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Triunfo de Milei 'prejudicará a economia argentina em vez de beneficiá-la', prevê especialista

© AP Photo / Natacha PisarenkoJavier Milei, candidato presidencial da coalizão A Liberdade Avança, fala após sua vitória sobre Sergio Massa, ministro da Economia e candidato do partido peronista no poder, no segundo turno das eleições em Buenos Aires, Argentina, 19 de novembro de 2023
Javier Milei, candidato presidencial da coalizão A Liberdade Avança, fala após sua vitória sobre Sergio Massa, ministro da Economia e candidato do partido peronista no poder, no segundo turno das eleições em Buenos Aires, Argentina, 19 de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 20.11.2023
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Analistas entrevistados pela Sputnik deram suas opiniões sobre a vitória do candidato de direita nas eleições da Argentina, sendo esperado que entre em "loucuras" motivadas por sua visão do mundo.
Durante o segundo turno das últimas eleições na Argentina, o libertário Javier Milei se impôs ao candidato peronista e ministro da Economia, Sergio Massa, com 55,6% dos votos, contra 44,3% de seu concorrente.
A mensagem dada pelos eleitores vem em meio à crise econômica do país, com uma inflação de 140%.
"É hora de processar isso. Tal não implica que aqueles que votaram não sejam pessoas que temos que entender", explicou Cristian Alarcón, escritor, jornalista e fundador da revista Anfibia, em entrevista à Sputnik.
Sobre as consequências geopolíticas dos resultados das eleições, Alejandro Martínez Serrano, professor de relações internacionais da FES Aragón da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e da Universidade La Salle México, crê que se pode esperar um alinhamento com os EUA e a Europa diante de diferentes fenômenos internacionais, como o conflito na Ucrânia e no Oriente Médio.
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O acadêmico também vê a possibilidade de Milei reverter o processo de adesão da Argentina ao BRICS, que deveria ocorrer no próximo ano. A posse do novo presidente do país sul-americano ocorrerá em 10 de dezembro.
"Será um elemento a ser levado em consideração se Milei seguirá essa iniciativa ou a rejeitará, já que vamos encontrar a República Popular da China e a Federação da Rússia, e obviamente ele estará pensando em ter uma relação mais próxima com os Estados Unidos do que com essas potências econômicas", explica ele.
Serrano citou as declarações de campanha de Milei como indicativo de que a "muito provável" reversão da entrada no BRICS ocorra ainda antes da respectiva entrada em vigor em janeiro, e que ele realmente favoreceria "relações mais próximas com os Estados Unidos e a União Europeia".
Ao mesmo tempo, o professor David García afirma que é possível que um governo Milei decida continuar com o processo de adesão ao BRICS, por causa da "projeção internacional" que esse grupo daria à Argentina.
"Seria mais conveniente para o próprio Milei entrar, já que é um fórum que dará à Argentina muito destaque [...] me parece que eles não perderão a oportunidade de estar lá", diz.
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Para Cristian Alarcón, o que se pode esperar em termos de política externa é "um sectarismo absoluto que implica loucuras como não querer manter relações diplomáticas com a China ou com o Brasil, que é nosso principal parceiro econômico, o país para o qual a indústria argentina mais exporta, e a China, um dos países para o qual a agricultura argentina mais exporta".
"Temos que ver em sua aliança com os vários direitistas internacionais como o imperativo ideológico vai prejudicar a economia argentina em vez de beneficiá-la, e se ele é tão pragmático como dizem e será capaz de superar suas práticas ideológicas para ter esse livre comércio entre aspas, que é tudo o que ele quer, não apenas com aqueles que pensam como ele", nota Alarcón.
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