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'Marco histórico': Mercosul assina acordo de livre comércio com Cingapura

© Evelyn HocksteinDa esquerda para a direita: o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong; a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina; a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; o presidente dos EUA, Joe Biden; o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente da Argentina, Alberto Fernández; o primeiro-ministro de Maurício, Pravind Kumar Jugnauth; e o presidente dos Emirados Árabes Unidos, sheik Mohamed bin Zayed Al Nahyan. Os chefes de Estado e de governo participam do lançamento da Aliança Global para Biocombustíveis, na cúpula do G20 em Nova Deli, em 9 de setembro de 2023
Da esquerda para a direita: o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong; a primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina; a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni; o presidente dos EUA, Joe Biden; o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi; o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; o presidente da Argentina, Alberto Fernández; o primeiro-ministro de Maurício, Pravind Kumar Jugnauth; e o presidente dos Emirados Árabes Unidos, sheik Mohamed bin Zayed Al Nahyan. Os chefes de Estado e de governo participam do lançamento da Aliança Global para Biocombustíveis, na cúpula do G20 em Nova Deli, em 9 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 07.12.2023
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O Mercosul deu um passo histórico nesta quinta-feira (7): assinou o acordo de livre comércio com Cingapura. A parceria com o país asiático, que dispõe de um PIB robusto e tecnologia avançada, representa uma ponte significativa para o bloco, segundo especialista ouvido pela Sputnik Brasil.
Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e especialista em geopolítica, destacou a importância da aliança estratégica, que, segundo ele, representará "um capítulo crucial nas relações comerciais e diplomáticas do bloco sul-americano".

"Sendo Cingapura membro da ASEAN [sigla em inglês para Associação de Nações do Sudeste Asiático], facilitará o acesso do Mercosul ao comércio asiático como um todo. O comércio atual, de 8 bilhões de dólares [aproximadamente R$ 39 bilhões], entre o Brasil e Cingapura é considerado significativo, sendo a China o único parceiro comercial asiático de maior magnitude. É um marco histórico", disse à Sputnik Brasil.

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Para o Brasil, o acordo representa uma oportunidade de exportar produtos do agronegócio e atrair investimentos em setores estratégicos de tecnologia. Trevisan sublinhou que a proximidade tecnológica de Cingapura oferece vantagens adicionais, impulsionando a venda de serviços e produtos tecnológicos brasileiros.

"Esse acordo não apenas fortalece os laços econômicos, mas também serve como a primeira parceria do Brasil com a Ásia, abrindo portas para diversos produtos brasileiros", destaca.

Segundo o analista, o principal setor beneficiado será mesmo o agronegócio, com uma porta de entrada preferencial na Ásia. Mas a indústria de transformação brasileira também pode colher benefícios desse acordo.
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"É absolutamente vantajosa para o Brasil essa porta de entrada. Para Cingapura é interessante também, porque vai consumir o produto do agronegócio brasileiro e argentino, especialmente, com grande vantagem. Também haverá uma possibilidade muito ampla para o Mercosul de receber investimentos, principalmente de setores estratégicos em termos de tecnologia", aposta o especialista.

Quanto às relações do Brasil na Ásia, além dos benefícios comerciais a diplomacia brasileira poderá explorar novas oportunidades em diversas áreas na região, ampliando sua influência de maneira estratégica.

"Cingapura tem um potencial tecnológico muito alto em vários setores, na indústria de transformação, na própria indústria eletrônica. Isso tudo, com a abertura comercial, com a abertura de livre comércio, Cingapura vai ter muito mais facilidade para vender esses serviços tecnológicos e, principalmente, vender produtos tecnológicos", pontua.

"O acordo com Cingapura representa não apenas uma expansão do comércio, mas uma janela de oportunidades estratégicas para o Mercosul na Ásia, marcando um capítulo crucial nas relações comerciais e diplomáticas do bloco sul-americano", conclui.
Tales Simões, membro pesquisador do Laboratório de Geografia Política (Geopo) da Universidade de São Paulo (USP) e integrante do Grupo de Estudos sobre Ásia do Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais (Nupri), também da USP, destaca a importância singular de Cingapura no contexto do acordo, descrevendo o país como um "portão de entrada" e um crucial "hub" no Sudeste Asiático.

"Sendo o segundo maior parceiro comercial do Brasil após a China, Cingapura emerge como uma peça-chave na facilitação de exportações brasileiras para o Sudeste Asiático", crava o especialista.

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