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Após declarações antissemitas, reitora de Harvard sofre pressão e renuncia ao cargo

© flickr.com / Joshua QuallsClaudine Gay, ex-reitora de Harvard
Claudine Gay, ex-reitora de Harvard - Sputnik Brasil, 1920, 02.01.2024
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Claudine Gay, então reitora da Universidade de Harvard, renunciou ao cargo nesta terça-feira (2). A acadêmica estava sob pressão há semanas, após reações negativas em relação à sua declaração sobre antissemitismo em uma audiência no Congresso norte-americano.
Gay, primeira mulher negra a ocupar o posto em Harvard, publicou uma carta anunciando a decisão no site da instituição. No comunicado, ela disse que, após conversas com colegas, "ficou claro que é do interesse de Harvard que eu renuncie para que nossa comunidade possa navegar esse momento de desafios extraordinários com foco na instituição, em vez de no indivíduo."
A acadêmica escreveu ainda que "tem sido angustiante" duvidar dos próprios compromissos como "enfrentar o ódio e defender o rigor acadêmico" em meio a ataques e ameaças alimentadas por preconceito racial. Ela também enfrenta acusações de plágio em sua carreira na academia.
O episódio que criou o clima de pressão para Gay aconteceu em dezembro do ano passado quando, junto com outras duas reitoras — Liz Magill, da Universidade da Pensilvânia, e Sally Kornbluth, do MIT, o Instituto de Tecnologia de Massachussets — participaram de uma audiência na Câmara dos EUA sobre antissemitismo.
O comitê criado para investigar o antissemitismo nas universidades, sobretudo em um período de escalada do conflito entre Israel e o Hamas, queria saber sobre a atuação das instituições em casos de preconceito religioso.
Durante a audiência, as reitoras teriam se recusado a responder uma pergunta objetiva feita por uma congressista republicana questionando se pedir o genocídio de judeus violaria ou não códigos de conduta das universidades.
Quando perguntada pela deputada Elise Stefanik se, "em Harvard,, pedir o genocídio de judeus viola as regras sobre bullying e assédio? Sim ou não?", Gay teria dito que dependeria do contexto, e acrescentou: "Retórica antissemita, quando se transforma em conduta que constitui bullying, assédio e intimidação, é uma conduta passível de ação e tomamos medidas." A resposta causou furor nas redes sociais.
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Mesmo diante da pressão, Gay foi mantida no cargo pelo conselho de Harvard. Entretanto, as pressões continuaram e a então reitora decidiu renunciar o cargo no começo deste ano. Mary Elizabeth Magill também renunciou ao cargo na Universidade da Pensilvânia no mês passado.
Em Harvard, Alan M. Garber assume interinamente até a escolha de um novo reitor. Em seu comunicado, Gay afirmou que vai retornar ao corpo docente e dar continuidade às atividades de ensino e pesquisa.
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