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'Despertaram nossa ira': Forças Armadas do Equador prometem esmagar facções criminosas

© AP Photo / Dolores OchoaManifestantes pedem paz próximo a presídio e centro de reabilitação social no Equador. Latacunga, 10 de janeiro de 2024
Manifestantes pedem paz próximo a presídio e centro de reabilitação social no Equador. Latacunga, 10 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 11.01.2024
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No terceiro dia da crise na segurança pública sem precedentes que levou o governo a reconhecer a situação de guerra civil, as Forças Armadas do Equador tiveram um grande confronto com uma das 22 facções criminosas que assolam o país nesta quinta-feira (11). O governo do presidente Daniel Noboa prometeu uma reação firme.
O decreto do governo dá liberdade total ao Exército, que inclusive pode entrar em residências sem ordem judicial. Além disso, está em vigor um toque de recolher após 23h00. Mais de 22,4 mil soldados foram mobilizados para conter os distúrbios causados pelas organizações criminosas, cuja atuação se concentra no litoral, principalmente em cidades como Guayaquil.

"Queriam instilar medo, mas despertaram nossa ira. Acharam que submeteriam um país inteiro, mas esqueceram que as forças armadas são treinadas para a guerra", prometeu o ministro da Defesa, Giancarlo Loffredo, em mensagem nas redes sociais.

Em reação ao estado de emergência declarado pelo presidente Noboa, gangues e facções iniciaram um campanha de sequestros, ataques e até uma incursão a uma emissora de TV durante transmissão ao vivo, o que levou o governo a reconhecer um "conflito interno armado".
"Ceder ao mal: nunca. Lutar incansavelmente: sempre!", afirmou o presidente em mensagem transmitida pela rede nacional de televisão. O crime organizado no país, que fica entre a Colômbia e o Peru, os dois maiores produtores de cocaína do mundo, cresceu após apoio de cartéis mexicanos e colombianos ao tráfico de drogas. Com isso, portos do país no Pacífico passaram a ser usados para escoamento dos produtos.
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Unidades prisionais seguem tomadas

A crise começou nas unidades prisionais do país, que nos últimos anos foram tomadas pelas facções e registraram quase 500 assassinatos. Na última segunda-feira (8), uma das maiores lideranças do narcotráfico fugiu da prisão: José Adolfo Macías, conhecido como "Fito".
Pelo menos 178 guardas penitenciários seguem mantidos como reféns em várias unidades, e há motins em andamento e até detentos atirando contra as Forças Armadas. Nas principais cidades do país, grande parte das lojas e empresas seguem fechadas. "Estamos com medo, com medo de que, quando menos esperarmos, eles [os bandidos] farão a mesma coisa de novo", disse Ines Macas, dona de casa de 69 anos em Quito, à AFP.
Além disso, o transporte público foi reduzido e instituições de ensino pararam de funcionar. "O tempo dos criminosos acabou, estão avisados. Qualquer ato terrorista daqui em diante se tornará imediatamente um alvo militar", declarou o ministro da Defesa.
À medida que o tráfico de drogas encontrou um ponto de apoio no Equador nos últimos anos, a taxa de homicídios do país quadruplicou entre 2018 e 2022. O ano passado foi o pior até agora, com 7,8 mil assassinatos e um recorde de 220 toneladas de drogas apreendidas.
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