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Analista explica aviso do chefe do Pentágono sobre 'derrota estratégica' de Israel
Analista explica aviso do chefe do Pentágono sobre 'derrota estratégica' de Israel
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O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, alertou Tel Aviv sobre uma possível "derrota estratégica" caso Israel não proteja os civis palestinos na Faixa de... 05.12.2023, Sputnik Brasil
2023-12-05T14:34-0300
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2023-12-05T15:36-0300
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A administração Biden parece ter mudado ligeiramente o seu tom em relação à guerra de Israel em Gaza depois que Tel Aviv retomou a sua operação no enclave.Antes do reinício da guerra, algumas fontes em Washington foram citadas pela mídia ao dizer que o presidente Joe Biden e o secretário Lloyd Austin estavam instando as autoridades israelenses a mostrarem moderação no sul de Gaza. Além disso, o secretário de Estado, Antony Blinken, disse à imprensa que queria que a trégua temporária durasse mais tempo, durante a sua visita a Tel Aviv, na quinta-feira passada (30). Então Austin alertou Tel Aviv sobre uma "derrota estratégica" se não protegesse os civis palestinos. Ainda assim, anteriormente, Washington havia frustrado quaisquer esforços de cessar-fogo em Gaza no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O que está por trás da mudança de opinião?O cerne da questão é que uma parte considerável do eleitorado de Biden — incluindo jovens democratas, não brancos, árabes e muçulmanos americanos e progressistas — apoia a Palestina e um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Esses grupos demonstram um descontentamento crescente com o apoio do presidente dos EUA a Israel. Alguns eleitores muçulmanos chegaram ao ponto de prometer desprezar totalmente a eleição ou votar contra Joe Biden em 2024.A Axios sugeriu que a queda do apoio não branco e árabe/muçulmano em seis dos principais estados da disputa eleitoral poderia custar ao presidente a sua candidatura à reeleição em 2024, especialmente tendo em conta que o seu rival Donald Trump tem uma vantagem sobre ele em cinco estados indecisos.Anteriormente, em meados de novembro, o The New York Times noticiou que mais de 500 funcionários dos EUA, representando cerca de 40 agências governamentais, tinham enviado uma carta ao presidente Biden protestando contra o seu apoio a Israel na guerra em Gaza. Simultaneamente, dezenas de funcionários do Departamento de Estado assinaram memorandos internos para Blinken protestando contra a forma como a administração Biden lidou com o conflito Israel-Palestina. Além da dissidência que cresce dentro do governo, alguns senadores democratas apelaram por um condicionamento da ajuda a Israel à redução dos combates em Gaza por parte de Tel Aviv. A equipe de Biden parece ter sofrido uma pressão sem precedentes, tanto de sua base quanto de seus companheiros de partido.Uma suposta conversa entre Blinken e a liderança israelense durante uma reunião do Gabinete de Guerra de Israel na quinta-feira (vazada e não verificada pelo Canal 12, de Israel) aparentemente prova o desejo da equipe Biden de encerrar o conflito — de uma forma ou de outra — o mais breve possível. Respondendo à pergunta de Blinken sobre os planos de Tel Aviv para desenraizar o Hamas no sul de Gaza, os generais israelenses disseram que o fariam gradual e "proporcionalmente" e enquanto fosse necessário. Segundo eles, o conflito pode durar meses. O secretário de Estado dos EUA teria respondido: "Não creio que você terá o crédito por isso", demonstrando que o tempo de Tel Aviv está se esgotando.Ao que parece, quanto mais durar a guerra em Gaza, mais forte poderá ser o sentimento anti-Biden dentro da base democrata. Na verdade, não é apenas Tel Aviv que está ficando sem tempo, mas também a administração Biden, cujas probabilidades eleitorais correm o risco de cair ainda mais em 2024.A derrota estratégica de Israel no Oriente MédioAs relações de Israel com os países do Oriente Médio estão ficando mais tensas à medida que a guerra em Gaza continua e as vítimas civis continuam aumentando. Até esta terça-feira (5), mais de 15,8 mil palestinos foram mortos no conflito, cerca de 70% dos quais mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.O descontentamento com Israel está crescendo entre os países muçulmanos e árabes. A cúpula extraordinária conjunta islâmica-árabe, realizada em meados de novembro em Riad, apelou ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para investigar "crimes de guerra e crimes contra a humanidade que Israel está cometendo" em Gaza. A Jordânia, a Turquia e o Bahrein retiraram os seus diplomatas de Israel no meio da guerra. Alguns grupos de direitos humanos ligados aos árabes apelaram a Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão para que se retirassem imediatamente dos Acordos de Abraão, insistindo que a Jordânia, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Catar também deveriam proibir os EUA de fornecerem apoio militar a Tel Aviv a partir dos seus territórios.A Al Arabiya citou o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que apelou às nações para que parassem com as exportações de armas para Israel durante uma cúpula extraordinária do BRICS no dia 21 de novembro. O príncipe herdeiro destacou a importância da solução de dois Estados no caminho para alcançar "estabilidade e segurança na Palestina".Entretanto, alguns observadores internacionais sugerem que existe uma falta de unidade entre os Estados árabes e muçulmanos no que diz respeito ao conflito. Em particular, durante a reunião de novembro em Riad, os Estados árabes rejeitaram a proposta do Irã de impor um embargo econômico a Israel ou de anular os Acordos de Abraão.Falando à Sputnik no início de novembro, o dr. Ahmed Al Ibrahim, um analista político baseado em Riad, apontou que suspender os Acordos de Abraão ou eliminar os laços com Israel não ajudaria a garantir a paz na região. "Congelar os Acordos de Abraão não será possível porque ainda se quer que esses documentos com Israel […] contenham os problemas que estão acontecendo neste momento", disse, condenando, no entanto, Israel pela brutalidade e pelas baixas civis.Riad sinalizou em novembro que o acordo de normalização com Israel está sobre a mesa, nomeando uma solução pacífica para a questão palestina como condição fundamental. Não está claro ainda se os países árabes e muçulmanos vão manter o atual status quo se a guerra na Faixa de Gaza continuar, com sua enorme quantidade de vítimas e destruição.
