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UE anuncia planos de 'economia de guerra' e cita programa-piloto para versão europeia do Pentágono

© AFP 2023 / John ThysDa esquerda para a direita: a vice-presidente-executiva da Comissão Europeia para Uma Europa Preparada para a Era Digital, Margrethe Vestager; o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell; e o comissário do Mercado Interno da Comissão Europeia, Thierry Breton. Os representantes europeus dão declarações sobre "lacunas de investimento na defesa da União Europeia (UE) e medidas para resolvê-las", na sede do bloco, em Bruxelas, em 18 de maio de 2022
Da esquerda para a direita: a vice-presidente-executiva da Comissão Europeia para Uma Europa Preparada para a Era Digital, Margrethe Vestager; o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell; e o comissário do Mercado Interno da Comissão Europeia, Thierry Breton. Os representantes europeus dão declarações sobre lacunas de investimento na defesa da União Europeia (UE) e medidas para resolvê-las, na sede do bloco, em Bruxelas, em 18 de maio de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 05.03.2024
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Entre o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022, e junho do ano passado, os Estados da União Europeia (UE) gastaram mais de 100 bilhões de euros (R$ 538 bilhões) em equipamento militar — 80% fora da zona do bloco, com mais de 60% destinados apenas aos Estados Unidos, segundo a Comissão Europeia.
Em uma conferência de imprensa realizada nesta terça-feira (5), a Comissão Europeia propôs gastar 1,5 bilhão de euros (cerca de R$ 8 bilhões) para dar aos países-membros do bloco incentivos para comprarem com empresas europeias e impulsionarem a capacidade da indústria local no desenvolvimento de novas tecnologias.

"Nos últimos dois anos, enfrentamos uma situação de indústria de defesa sem capacidade de produção suficiente para satisfazer o forte aumento da procura. Fomos confrontados vividamente com a conhecida fragmentação estrutural ao longo das fronteiras nacionais", disse Margrethe Vestager, vice-presidente da comissão, a jornalistas em Bruxelas, segundo a Reuters.

Vestager reconheceu que 1,5 bilhão de euros "não é muito dinheiro quando se trata da indústria de defesa", mas disse que ainda poderia criar incentivos para fazer com que os 27 governos nacionais da União Europeia trabalhem em conjunto. Se aprovado, o pacote bilionário seria gasto entre 2025 e 2027.
A comissão disse que a UE deveria ter como objetivo adquirir pelo menos 40% de equipamentos de defesa "de forma colaborativa" até 2030 e gastar pelo menos 50% dos orçamentos de compras de defesa dentro do bloco até a mesma data.
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A instituição também propôs um programa-piloto para criar uma versão europeia do regime de vendas militares estrangeiras dos Estados Unidos, por meio do qual Washington ajuda outros governos a comprarem com empresas de armamento norte-americanas.

"Não temos um Pentágono em lugar nenhum. Não temos uma instituição que tenha uma forte capacidade de compra, que impulsione o mercado e impulsione a indústria. Mas temos que cooperar e coordenar", disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell.

A mídia afirma que a comissão propõe essa estratégia para que possa mudar a indústria de armamento europeia para o "modo de economia de guerra".

"Precisamos mudar o paradigma e passar para o modo de economia de guerra. Isso também significa que a indústria de defesa europeia deve assumir mais riscos, com o nosso apoio", disse Thierry Breton, comissário europeu do Mercado Interno.

Breton, antigo CEO de uma empresa tecnológica francesa, também disse que a possibilidade de outro mandato presidencial nos Estados Unidos para Donald Trump significa que a Europa tem de fazer mais para se proteger.
"No atual contexto geopolítico, a Europa deve assumir maior responsabilidade pela sua própria segurança, independentemente do resultado das eleições dos nossos aliados a cada quatro anos", afirmou.
O comissário também defendeu um fundo de defesa da UE de 100 bilhões de euros (R$ 538 bilhões), mas essa ideia ainda não encontrou amplo apoio entre os países-membros do bloco, relata a agência britânica.
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Ainda na conferência, as autoridades mais uma vez levantaram a perspectiva de que a UE poderia usar os lucros dos ativos russos congelados para ajudar a indústria de defesa da Ucrânia ou mesmo comprar armas para Kiev, porém os membros do bloco ainda não chegaram a um acordo sobre a forma como esses fundos deveriam ser utilizados.
Para se tornarem realidade, as propostas precisarão da aprovação dos países-membros da UE — que têm sido relutantes em ceder o poder na defesa e na política militar — e do Parlamento Europeu.
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