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Apoio do Ocidente a Israel e falta de unidade do mundo islâmico provocou crise em Gaza, diz Erdogan

© AP Photo / Fatima ShbairMulher palestina busca abrigo em Khan Yunis, cidade destruída parcialmente pelos bombardeios israelenses, em 2 de dezembro de 2023
Mulher palestina busca abrigo em Khan Yunis, cidade destruída parcialmente pelos bombardeios israelenses, em 2 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 05.03.2024
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Quase 31 mil palestinos já morreram por conta da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, e a situação dos 2,3 milhões de habitantes é cada vez pior na região. Nas últimas semanas, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu intensificou operações no sul do enclave, até então poupada pelos ataques.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, declarou nesta terça-feira (5) que a situação dos palestinos em Gaza é reflexo do apoio do Ocidente ao Estado de Israel, principalmente por conta do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial (quando mais de 6 milhões de judeus morreram), e também da falta de solidariedade de todo o mundo islâmico.
"A maior razão para o tratamento tão corrupto e ilegal de Israel é o apoio dado ao país pelas potências ocidentais por seus pecados no Holocausto. Certamente, uma grande parcela disso é devido à falta de unidade do mundo islâmico também. O apoio decidido da Turquia ao povo palestino é evidente. Os ataques de Israel aos territórios ocupados estiveram no centro de nossa atenção em cada reunião e durante cada visita ao exterior. Trouxemos mais de 900 pacientes e seus acompanhantes para tratamento na Turquia. Nossos esforços para estabelecer um hospital de campanha em Gaza continuam", disse Erdogan.
O presidente turco também comentou o que chama de apoio "ilimitado" das principais potências do Ocidente ao governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, do qual ainda acusou de cometer genocídio contra a população palestina. As críticas ao elevado número de vítimas civis provocadas pelos bombardeios israelenses também têm sido entoadas por países do Sul Global, como o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e da Colômbia, Gustavo Petro.
Na última semana, em resposta à morte de mais de 100 pessoas pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) durante a distribuição de ajuda humanitária na região oeste de Gaza, Petro chegou a anunciar a suspensão da compra de armas pelo país sul-americano.

"Suplicando por comida, mais de 100 palestinos foram assassinados por [Benjamin] Netanyahu [primeiro-ministro de Israel]. Isso é considerado genocídio e evoca lembranças do Holocausto, mesmo que as potências mundiais relutem em reconhecê-lo. O mundo precisa condenar Netanyahu. A Colômbia suspende todas as compras de armas de Israel", disse na rede social X (antigo Twitter) à época.

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Conflito na Faixa de Gaza dura quase cinco meses

O conflito na região começou quando Israel foi alvo de um ataque de foguetes sem precedentes realizado pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. Após isso, combatentes da organização entraram nas áreas fronteiriças do sul de Israel, onde abriram fogo contra militares e civis, além de terem feito mais de 200 reféns. Segundo as autoridades israelenses, cerca de 1,2 mil pessoas morreram em Israel, incluindo civis e soldados.
Em resposta, as FDI iniciaram uma operação contra o Hamas na Faixa de Gaza. Em poucos dias, os militares israelenses assumiram o controle de todas as localidades na fronteira e começaram a realizar ataques aéreos em alvos, incluindo civis, dentro do território. Além disso, Israel anunciou um bloqueio total da Faixa de Gaza: a entrega de água, alimentos, eletricidade, medicamentos e combustível foi interrompida. Até hoje, a ajuda humanitária chega a conta-gotas.
O conflito entre israelenses e palestinos, relacionado aos interesses territoriais das partes, tem sido uma fonte de tensões e confrontos na região nas últimas décadas. A decisão da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1947 foi de estabelecer dois Estados, o de Israel e Palestina, mas apenas o lado israelense foi efetivado.
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