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Convite de Lula a Biden é gesto estratégico na busca por horizonte à governança global, diz analista
Convite de Lula a Biden é gesto estratégico na busca por horizonte à governança global, diz analista
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Desde que começou seu terceiro mandato, Luiz Inácio Lula da Silva teve como uma de suas prioridades a política externa. No entanto, trabalhar a... 30.01.2024, Sputnik Brasil
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Ao longo do ano passado, Lula participou ativamente de organismos internacionais tanto do Ocidente, por exemplo G7 e G20, como do Sul Global, como o BRICS e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).O petista destacou a importância de sua gestão para "relançar" o Brasil no cenário internacional sob uma perspectiva "multipolar", sendo esse o pilar da política externa do governo brasileiro.Na semana passada, Lula convidou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para ir ao Brasil em uma visita a ser feita "preferencialmente neste primeiro semestre". O líder brasileiro destacou o contexto dos 200 anos de relações diplomáticas entre Brasília e Washington, acrescentando que a visita de Biden poderia "celebrar a ocasião no mais alto nível", além de "dar continuidade ao aprofundamento de nossa parceria".Na visão do professor e coordenador do Laboratório de Estudos sobre Política e Violência da Universidade Federal Fluminense (UFF), André Rodrigues, o convite de Lula pode ser interpretado como "um gesto estratégico".O coordenador ainda pontua que "convidar Biden é um gesto de afirmação da importância do Brasil" na arena internacional e "também da América Latina neste diálogo"."As grandes potências estão com muita dificuldade para construir diálogos e agendas, temos múltiplos conflitos armados que estão em curso e o Brasil pode ser um ator importante na construção deste diálogo que é fundamental para que ocorra a construção de um horizonte para governança global [...]", analisou.Reativar o BrasilNo entanto, o desafio de Lula é duplo, a partir do momento que também trabalha para "reativar" o Brasil internamente.Na segunda-feira passada (22), o governo federal anunciou o plano Nova Indústria Brasil, projeto elaborado para guiar o país até 2033. A principal novidade é que o Executivo vai disponibilizar R$ 300 bilhões até 2026 para financiamentos destinados à nova política industrial brasileira.Para o professor de Relações Internacionais das Faculdades de Campinas (FACAMP), Márcio Sampaio de Castro, é válido o esforço que o governo tenta empreender, "mas tem muito mais a ser feito, porque o desafio é grande".O especialista aponta que a perda de força da indústria brasileira prejudica o país em um todo, não só no quesito produção, mas também em outras áreas.Portanto, "tem muito mais a ser feito [pelo governo] porque o desafio é muito grande, o tamanho do país com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, não se pode permitir simplesmente ter um papel de país agrário-exportador", concluiu.Apesar de políticas internas e externas terem formas diferentes, o fim é sempre o mesmo: impulsionar o desenvolvimento e protagonismo de um país. Na carta em que Lula convida Biden – que na verdade é uma resposta a outra carta do presidente norte-americano enviada anteriormente – ao mesmo tempo que Brasília mira na manutenção do diálogo para contemplar sua diretriz multipolar, também tem como alvo fazer com que a credibilidade na relação traga investimentos internos para o Brasil.
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Convite de Lula a Biden é gesto estratégico na busca por horizonte à governança global, diz analista
12:38 30.01.2024 (atualizado: 15:48 30.01.2024) Especiais
Desde que começou seu terceiro mandato, Luiz Inácio Lula da Silva teve como uma de suas prioridades a política externa. No entanto, trabalhar a multipolaridade, um dos pilares da chancelaria brasileira, também anda em parceria com a reativação do potencial interno do Brasil.
Ao longo do ano passado, Lula participou ativamente de organismos internacionais tanto do Ocidente, por exemplo G7 e G20, como do Sul Global, como o BRICS e a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).
O petista destacou a importância de sua gestão
para "relançar" o Brasil no cenário internacional
sob uma perspectiva "multipolar", sendo esse o pilar da política externa do governo brasileiro.
Na semana passada, Lula convidou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para ir ao Brasil em uma visita a ser feita "preferencialmente neste primeiro semestre".
O líder brasileiro destacou o contexto dos
200 anos de relações diplomáticas entre Brasília e Washington, acrescentando que a visita de Biden poderia "celebrar a ocasião no mais alto nível", além de "dar continuidade ao aprofundamento de nossa parceria".
Na visão do professor e coordenador do Laboratório de Estudos sobre Política e Violência da Universidade Federal Fluminense (UFF), André Rodrigues, o convite de Lula pode ser interpretado como "um gesto estratégico".
"[O convite] é um gesto estratégico de política internacional. [...] A agenda de política externa brasileira sempre foi muito ativa na construção de passos multipolares e na proposta de uma governança global que não esteja centralizada em uma grande potência mundial, esse é o jogo político internacional do Brasil – diálogo com múltiplas potências para ativar a esfera política multipolar", afirmou Rodrigues à Sputnik.
O coordenador ainda pontua que "convidar Biden é um gesto de afirmação da importância do Brasil" na arena internacional e "também da América Latina neste diálogo".
"As grandes potências estão com muita dificuldade para construir diálogos e agendas, temos múltiplos conflitos armados que estão em curso e o Brasil pode ser um ator importante na construção deste diálogo que é fundamental para que ocorra a construção de um horizonte para governança global [...]", analisou.
No entanto, o desafio de Lula é duplo, a partir do momento que também trabalha para "reativar" o Brasil internamente.
Na segunda-feira passada (22), o governo federal anunciou o
plano Nova Indústria Brasil, projeto elaborado para guiar o país até
2033. A principal novidade é que o Executivo vai disponibilizar
R$ 300 bilhões até 2026 para financiamentos destinados à nova política industrial brasileira.
Para o professor de Relações Internacionais das Faculdades de Campinas (FACAMP), Márcio Sampaio de Castro, é válido o esforço que o governo tenta empreender, "mas tem muito mais a ser feito, porque o desafio é grande".
"Não só o Brasil, mas em muitos outros países, o enfraquecimento da industrialização é muito grave. Muitas nações têm se convertido cada vez mais em países agrários-exportadores. Um país como o Brasil, que já teve a indústria como um dos seus principais componentes do produto interno bruto [PIB], com 30% na constituição do PIB, agora tem algo em torno de 10% ou menos até", afirmou Castro à Sputnik.
O especialista aponta que a perda de força da indústria brasileira prejudica o país em um todo, não só no quesito produção, mas também em outras áreas.
"A indústria, as pesquisas, como a pesquisa médica, nuclear, a biotecnologia, engenharia, são pontos-chave para o desenvolvimento de um país. O investimento industrial permite que se melhorem todas as outras áreas, isso é central."
Portanto, "tem muito mais a ser feito [pelo governo] porque o desafio é muito grande, o tamanho do país com uma
população de mais de 200 milhões de habitantes, não se pode permitir simplesmente ter um papel de país agrário-exportador", concluiu.
Apesar de políticas internas e externas terem formas diferentes, o fim é sempre o mesmo: impulsionar o desenvolvimento e protagonismo de um país.
Na carta em que Lula convida Biden – que na verdade é uma
resposta a outra carta do presidente norte-americano enviada anteriormente – ao mesmo tempo que Brasília mira na manutenção do diálogo para
contemplar sua diretriz multipolar, também tem como alvo fazer com que a credibilidade na relação
traga investimentos internos para o Brasil.