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Israel ordena evacuação do sul de Gaza; Autoridade Palestina culpa EUA e Egito envia tanques

© AFP 2023 / Rabih DaherOndas de fumaça saem do local de um ataque aéreo israelense na vila de Khiam
Ondas de fumaça saem do local de um ataque aéreo israelense na vila de Khiam - Sputnik Brasil, 1920, 09.02.2024
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As chances dos palestinos conseguirem sair de Rafah são precárias e difíceis, visto que essas pessoas, cerca de 1,4 milhão, são as mesmas que deixaram suas casas desde outubro do ano passado quando Tel Aviv começou sua campanha militar no enclave.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, solicitou na sexta-feira (9) aos militares que apresentassem um plano para a evacuação de civis da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza, onde permanecem quatro batalhões do Hamas, disse seu gabinete.
"A operação em grande escala em Rafah exige a evacuação de civis da zona de combate. É por isso que o primeiro-ministro instruiu as Forças de Defesa de Israel [FDI] e as estruturas de defesa a apresentarem um plano duplo para a evacuação da população e a eliminação dos batalhões ao gabinete de ministros", disse o gabinete de Netanyahu em comunicado.
É impossível para Israel atingir os seus objetivos militares na Faixa de Gaza sem eliminar os restantes batalhões do Hamas, acrescentou o gabinete.
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O ex-enviado especial dos Estados Unidos para as negociações israelo-palestinas, Frank Lowenstein, que esteve envolvido em negociações de cessar-fogo anteriores, disse não acreditar que exista local onde a população da cidade do sul de Gaza possa ir.

Os planos israelenses de evacuar civis de Rafah não deixam "nenhum lugar para as pessoas irem e nenhuma maneira de as pessoas chegarem lá […]. Agora você está pedindo que eles se mudem. Para onde eles irão? Só acho que não há lugar para eles irem", afirmou Lowenstein ouvido pelo Sky News.

Com a movimentação, o Egito enviou cerca de 40 tanques e veículos blindados de transporte de pessoal para o nordeste do Sinai nas últimas duas semanas, como parte de uma série de medidas para reforçar a segurança na fronteira com Gaza, disseram duas fontes de segurança egípcias, segundo o The Times of Israel.
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O gabinete do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, repreendeu os planos de Netanyahu e disse que a medida visa expulsar os palestinos de suas terras. De acordo com a mídia, Abbas disse que responsabilizaria tanto o governo israelense como os EUA pelas repercussões do plano.

Apelou ao Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas] para tomar conhecimento, "porque [Israel] tomar esse passo ameaça a segurança e a paz na região e no mundo" e "cruza todas as linhas vermelhas".

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na quinta-feira (8) que a conduta de Israel na guerra é "exagerada", a crítica mais dura dos norte-americanos até agora ao seu aliado próximo. O Departamento de Estado disse que uma invasão de Rafah nas atuais circunstâncias "seria um desastre".
Contudo, foi a própria administração Biden, por meio de seu porta-voz de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, que declarou em outubro que não havia "linhas vermelhas traçadas" para a investida militar israelense, ao mesmo tempo que o governo norte-americano aprovou venda e armas para Israel durante o conflito.
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Também hoje (9), Tel Aviv informou ao Egito e ao Catar que rejeitou as exigências apresentadas pelo Hamas quando respondeu às propostas relativas ao acordo de troca de prisioneiros.
Até o momento, mais de 27 mil palestinos e 1.300 israelenses foram mortos desde o ataque do Hamas no dia 7 de outubro de 2023.
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