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Sabatina no Senado: oposição sai 'desmoralizada' e fez papel de aprendiz de Dino, diz analista
Sabatina no Senado: oposição sai 'desmoralizada' e fez papel de aprendiz de Dino, diz analista
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Após quase 11 horas de sabatina e intensos debates, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu uma dupla vitória no Senado Federal na... 14.12.2023, Sputnik Brasil
2023-12-14T14:48-0300
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O desafio do governo petista era justamente pelo fato de o Senado ser a Casa legislativa com maior representatividade do bolsonarismo. Diante dos 47 votos favoráveis — eram necessários, no mínimo, 41 — e até afagos a Dino de figuras típicas do conservadorismo — a exemplo do senador Sergio Moro (União-PR) —, a cientista política e professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Clarisse Gurgel conversou com a Sputnik Brasil e, de acordo com ela, a oposição saiu "desmoralizada" da sabatina e se viu atuando como "aprendiz" do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). "Isso sem dúvida", ressaltou."O Dino saiu da magistratura e foi para a política [atuou como deputado, governador, senador e ministro da Justiça], ainda que o Judiciário seja em regra daqueles que venceram na política [o caminho contrário]", analisa. Agora, o ministro do governo Lula retorna ao Judiciário, mas para a principal corte do país e, segundo a cientista política, leva consigo um perfil pedagógico. "O Dino se mostrou mais sereno e costuma ser uma pessoa de bom trato. Também é bastante relacional, o que vai facilitar a sua atuação no Supremo, por ter uma trajetória orgânica e bem-sucedida na política. É uma pessoa de firmeza nas decisões que toma", explica.Com a aprovação no Parlamento, Dino vai herdar pautas da ministra Rosa Weber, que se aposentou no fim de setembro, e são caras tanto para a oposição quanto para o governo: investigações criminais contra o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e senadores da base, como Renan Calheiros (MDB-AL) e Chico Rodrigues (PSB-RR), além da ação que julga possível os crimes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na pandemia."Mas essas características do Dino, quando dirigidas a um componente de lealdade ao governo, fazem com que Lula tenha um grande aliado no STF, e eu acredito que a atuação dele não deve se restringir só ao Supremo."Carreira política encerrada?O novo ministro do STF pode ocupar o cargo até 2043, quando, ao completar 75 anos, é aposentado compulsoriamente. Flávio Dino já disse que não pretende deixar o Supremo antes da data e, com isso, teria a carreira política praticamente encerrada. Porém, a cientista política Clarisse Gurgel acredita que não.Sobre o desgaste do presidente Lula com relação à escolha, já que a militância mais próxima pedia a indicação de uma mulher negra, a especialista acredita que o governo já calculava a situação."Mesmo assim, ele optou por escolher o Dino […]. Tendo a achar que o ministro vai se posicionar praticamente numa direção mais progressista, inclusive em relação ao Zanin [outro ministro indicado por Lula]. Traz vantagem por conseguir articular uma postura mais progressista do ponto de vista político, que permite que ele seja consequente nas bandeiras mais à esquerda", argumenta a professora.Sucessão no Ministério da Justiça será complicadaUm dos ministros com maior destaque ao longo do primeiro ano do mandato do presidente Lula, a cadeira na pasta antes ocupada por Dino agora está oficialmente vaga. Nomes já foram ventilados nos bastidores, como o da emedebista Simone Tebet, que deixaria o Planejamento, e até do ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski. Para a cientista política, a substituição não será uma escolha fácil."Caso Lula quebre o acordo que fez com o Dino de manter Justiça e Segurança Pública no mesmo ministério, será mais fácil para o presidente, apesar de dificultar a vida dos mais pobres. Assim ele pode colocar um perfil mais técnico e jurídico de um lado e providenciar um nome que tenha um perfil mais conservador e que entenda a segurança pública como algo apartado do debate sobre justiça", explica.A especialista defende que justiça e segurança devem caminhar juntas, o que, segundo ela, é responsável pelos bons resultados da pasta nos últimos meses.Perfil conciliador para a PGRAo conquistar um placar mais elástico, com 65 votos favoráveis e apenas 11 contrários, o novo nome da Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, foi escolhido por Lula justamente por conciliar tanto a direita quanto a esquerda, pontua a especialista."A palavra conciliação apareceu na boca de quase todos os senadores, inclusive de Flávio Bolsonaro [filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, adversário de Lula e Dino], que estava ali comprometido a amenizar o clima, a tornar o ambiente menos hostil", explica.Para a especialista, o governo não terá a lealdade do ex-procurador Augusto Aras, responsável por arquivar diversas investigações contra a então gestão Bolsonaro, nem um perfil lavajatista, como ocorreu durante o mandato de Rodrigo Janot.
https://noticiabrasil.net.br/20231213/senado-forma-maioria-e-aprova-nome-de-flavio-dino-para-o-stf-32014550.html
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https://noticiabrasil.net.br/20230925/lula-procura-perfil-anti-lavajatista-e-sem-perfil-politico-para-a-pgr-diz-especialista-30487072.html
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flávio dino, paulo gonet, supremo tribunal federal (stf), senado, stf, pgr, procuradoria geral da república (pgr), sergio moro, senado federal, luiz inácio lula da silva, governo lula, governo federal, exclusiva, jair bolsonaro, simone tebet, ricardo lewandowski, judiciário
Sabatina no Senado: oposição sai 'desmoralizada' e fez papel de aprendiz de Dino, diz analista
14:48 14.12.2023 (atualizado: 16:11 14.12.2023) Especiais
Após quase 11 horas de sabatina e intensos debates, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conseguiu uma dupla vitória no Senado Federal na última quarta-feira (13). A aprovação do vice-procurador Paulo Gonet à PGR já era praticamente dada como certa, mas com relação ao ministro Flávio Dino no STF, ainda havia muitas incertezas.
