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Fusão de 'aço antigo' com novas tecnologias: como a Rússia renovou rapidamente o seu Exército
Fusão de 'aço antigo' com novas tecnologias: como a Rússia renovou rapidamente o seu Exército
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Um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA apontou para o ritmo alarmante com que os militares da Rússia foram capazes de se "reconstituir" após os... 04.04.2024, Sputnik Brasil
2024-04-04T20:21-0300
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O ritmo a que os militares russos conseguiram se rearmar e se renovar ao longo do conflito na Ucrânia surpreendeu o vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell."Avaliamos ao longo dos últimos meses que a Rússia se reconstituiu quase por inteiro militarmente depois dos reveses iniciais no campo de batalha que lhes foram causados por um grupo corajoso e resistente na Ucrânia", disse Campbell nesta quarta-feira (4) em um evento organizado pelo Centro para um Novo Século Americano, um think tank neoconservador da capital norte-americana.Campbell, além de acusar os aliados e parceiros da Rússia, especialmente a China, por ajudar Moscou em seus esforços, também criticou o atual estado do complexo militar-industrial dos EUA, sugerindo que os cortes e consolidações da década de 1990 deixaram as ambições globais de Washington vulneráveis a duras realidades.A sugestão do alto funcionário do governo dos EUA é que mais dinheiro seja investido em defesa, tanto pelos EUA quanto pelos países aliados, para lidar com questões que vão desde cadeias de abastecimento sufocadas até atrasos e estrangulamentos que "afetaram uma série de programas".O que tornou possível a rápida retomada da Rússia?A surpresa de Campbell está relacionada ao fato de ele ter levado em conta apenas a experiência do conflito ucraniano, e não toda a história recente do desenvolvimento do setor militar, de armamento e de defesa da Rússia, disse à Sputnik o veterano jornalista russo e observador militar Aleksei Borzenko.Quanto aos tanques de guerra, por exemplo, conforme apontado pelo observador, a Rússia recebeu vários blindados graças aos esforços do secretário-geral soviético Leonid Brezhnev, que, como veterano da Grande Guerra pela Pátria, instruiu a indústria de defesa a produzir grandes quantidades de tanques e veículos blindados de transporte de pessoal, herdados pela Rússia e armazenados em estado de desativação.Ao longo da operação militar especial, esses tanques antigos dos anos 1970 foram reativados e restaurados, atualizados com revestimentos mais recentes, além de equipamentos de comunicação e armamentos disponíveis, e, em seguida, enviados para o front.A crise ucraniana provou o estatuto dos tanques russos como os melhores do mundo, de acordo com Borzenko, que destacou que os blindados pesados e de alta tecnologia da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), como o Abrams e o Leopard 2, são inferiores, inclusive nas suas características de mobilidade na neve e na lama.O mesmo se aplica ao arsenal russo de bombas pesadas lançadas pelo ar das séries FAB, KAB e ODAB, que foram equipadas com um novo Módulo Universal de Planagem e Correção, transformando munições "burras" e antigas dos anos 1970 e 1980 em armas modernas lançadas a grande distância e equipadas com asas e lemes, ou seja, "inteligentes" e guiadas por satélite e por laser.Também no que diz respeito aos mísseis e às defesas antimísseis e antiaéreas, o conflito deu aos criadores da Rússia a oportunidade de testar tanto a tecnologia de mísseis existente como os projetos de armas hipersônicas — cujo desenvolvimento começou nas décadas de 1970 e 1980, e que foram implementadas no final da década de 2010, graças aos avanços eletrônicos, contra as principais capacidades de defesa antimísseis ocidentais, incluindo o Patriot.No lado defensivo, Borzenko citou o sistema de mísseis e artilharia antiaéreo Pantsir, bem como o S-300 e o S-400, como exemplos de tecnologias para as quais as potências ocidentais não têm um verdadeiro análogo.Na verdade, diz Borzenko, o argumento de Kurt Campbell de que os militares russos "se recuperaram" ao longo da operação militar especial "não é inteiramente correto", uma vez que os militares russos são "mais fortes do que realmente pensa [o Ocidente]". É impossível "mostrar tudo" na Ucrânia, onde nem todas as capacidades da Rússia foram mobilizadas — sendo exemplos disso armas hipersônicas estratégicas e submarinos que disparam mísseis nucleares.A nova defesa aérea e antimísseis S-500 e a sua capacidade de defesa contra meios implantados no espaço são outra ilustração, segundo o jornalista, sendo o sistema capaz de destruir até satélites inimigos — mas, da mesma forma, não foi implantado na guerra por procuração ucraniana até a data atual.Suposições equivocadasO problema para as