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Analista explica aviso do chefe do Pentágono sobre 'derrota estratégica' de Israel
14:34 05.12.2023 (atualizado: 15:36 05.12.2023) O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, alertou Tel Aviv sobre uma possível "derrota estratégica" caso Israel não proteja os civis palestinos na Faixa de Gaza em meio à sua guerra contra o Hamas. A Sputnik explica o que está por trás da declaração de Austin.
A
administração Biden parece ter mudado ligeiramente o seu tom em relação à guerra de Israel em Gaza depois que Tel Aviv retomou a sua operação no enclave.
"Austin está correto — mas quando ele diz derrota estratégica, ninguém no Congresso ou no Senado parece entender do que ele está falando", disse a tenente-coronel aposentada da Força Aérea dos EUA Karen Kwiatkowski, ex-analista do Departamento de Defesa dos EUA, à Sputnik. "Uma derrota estratégica para Israel já ocorreu em muitos aspectos, uma vez que quase todos os seus aliados ocidentais tiveram que reprimir as manifestações internas e o exercício da liberdade de expressão. [As suas] ações estão lhe custando a fé das populações que nele [o Estado judeu] anteriormente podiam confiar — e prejudicando os partidos políticos e os políticos nos seus próprios países."
Antes do
reinício da guerra, algumas fontes em Washington foram citadas pela mídia ao dizer que o presidente Joe Biden e o secretário Lloyd Austin estavam
instando as autoridades israelenses a mostrarem moderação no sul de Gaza. Além disso, o secretário de Estado, Antony Blinken, disse à imprensa que queria que a
trégua temporária durasse mais tempo, durante a sua visita a Tel Aviv, na quinta-feira passada (30). Então Austin alertou Tel Aviv sobre uma "derrota estratégica" se não protegesse os civis palestinos. Ainda assim, anteriormente, Washington havia frustrado quaisquer esforços de cessar-fogo em Gaza no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). O que está por trás da mudança de opinião?
3 de dezembro 2023, 12:19
O cerne da questão é que uma parte considerável do
eleitorado de Biden — incluindo
jovens democratas, não brancos, árabes e muçulmanos americanos e progressistas — apoia a Palestina e um cessar-fogo na Faixa de Gaza. Esses grupos demonstram um descontentamento crescente com o apoio do presidente dos EUA a Israel. Alguns eleitores muçulmanos chegaram ao ponto de prometer desprezar totalmente a eleição ou votar contra Joe Biden em 2024.
A Axios
sugeriu que a queda do apoio não branco e árabe/muçulmano em seis dos principais estados da disputa eleitoral
poderia custar ao presidente a sua candidatura à reeleição em 2024, especialmente
tendo em conta que o seu rival Donald Trump tem uma vantagem sobre ele em cinco estados indecisos.
Anteriormente, em meados de novembro, o The New York Times
noticiou que mais de 500 funcionários dos EUA, representando cerca de 40 agências governamentais, tinham enviado uma carta ao presidente Biden
protestando contra o seu apoio a Israel na guerra em Gaza. Simultaneamente, dezenas de funcionários do Departamento de Estado assinaram memorandos internos para Blinken protestando contra a forma como a administração Biden lidou com o
conflito Israel-Palestina. Além da dissidência que cresce dentro do governo, alguns senadores democratas apelaram por um condicionamento da ajuda a Israel à redução dos combates em Gaza por parte de Tel Aviv. A equipe de Biden parece ter sofrido uma pressão sem precedentes, tanto de sua base quanto de seus companheiros de partido.
