Jornalista iraquiano que jogou os sapatos em Bush diz que hegemonia dos EUA deve acabar (VÍDEO)
Atirar sapatos no presidente Bush foi um ponto de virada na vida do jovem correspondente do canal de televisão iraquiano Al-Baghdadiyah. Ao jogar o sapato, Muntadhar al-Zaidi também gritou: "Isso é para você, cachorro, um beijo de despedida do povo iraquiano. Isso é para as viúvas e órfãos, para todos aqueles que morreram no Iraque."
'Minha vida mudou muito'
"Minha vida mudou muito depois que joguei meu sapato em George Bush. Isso colocou muita responsabilidade sobre meus ombros. O povo iraquiano esperava de mim não apenas uma oposição simbólica, mas também uma oposição real à ocupação norte-americana. Foi assim que acabei entre ativistas dos direitos humanos. Me tornei a voz não só daqueles que sofreram nas mãos da ocupação dos EUA, mas também de todos aqueles oprimidos pelas ações das autoridades iraquianas corruptas, instaladas pelos norte-americanos. Os meus compatriotas ainda me olham como um guerreiro que sempre permanece na linha de frente", disse al-Zaidi.
'Ninguém simpatizou conosco quando os EUA ocuparam o Iraque'
"Vimos a simpatia dos EUA e de todo o Ocidente pela Ucrânia, embora ninguém tenha simpatizado conosco quando os Estados Unidos ocuparam o Iraque. Não encontramos simpatia semelhante do Ocidente pela Palestina e por Gaza, onde milhares de civis, incluindo mulheres e crianças, foram mortas. Quando a ocupação dos EUA matou pessoas no Afeganistão, tal como aconteceu no Iraque, ninguém no Ocidente simpatizou com elas. Isso resulta em uma política hipócrita e falsa de dois pesos e duas medidas."
"É hora de deixar para trás o regime colonial dos Estados Unidos, que ainda traz consigo assassinatos, intimidação, colonialismo e humilhação dos povos. Então, acho que é hora de mudar a ordem mundial. A hegemonia dos EUA deve ser interrompida. Não precisamos mais do Ocidente", acrescentou.
Políticos para apertar a mão
"A todos os políticos, presidentes e governantes que apoiam a resolução dos nossos problemas no Oriente Médio, gostaria de apertar a mão deles. Estou pronto para considerar como meu amigo um líder mundial que apoie Gaza e fale abertamente sobre os crimes do Exército israelense. Não estou pronto para dizer nomes específicos, mas todos esses políticos se opõem ao imperialismo norte-americano. Para eles, toda a gratidão, todo o apoio e respeito de minha parte", concluiu.