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EUA anunciam inclusão de novas áreas do Ártico em seu mapa, e analista cita 'terreno perigoso'

© Sputnik / Pavel LvovUma das ilhas do arquipélago de Novaya Zemlya, Rússia, no Ártico
Uma das ilhas do arquipélago de Novaya Zemlya, Rússia, no Ártico - Sputnik Brasil, 1920, 27.12.2023
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O governo do presidente democrata Joe Biden divulgou na última semana novos mapas que expandem a plataforma continental americana no oceano Ártico, no Atlântico Norte, e também no mar de Bering, nas regiões do golfo do México próximo às ilhas Marianas.
A expressão "plataforma continental" refere-se à porção territorial de um país que alcança as regiões marítimas e, no caso norte-americano, tem a pretensão de avançar ainda mais sobre regiões do Ártico e do golfo do México. O biólogo e professor da Universidade do Alasca Rick Steiner, que é especialista em conservação marinha, disse em entrevista à Sputnik que as novas reivindicações deveriam ser retiradas.
O país quer anexar uma região de cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados nos dois oceanos, sendo a maior parte no Atlântico Norte, rica em minerais e recursos energéticos. Conforme o Departamento de Estado dos EUA, as novas fronteiras não vão criar disputas territoriais com a Rússia, porém exigirão acordos com Canadá e Japão.
Para o especialista, a gestão Biden está "andando em terreno perigoso" ao fazer reivindicações unilaterais no Ártico, uma vez que não ratificou a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS, na sigla em inglês). Ao contrário de competir pelos recursos marinhos na região polar, o biólogo defendeu que os países deveriam se unir para "proteger completamente e para sempre o Ártico" e retirar reivindicações da plataforma continental expandida.
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Proposta norte-americana não deve ser reconhecida

Já Chas Freeman, veterano diplomata dos Estados Unidos e ex-secretário assistente de Defesa para assuntos de segurança internacional, também afirmou à Sputnik que não há nenhuma chance de as novas fronteiras propostas serem reconhecidas internacionalmente.
"Mesmo que os americanos não estivessem envolvidos em um conflito por procuração com a Rússia e em uma guerra econômica com a China, fazê-los concordar com essas ações unilaterais seria quase impossível", disse o ex-diplomata. Ele também argumentou que é "difícil entender" como as reivindicações dos EUA por uma plataforma expandida no Ártico são consistentes com suas objeções a reivindicações semelhantes de países como a China.
Enquanto isso, Moscou condenou a ampliação da plataforma continental por Washington: "Inaceitáveis". O chefe do Comitê Estatal da Duma sobre o Ártico, Nikolai Kharitonov, alertou que as tentativas dos EUA de expandir seu território poderiam aumentar as tensões no Ártico.
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