"Não posso dizer se o governo dos EUA está tentando se distanciar das ações de Israel ou fazer com que Israel acelere a evacuação e a destruição de Gaza para que a próxima fase possa ser iniciada e a situação se torne um problema da ONU […] e saia dos feeds [de notícias] das redes sociais e das primeiras páginas da mídia global. Dada a constituição do governo dos EUA e sua história de apoio não questionado e inquestionável a Israel, seria a última [fazer com que Israel acelere a evacuação e a destruição de Gaza]. A mensagem dos EUA, de Austin e da administração dos EUA não é 'Pare', mas sim 'Faça isso!'", sugeriu Kwiatkowski.
Uma suposta conversa entre Blinken e a liderança israelense durante uma reunião do Gabinete de Guerra de Israel na quinta-feira (vazada e não verificada pelo Canal 12, de Israel) aparentemente prova o desejo da equipe Biden de encerrar o conflito — de uma forma ou de outra — o mais breve possível. Respondendo à pergunta de Blinken sobre os
planos de Tel Aviv para desenraizar o Hamas no sul de Gaza, os generais israelenses disseram que
o fariam gradual e "proporcionalmente" e enquanto fosse necessário. Segundo eles, o conflito pode durar meses. O
secretário de Estado dos EUA teria respondido: "Não creio que você terá o crédito por isso", demonstrando que o tempo de Tel Aviv está se esgotando.
Ao que parece, quanto mais durar a guerra em Gaza, mais forte poderá ser o sentimento anti-Biden dentro da base democrata. Na verdade, não é apenas Tel Aviv que está ficando sem tempo, mas também a administração Biden, cujas probabilidades eleitorais correm o risco de cair ainda mais em 2024.
2 de dezembro 2023, 17:20
A derrota estratégica de Israel no Oriente Médio
As relações de Israel com os países do Oriente Médio estão ficando mais tensas à medida que a guerra em Gaza continua e as
vítimas civis continuam aumentando. Até esta terça-feira (5),
mais de 15,8 mil palestinos foram mortos no conflito, cerca de 70% dos quais mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
"Uma derrota estratégica está começando a ocorrer também no Oriente Médio, onde os muitos anos de diplomacia israelense, pagamentos e comércio com os [seus] vizinhos árabes e turcos criaram boas relações provisórias — todas destruídas a cada dia, à medida que esses governos e populações reconhecem que a boa vontade passada de Israel é uma manobra, e não confiável. Ocorreu também uma derrota estratégica, visto que Israel não só anunciou a sua capacidade nuclear, mas também [os] ameaçou com ela — e isso é algo com que a região e os aliados israelenses devem estar preocupados", disse Kwiatkowski.
O descontentamento com Israel está crescendo entre os países muçulmanos e árabes. A cúpula extraordinária conjunta islâmica-árabe, realizada em meados de novembro em Riad, apelou ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para investigar "
crimes de guerra e crimes contra a humanidade que Israel está cometendo" em Gaza. A Jordânia, a Turquia e o Bahrein retiraram os seus diplomatas de Israel no meio da guerra. Alguns grupos de direitos humanos ligados aos árabes apelaram a Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão para que
se retirassem imediatamente dos Acordos de Abraão, insistindo que a Jordânia, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Bahrein e o Catar também deveriam proibir os EUA de fornecerem apoio militar a Tel Aviv a partir dos seus territórios.
27 de novembro 2023, 16:07
A Al Arabiya
citou o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, que
apelou às nações para que parassem com as exportações de armas para Israel durante uma
cúpula extraordinária do BRICS no dia 21 de novembro. O príncipe herdeiro destacou a importância da solução de dois Estados no caminho para alcançar "estabilidade e segurança na Palestina".
Entretanto, alguns observadores internacionais sugerem que existe uma falta de unidade entre os Estados árabes e muçulmanos no que diz respeito ao conflito. Em particular, durante a reunião de novembro em Riad, os Estados árabes rejeitaram a proposta do Irã de impor um embargo econômico a Israel ou de anular os Acordos de Abraão.
Falando à Sputnik no início de novembro, o dr. Ahmed Al Ibrahim, um analista político baseado em Riad, apontou que suspender os Acordos de Abraão ou eliminar os laços com Israel não ajudaria a
garantir a paz na região. "Congelar os Acordos de Abraão não será possível porque ainda se quer que esses documentos com Israel […]
contenham os problemas que estão acontecendo neste momento", disse, condenando, no entanto, Israel pela brutalidade e pelas baixas civis.
Riad sinalizou em novembro que o acordo de normalização com Israel está sobre a mesa, nomeando uma solução pacífica para a questão palestina como condição fundamental. Não está claro ainda se os países árabes e muçulmanos vão manter o atual status quo se a guerra na Faixa de Gaza continuar, com sua enorme quantidade de vítimas e destruição.