autoridades em Washington é a sua suposição, no início do conflito, de que a Rússia "esgotaria muito rapidamente o seu complexo industrial de defesa e o orçamento em geral graças à introdução de sanções rigorosas", diz Aleksei Leonkov, especialista militar veterano baseado em Moscou.Na realidade, conforme explicou Leonkov à Sputnik, a Rússia se preparava antecipadamente através da modernização parcial da sua indústria de defesa, incluindo a introdução de novas linhas automáticas de produção e montagem, e foi capaz de criar novos tipos de equipamento tendo em conta a experiência adquirida durante o conflito sírio.Além disso, o especialista destacou que o governo russo formou uma comissão especial de defesa destinada a reduzir a burocracia para resolver problemas urgentes relacionados à produção de armas e equipamento militar, com os drones servindo como um exemplo importante de um campo onde a Rússia tradicionalmente ficou atrás do Ocidente, mas conseguiu se recuperar rapidamente graças a mudanças oportunas na política.Segundo o especialista, "as empresas do complexo militar-industrial passaram a trabalhar em três turnos, assim como os escritórios de projetos, tratando de questões relacionadas à modernização de equipamentos e à introdução de novos modelos no campo de batalha".O setor de defesa da Rússia fez avanços drásticos em defesas aéreas, guerra eletrônica, sistemas de contrabateria, novos sistemas de lançamento múltiplo de foguetes e equipamentos táticos, como drones FPV, que, juntamente com os drones vagantes e de reconhecimento de nível militar, surgiram praticamente do zero, de acordo com o especialista.Apontando para o trabalho que ainda precisa ser feito, Leonkov observou que o setor de defesa da Rússia "ainda não encontrou uma solução para a luta contra os barcos não tripulados e ainda está resolvendo o problema de bloquear completamente a penetração de drones do tipo aeronave de longo alcance […] para fins de bombardeio terrorista. O trabalho continua", finalizou.
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O ritmo a que os militares russos conseguiram se rearmar e se renovar ao longo do
conflito na Ucrânia surpreendeu o vice-secretário de Estado dos EUA, Kurt Campbell.
"Avaliamos ao longo dos últimos meses que a Rússia se reconstituiu quase por inteiro militarmente depois dos reveses iniciais no campo de batalha que lhes foram causados por um grupo corajoso e resistente na Ucrânia", disse Campbell nesta quarta-feira (4) em um evento organizado pelo Centro para um Novo Século Americano, um think tank neoconservador da capital norte-americana.
"A Rússia reformulou-se e agora representa uma ameaça para a Ucrânia, uma vez que lutamos para obter o suplemento, mas não apenas para a Ucrânia", completou o vice-secretário.
Campbell, além de acusar os aliados e parceiros da Rússia, especialmente a China, por ajudar Moscou em seus esforços, também criticou o atual estado do complexo militar-industrial dos EUA, sugerindo que os cortes e consolidações da década de 1990 deixaram as ambições globais de Washington vulneráveis a duras realidades.
"[…] o que vimos é que as exigências urgentes de segurança na Europa e no Indo-Pacífico demandam uma capacidade muito mais rápida de entregar tanto ordenanças como outras capacidades. Enfrentamos desafios associados à entrega até mesmo do equipamento mais básico, necessário para apoiar as circunstâncias na Ucrânia, mas também para garantir que os estoques de defesa norte-americanos sejam mantidos inteiros."
A sugestão do alto funcionário do governo dos EUA é que mais dinheiro seja investido em defesa, tanto pelos EUA quanto pelos países aliados, para lidar com questões que vão desde cadeias de abastecimento sufocadas até atrasos e estrangulamentos que "afetaram uma série de programas".
O que tornou possível a rápida retomada da Rússia?
A surpresa de Campbell está relacionada ao fato de ele ter levado em conta apenas a experiência do conflito ucraniano, e não toda a história recente do desenvolvimento do setor militar, de armamento e de
defesa da Rússia, disse à Sputnik o veterano jornalista russo e observador militar
Aleksei Borzenko.
"Tínhamos um Exército muito forte durante o período soviético. Foi criado um grande número de desenvolvimentos, mas não foram desenvolvidos na década de 1990, quando acreditávamos que não teríamos que lutar contra ninguém, quando pensávamos que o Ocidente era nosso amigo e que as armas ocidentais não seriam usadas contra nós."
Quanto aos tanques de guerra, por exemplo, conforme apontado pelo observador, a Rússia recebeu vários blindados graças aos esforços do secretário-geral soviético Leonid Brezhnev, que, como veterano da Grande Guerra pela Pátria, instruiu a indústria de defesa a produzir grandes quantidades de tanques e veículos blindados de transporte de pessoal, herdados pela Rússia e armazenados em estado de desativação.
