de ataques aéreos israelenses no campo de refugiados de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza, 1º de novembro de 2023
Homem senta-se sobre os escombros enquanto outros passeiam entre os destroços de edifícios alvos de ataques aéreos israelenses no campo de refugiados de Jabaliya, no norte da Faixa de Gaza, 1º de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 02.11.2023
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Um cientista político criticou as ações de Israel na Faixa de Gaza, que vê como desproporcionais, apesar de ver Hamas como uma organização terrorista. Apesar disso, ele não crê que isso mudará o rumo da região.
A Arábia Saudita denunciou "nos termos mais fortes possíveis" na quarta-feira (1º) o ataque das Forças de Defesa de Israel (FDI) ao campo de refugiados de Jabaliya. Israel disse que o ataque foi parte da ofensiva contra o Batalhão Central de Jabaliya do Hamas, que usa civis palestinos como escudos humanos.
O atual conflito entre Israel e o Hamas, que já levou a vida de mais de 1,3 mil israelenses e mais de 8 mil palestinos, provocou uma série de manifestações em países árabes, inclusive naqueles que têm tratados de normalização com o Estado judeu.
Centenas de pessoas saíram às ruas no Bahrein agitando bandeiras e expressando apoio aos palestinos em frente à embaixada israelense em Manama. Foi relatado recentemente que o governo do Bahrein, um dos países que assinou os Acordos de Abraão com Israel em 2020, com a mediação dos EUA, decidiu retirar seu embaixador em Israel e suspender as relações econômicas com o país.
Como as tensões entre Israel e o mundo muçulmano seguem aumentando, quais são as implicações para as relações de Tel Aviv com Riad e os signatários dos Acordos de Abraão de 2020?
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"Acho que para o Marrocos, os Emirados Árabes Unidos e o Bahrein, será muito difícil congelar, é claro", afirmou à Sputnik o dr. Ahmed al Ibrahim. Para o cientista político baseado em Riad, Arábia Saudita, o distúrbio na cooperação continuará devido ao "genocídio" que está ocorrendo.
Ele disse reconhecer o Hamas como organização terrorista, mas respondeu que o lado israelense está "basicamente punindo e conectando pessoas inocentes, especialmente mulheres e crianças", o que complicará as coisas.
"Mas congelar os Acordos de Abraão não será possível, porque você ainda quer esse tipo de documento com Israel, que acabou de ser estabelecido para conter os problemas que estão ocorrendo no momento", segundo Al Ibrahim.
A Arábia Saudita, que recentemente negociou a normalização das relações com Israel, não condenou o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, e sublinhou a necessidade de um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, a proteção de civis, a permissão de ajuda humanitária aos palestinos destituídos, e o reinício do processo de paz na região.
"Obviamente, todas as conversas sobre a normalização com Israel têm sido [feitas] através da mídia ligada aos EUA, foram interrompidas e colocadas de lado, e quanto mais Israel estiver matando pessoas, mais difícil será para o príncipe herdeiro devolver tudo ao seu lugar, a menos que haja magia, uma solução mágica que aconteça. Os sauditas sempre apoiam o povo da Palestina, e o príncipe herdeiro mencionou isso algumas vezes", apontou Ahmed al Ibrahim.
"A primeira coisa é dar uma chance à solução de dois Estados, e Jerusalém Oriental é a capital da Palestina. Dar dignidade ao povo da Palestina, encontrar uma solução para eles que seja trabalhada pela Liga Árabe e pelo governo israelense e, basicamente, fazer com que todos estejam seguros e coexistam com todos. Se essa guerra continuar e mais pessoas inocentes forem mortas, será muito difícil voltar e sentar-se à mesa para discutir a normalização novamente."
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