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Lula sobre Venezuela: 'Não podemos jogar dúvida antes das eleições acontecerem'

© Foto / Palácio do Planalto / Ricardo StuckertO presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (de costas), recebe o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, no Palácio do Planalto. Brasília, Brasil, 6 de março de 2024
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (de costas), recebe o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, no Palácio do Planalto. Brasília, Brasil, 6 de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 06.03.2024
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Na última terça-feira (5), o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que a disputa para a presidência do país vai acontecer no dia 28 de julho. O cronograma completo da disputa também foi divulgado pelo órgão, que convidou a população a participar do processo eleitoral.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi questionado durante coletiva de imprensa com o homólogo espanhol, Pedro Sánchez, nesta quarta (6), sobre a realização das eleições neste ano no país vizinho. Na última semana, durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), Lula teve um encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e disse que o país garantiu que "vai convocar todos os olheiros do mundo que quiserem assistir o processo eleitoral no país".
Além disso, Lula enfatizou que espera que o pleito seja o mais "democrático" possível. "Está convocada, tem data para inscrição dos candidatos, para fazer a campanha, está tudo marcado. A comunidade internacional tem todo o interesse em acompanhar […], e não podemos já jogar dúvida antes das eleições acontecerem, com esse discurso de prever antecipadamente que vai ter problema", afirmou.
Lula ainda disse que espera que o jornal Folha de S.Paulo, responsável pelo questionamento ao presidente, esteja no país para acompanhar o processo "não com olhos de condenação, mas de investigação, para mostrar o que aconteceu lá [na futura eleição]".
Durante as declarações, o petista ainda pontuou que foi impedido de concorrer nas eleições em 2018 e, "ao invés de ficar chorando", indicou outro candidato. Também enfatizou que perdeu o processo por três vezes e sempre aceitou a derrota, ao contrário do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que, segundo ele, não aceita o resultado de 2022.

"Espero que as pessoas que disputem a eleição não tenham o hábito do ex-presidente do Brasil de negar durante todo o processo a lisura e até ofender os eleitores que votaram nele", disse.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião bilateral com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em Kingstown. São Vicente e Granadinas, 1º de março de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 02.03.2024
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'Amigos da Venezuela' reuniu aliados e opositores

O petista ainda lembrou que acompanha o processo eleitoral na Venezuela desde os anos 2000 e que, em seu primeiro mandato como presidente brasileiro, ainda encabeçou a criação do grupo "Amigos da Venezuela" para acompanhar o processo eleitoral no país. Segundo Lula, foram reunidos aliados do então presidente, Hugo Chávez, e até rivais históricos, como o homólogo norte-americano, George W. Bush, responsabilizado pela tentativa de golpe no país.

"Era quase uma da manhã, o Fidel [Castro, ex-presidente de Cuba] bateu na porta do meu quarto para me chamar a atenção e dizer que estão entregando a Venezuela para o imperialismo. Eu falei que não estava criando um grupo de amigos do Chávez, mas da Venezuela […]. A Venezuela sabe que precisa de uma eleição altamente democrática para reconquistar o espaço de participação cidadã nos fóruns e acabar com os bloqueios norte-americanos, e quem sabe chegue até Cuba e pare com o bloqueio de 60 anos", justificou.

Já o primeiro-ministro da Espanha, ao final das declarações de Lula, se limitou a dizer que o país europeu tem defendido há muitos anos que o processo eleitoral na Venezuela tenha as garantias democráticas que o povo tanto precisa.
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