Ucrânia terá uma difícil batalha para adaptar os F-16 fabricados nos EUA ao combate real, diz mídia

© Foto / Força Aérea dos EUA / Tom ReynoldsF-16 Fighting Falcons da Força Aérea dos EUA voando em formação
F-16 Fighting Falcons da Força Aérea dos EUA voando em formação - Sputnik Brasil, 1920, 04.03.2024
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Os comandantes ucranianos se comprometeram a não iniciar outra ofensiva sem o indispensável apoio aéreo dos F-16, situação que atualmente representa uma grande dificuldade para Kiev.
Pode levar meses até que o Exército ucraniano e os seus apoiadores ocidentais adaptem adequadamente os caças F-16 de fabricação norte-americana (Fighting Falcons) para o combate na Ucrânia, de acordo com a edição europeia do Politico que cita especialistas e responsáveis, que reconhecem que o o processo de colocar os caças no ar seria um desafio.
Esse desenvolvimento é uma decepção para Kiev, porque eles esperavam que a chegada dos F-16 aumentaria significativamente as suas capacidades militares. A promessa feita por Noruega, Dinamarca, Países Baixos e Bélgica de entregar 60 aviões foi prematuramente saudada como o que se pensava ter sido um grande sucesso da diplomacia ucraniana.
A tarefa de requalificar os pilotos ucranianos, habituados a pilotar caças MiG e Sukhoi de fabricação russa, revelou-se apenas um de muitos problemas.

"As bases [dos F-16] serão os principais alvos do ataque russo. Os próprios aviões serão marcados pelos sistemas de defesa aérea russos. Reparar os aviões será um desafio e, mesmo o uso de pistas despreparadas, poderá sabotar a delicada aeronave", relata o Politico.

Soldados ucranianos junto de instrutores da Companhia Norueguesa do 12º Distrito da Guarda Nacional 'Hegra', parte da Operação Gungne, durante treinamento com métodos de combate padrão da OTAN para aprimorar as capacidades militares ucranianas, ao norte de Trondheim, Noruega, em 25 de agosto de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 03.03.2024
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Tom Richter, ex-piloto da Marinha dos EUA que já guiou o F-16 anteriormente, admite à publicação que os aviões de fabricação soviética são mais "rústicos e desajeitados" e podem voar em aeródromos malconservados, enquanto o F-16, em comparação, é uma "prima donna" que precisa de muita manutenção.
O Politico cita Yuriy Ignat, porta-voz da Força Aérea ucraniana, dizendo que "os Falcons realmente precisam de alguma adaptação". Isso incluirá o envio de "equipes com selante" para cobrir fissuras, fendas e irregularidades de concreto em pistas pouco conhecidas. Os poucos lugares bem mantidos serão "um alvo óbvio" para um ataque russo, disse o Politico, citando Justin Bronk, do think tank Royal United Services Institute.
Será que esses F-16 realmente terão impacto? De acordo com o relatório anual de balanço militar do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos, a Ucrânia tinha inicialmente uma frota de 71 Su-27 e MiG-29 no início do conflito, em fevereiro de 2022. Eles também tinham 14 bombardeiros Su-24M e 31 aeronaves de ataque Su-25.
Porém, o que resta dessa frota agora? O relatório indica que em 2024 a Ucrânia tem apenas 78 aviões de combate restantes. Esse número inclui 33 caças MiG transferidos pela Eslováquia e pela Polônia, "muitos com aviônica e armas atualizadas para equipá-los segundo os padrões da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte]".
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Apesar de provir dos antigos arsenais soviéticos de armas que foram transferidas para os antigos aliados de Moscou antes do colapso da União Soviética em 1991, essa doação ainda não provou ter tido qualquer impacto significativo. Em comparação com as 78 aeronaves prontas para combate da Ucrânia, a Rússia possui impressionantes 1.169.
O F-16 está em serviço nas forças aéreas ocidentais há 45 anos, o que o torna uma aeronave que não pode ser considerada nova.
O Politico cita o Ministério da Defesa dinamarquês dizendo que os primeiros F-16 devem chegar à Ucrânia neste verão (Hemisfério Norte) e, mesmo assim, "várias condições" terão de ser cumpridas antes que os caças possam decolar dos aeródromos ucranianos.
Enquanto isso, escreve o Politico, os soldados da Ucrânia vão continuar a ser "atacados por bombas aéreas e mísseis russos lançados do ar". O outro problema será trazer empreiteiros ocidentais altamente especializados para a Ucrânia para supervisionar o trabalho dos pilotos ucranianos recém-formados e do pessoal de terra. Pode não ser fácil e certamente não será uma operação segura ou barata.
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