O desafio do governo petista era justamente pelo fato de o Senado ser a Casa legislativa com maior representatividade do bolsonarismo.
Diante dos 47 votos favoráveis — eram necessários, no mínimo, 41 — e até afagos a Dino de figuras típicas do conservadorismo — a exemplo do senador
Sergio Moro (União-PR) —, a cientista política e professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio) Clarisse Gurgel conversou com a
Sputnik Brasil e, de acordo com ela, a oposição saiu "desmoralizada" da sabatina e se viu atuando como "aprendiz" do futuro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). "Isso sem dúvida", ressaltou.
"O Dino saiu da magistratura e foi para a política [atuou como deputado, governador, senador e ministro da Justiça], ainda que o Judiciário seja em regra daqueles que venceram na política [o caminho contrário]", analisa. Agora, o ministro do governo Lula retorna ao Judiciário,
mas para a principal corte do país e, segundo a cientista política, leva consigo
um perfil pedagógico. "O Dino se mostrou mais sereno e costuma ser uma pessoa de bom trato. Também é bastante relacional, o que vai facilitar a sua atuação no Supremo, por ter uma trajetória orgânica e bem-sucedida na política. É uma pessoa de firmeza nas decisões que toma", explica.
Com a aprovação no Parlamento, Dino vai herdar
pautas da ministra Rosa Weber, que se aposentou no fim de setembro, e são caras tanto para a oposição quanto para o governo: investigações criminais contra o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, e senadores da base, como Renan Calheiros (MDB-AL) e Chico Rodrigues (PSB-RR), além da
ação que julga possível os crimes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na pandemia.
"Mas essas características do Dino, quando dirigidas a um componente de lealdade ao governo, fazem com que Lula tenha um grande aliado no STF, e eu acredito que a atuação dele não deve se restringir só ao Supremo."
13 de dezembro 2023, 21:22
Carreira política encerrada?
O novo ministro do STF pode ocupar o cargo até 2043, quando, ao completar 75 anos, é aposentado compulsoriamente. Flávio Dino já disse que não pretende deixar o Supremo antes da data e, com isso, teria a carreira política praticamente encerrada. Porém, a cientista política Clarisse Gurgel acredita que não.
"Acho até que ele demonstra certa alegria com a perspectiva de que a carreira dele não se encerre lá, como também não achava que quando saiu do jurídico para o político era algo sem retorno", disse.
Sobre o desgaste do presidente Lula com relação à escolha, já que a militância mais próxima pedia a
indicação de uma mulher negra, a especialista acredita que o
governo já calculava a situação.
"Mesmo assim, ele optou por escolher o Dino […]. Tendo a achar que o ministro vai se posicionar praticamente numa direção mais progressista, inclusive em relação ao Zanin [outro ministro indicado por Lula]. Traz vantagem por conseguir articular uma postura mais progressista do ponto de vista político, que permite que ele seja consequente nas bandeiras mais à esquerda", argumenta a professora.
13 de dezembro 2023, 19:58
Sucessão no Ministério da Justiça será complicada
Um dos ministros com
maior destaque ao longo do primeiro ano do mandato do presidente Lula, a cadeira na pasta antes ocupada por Dino agora
está oficialmente vaga. Nomes já foram ventilados nos bastidores, como o da
emedebista Simone Tebet, que deixaria o Planejamento, e até do ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski. Para a cientista política,
a substituição não será uma escolha fácil.
"Caso Lula quebre o acordo que fez com o Dino de manter Justiça e Segurança Pública no mesmo ministério, será mais fácil para o presidente, apesar de dificultar a vida dos mais pobres. Assim ele pode colocar um perfil mais técnico e jurídico de um lado e providenciar um nome que tenha um perfil mais conservador e que entenda a segurança pública como algo apartado do debate sobre justiça", explica.
A especialista defende que
justiça e segurança devem caminhar juntas, o que, segundo ela, é
responsável pelos bons resultados da pasta nos últimos meses.
Caso ocorra a mudança de Tebet para o ministério, Clarisse Gurgel acredita que pode ocorrer um esvaziamento pela falta de trajetória e "firmeza" da ex-senadora para ocupar o cargo na área da Justiça. "Avalio que Lewandowski acaba por ser um nome mais eficaz, até pelo grau de lealdade ao governo Lula, que demonstrou ter ao longo dos anos, [mais] do que a própria Tebet."
25 de setembro 2023, 16:32
Perfil conciliador para a PGR
Ao conquistar um placar mais elástico, com
65 votos favoráveis e apenas 11 contrários, o novo nome da Procuradoria-Geral da República (PGR), Paulo Gonet, foi
escolhido por Lula justamente por conciliar tanto a direita quanto a esquerda, pontua a especialista.
"A palavra conciliação apareceu na boca de quase todos os senadores, inclusive de Flávio Bolsonaro [filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, adversário de Lula e Dino], que estava ali comprometido a amenizar o clima, a tornar o ambiente menos hostil", explica.
Para a especialista, o governo não terá a lealdade do ex-procurador Augusto Aras, responsável por arquivar diversas investigações contra a então gestão Bolsonaro, nem um perfil lavajatista, como ocorreu durante o mandato de Rodrigo Janot.