- Sputnik Brasil, 1920
Panorama internacional
Notícias sobre eventos de todo o mundo. Siga informado sobre tudo o que se passa em diferentes regiões do planeta.

'Chega de pregação': narrativa antirrussa de Zelensky enfrenta resistência na América Latina

© AP Photo / Evan VucciVladimir Zelensky no Salão Oval da Casa Branca, em Washington D.C. EUA, 21 de setembro de 2023
Vladimir Zelensky no Salão Oval da Casa Branca, em Washington D.C. EUA,  21 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 10.12.2023
Nos siga no
O presidente ucraniano Vladimir Zelensky vai participar da posse do presidente eleito argentino Javier Milei. Zelensky procura fortalecer os laços com o Sul Global, mas a reaproximação de Kiev com Buenos Aires não o ajudará a conquistar os corações e mentes dos latino-americanos, afirma um jornal argentino.
A presença de Zelensky em Buenos Aires na posse do governo de Javier Milei é aparentemente vista por Kiev como um golpe de relações públicas que visa restaurar a imagem manchada do presidente ucraniano à medida que o apoio ocidental à Ucrânia diminui, de acordo com a Página 12.
"Neste momento, e devido à diminuição do apoio dos governos da Aliança Atlântica, o interesse prioritário da Ucrânia é conseguir o apoio dos países do Sul Global", disse o autor da matéria do Página 12, Daniel Kersffeld.
Segundo Kersffeld, a maior esperança de Zelensky é fazer de Milei um aliado estratégico no conflito contra a Rússia, e que ele aceite a irrealista "fórmula de paz" de Kiev durante uma cúpula na Ucrânia proposta por Milei. O estudioso observa que Kiev também espera que Buenos Aires imponha sanções à Rússia.
Anteriormente, o presidente argentino eleito sinalizou o seu total apoio a Zelensky, em uma clara ruptura com a política do seu antecessor, Alberto Fernández. No final de novembro, o novo líder argentino propôs ao presidente ucraniano a realização de uma conferência sobre a Ucrânia no país sul-americano.
"Eles estão organizando uma conferência de paz na América Latina e na Ucrânia, e nós nos oferecemos como local, se for apropriado", disse a futura ministra das Relações Exteriores de Milei, Diana Mondino, aos repórteres no mês de novembro.
Ainda assim, a maior aposta de Zelensky é que o novo governo argentino — com o apoio de Washington — reúna os governos da região e os persuada a apoiar Zelensky e a virar as costas ao presidente russo, Vladimir Putin, acrescentou Kersffeld.
O presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, aperta a mão de um militar durante sua visita à a região de Carcóvia em 30 de novembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 09.12.2023
Operação militar especial russa
Moscou: paz na Ucrânia é possível se Kiev 'reconhecer as novas realidades territoriais'
Infelizmente, "a pregação do governo ucraniano contra Moscou nunca conseguiu ganhar terreno no contexto latino-americano, apesar de vários mecanismos de aliciamento e pressão política e econômica impostos por Washington que, entre outros aspectos, procurou fornecer armas à Ucrânia ou, diretamente, o rompimento das relações com a Rússia", destacou o estudioso.
Apesar das diferenças ideológicas entre os governos latino-americanos, há um consenso no continente de que esta deve ser uma "região de paz" e não interferir em conflitos ultramarinos, sublinhou Kersffeld. "Seria muito arriscado para a Argentina se envolver em um conflito estrangeiro, não tanto em busca de paz, mas para obter a aprovação da administração de Joe Biden", alertou o autor do artigo.
Entretanto, o maior problema de Zelensky é que a contraofensiva de verão (Hemisfério Norte) de Kiev não produziu nenhum resultado no campo de batalha e não conseguiu atingir nenhum dos objetivos do regime de Zelensky, tornando o Ocidente cada vez mais cético quanto a injetar dinheiro na Ucrânia e apoiar o seu presidente em exercício, segundo Kersffeld.
Na verdade, a imprensa ocidental mudou recentemente o seu tom ao descrever os assuntos ucranianos, citando alegadas conspirações de líderes norte-americanos e europeus para forçar Zelensky a conversações com a Rússia. Além disso, o jornalista vencedor do Prêmio Pulitzer, Seymour Hersh, sugeriu que algumas destas conversações já estão em curso, lideradas pelo comandante em chefe das Forças Armadas ucranianas, Valery Zaluzhny.
Para piorar a situação, o índice de aprovação de Zelensky na Ucrânia está em queda livre na sequência do fiasco da contraofensiva. Nestas circunstâncias, parece improvável que o golpe de relações públicas de Kiev na Argentina reverta a derrota iminente ou melhore a imagem de Zelensky a nível interno e externo.
Feed de notícias
0
Para participar da discussão
inicie sessão ou cadastre-se
loader
Bate-papos
Заголовок открываемого материала