Espanha denuncia 'mortes indiscriminadas' em Gaza; FDI impedem cobertura de prisioneiros palestinos
16:17 24.11.2023 (atualizado: 23:14 24.11.2023)
© AFP 2023 / Alaa BadarnehO presidente palestino, Mahmoud Abbas, dá as mãos ao primeiro-ministro da Bélgica, Alexander De Croo, e ao primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, durante reunião na cidade ocupada de Ramallah. Cisjordânia, 23 de novembro de 2023
© AFP 2023 / Alaa Badarneh
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O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, denunciou o que chamou de "assassinato indiscriminado de palestinos em Gaza", gerando uma resposta irada de Tel Aviv. As Forças de Defesa de Israel (FDI) tentam impedir a cobertura jornalística de prisioneiros palestinos libertados hoje (24).
A declaração do premiê aconteceu nesta sexta-feira (24) durante uma visita à fronteira de Rafah, na Faixa de Gaza, com o seu homólogo belga, Alexander De Croo. Sánchez também apelou a um cessar-fogo humanitário duradouro "para reverter a situação catastrófica pela qual o povo de Gaza está passando".
"A matança indiscriminada de civis inocentes, incluindo milhares de meninos e meninas, é completamente inaceitável", afirmou Sánchez citado pela agência Reuters.
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, rebateu Sánchez e De Croo, acusando-os de "falsas alegações" que "dão um impulso ao terrorismo", e disse que convocou os embaixadores espanhol e belga para explicar os comentários.
O primeiro-ministro isralense, Benjamin Netanyahu, também opinou, afirmando que os dois líderes europeus não conseguiram destacar o que chamou de "crimes do Hamas contra a humanidade".
"O primeiro-ministro Netanyahu condena veementemente as observações feitas pelos primeiros-ministros belga e espanhol por não responsabilizarem totalmente os crimes contra a humanidade cometidos pelo Hamas, que massacrou os nossos cidadãos e que usa os palestinos como escudos humanos", disse um comunicado do gabinete de Netanyahu citado pela agência britânica.
Um dia antes, Sánchez visitou Israel e se encontrou com Netanyahu, com o presidente Isaac Herzog, bem como com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, em Ramallah, e apresentou a ideia de uma conferência internacional de paz sobre o conflito para criar um Estado palestino viável.
As declarações do premiê espanhol ocorreram pouco antes de o Hamas libertar, nesta sexta-feira (24), 25 reféns durante o primeiro dia da primeira trégua da guerra em Gaza. Ao mesmo tempo, o Catar informou que Israel libertou 39 prisioneiros palestinos, conforme noticiado.
No entanto, segundo o jornal The Times of Israel, as FDI cercaram a área de fora da casa de um dos 39 prisioneiros que deveriam ser libertados para evitar uma reunião de familiares e vizinhos.
As FDI foram vistas ordenando ao correspondente da Al Jazeera que recuasse e não filmasse a reunião, enquanto Tel Aviv tenta bloquear as celebrações públicas da libertação dos prisioneiros.
The IOF fires tear gas at journalists and residents in front of "Ofer" prison waiting to receive the 39 women and children prisoners that will be freed today. pic.twitter.com/cARHNuMrUH
— Daniella Modos - Cutter -SEN (@DmodosCutter) November 24, 2023
As FDI disparam gás lacrimogêneo contra jornalistas e residentes em frente à prisão "Ofer", que aguardam para receber as 39 mulheres e crianças presas que serão libertadas hoje.
A mídia relata que as FDI cercaram as casas de outros prisioneiros que deveriam ser libertados hoje, a fim de evitar uma "imagem de vitória" do lado palestino.