Ao longo da operação militar especial, esses tanques antigos dos anos 1970 foram reativados e restaurados, atualizados com revestimentos mais recentes, além de equipamentos de comunicação e armamentos disponíveis, e, em seguida,
enviados para o front.
"Quando se trata de produzir novos tanques, também temos certas reservas de MBTs [carros de combate] modernos", acrescentou Borzenko, apontando exemplos como o T-80 e o T-90, e a "fusão do pensamento científico dos anos 1970 e 1980 […] com a eletrônica moderna e modificações para as atuais condições de guerra."
A crise ucraniana provou o estatuto dos tanques russos como os melhores do mundo, de acordo com Borzenko, que destacou que os blindados pesados e de alta tecnologia da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), como o Abrams e o Leopard 2, são inferiores, inclusive nas suas características de mobilidade na neve e na lama.
"Sistemas de proteção de tanques estão sendo criados, sistemas de guerra eletrônica estão sendo criados, sistemas de rastreamento por satélite estão sendo criados. Você pode ver que muitos satélites militares foram lançados recentemente", disse Borzenko.
O mesmo se aplica ao arsenal russo de bombas pesadas lançadas pelo ar das séries FAB, KAB e ODAB, que foram equipadas com um novo Módulo Universal de Planagem e Correção, transformando munições "burras" e antigas dos anos 1970 e 1980 em armas modernas lançadas a grande distância e equipadas com asas e lemes, ou seja, "inteligentes" e guiadas por satélite e por laser.
"Aplicamos novas tecnologias que, na verdade, se fundiram com tecnologias antigas", explicou Borzenko.
Também no que diz respeito aos mísseis e às defesas antimísseis e antiaéreas, o conflito deu aos criadores da Rússia a oportunidade de testar tanto a tecnologia de mísseis existente como os projetos de armas hipersônicas — cujo desenvolvimento começou nas décadas de 1970 e 1980, e que foram implementadas no final da década de 2010, graças aos avanços eletrônicos, contra as principais capacidades de defesa antimísseis ocidentais, incluindo o Patriot.
No lado defensivo, Borzenko citou o sistema de mísseis e artilharia antiaéreo Pantsir, bem como o S-300 e o S-400, como exemplos de tecnologias para as quais as potências ocidentais não têm um verdadeiro análogo.
Na verdade, diz Borzenko, o argumento de Kurt Campbell de que os militares russos "se recuperaram" ao longo da operação militar especial "não é inteiramente correto", uma vez que os militares russos são "mais fortes do que realmente pensa [o Ocidente]". É impossível "mostrar tudo" na Ucrânia, onde nem todas as capacidades da Rússia foram mobilizadas — sendo exemplos disso armas hipersônicas estratégicas e submarinos que disparam mísseis nucleares.
"Os mísseis hipersônicos fecharam efetivamente a porta para as tecnologias por trás dos porta-aviões americanos. Ou seja, em um determinado momento é possível simplesmente destruir todos eles, se necessário, com esses mísseis. O rumo científico do desenvolvimento de grupos de porta-aviões tornou-se um beco sem saída com o advento dos mísseis hipersônicos que temos hoje", explicou o observador.
A nova defesa aérea e antimísseis S-500 e a sua capacidade de defesa contra meios implantados no espaço são outra ilustração, segundo o jornalista, sendo o sistema capaz de destruir até satélites inimigos — mas, da mesma forma, não foi implantado na guerra por procuração ucraniana até a data atual.
O problema para as autoridades em Washington é a sua suposição, no início do conflito, de que a Rússia "esgotaria muito rapidamente o seu complexo industrial de defesa e o orçamento em geral graças à introdução de sanções rigorosas", diz Aleksei Leonkov, especialista militar veterano baseado em Moscou.
Na realidade, conforme explicou Leonkov à Sputnik, a Rússia se preparava antecipadamente através da modernização parcial da sua indústria de defesa, incluindo a introdução de novas linhas automáticas de produção e montagem, e foi capaz de criar novos tipos de equipamento tendo em conta a experiência adquirida durante o conflito sírio.
"Portanto, quando o Ocidente nos pressionou com todo o seu poderio econômico e começou a estragar a nossa cooperação técnico-militar, pensando que isso atingiria muito duramente o nosso complexo industrial de defesa, calculou mal. Não só resistimos a esta política de sanções, como fomos capazes de mobilizar e aumentar a produção, com o complexo industrial de defesa colocado em pé de guerra no verão de 2022", salientou Leonkov.
Além disso, o especialista destacou que o governo russo formou uma comissão especial de defesa destinada a reduzir a burocracia para resolver problemas urgentes relacionados à produção de armas e equipamento militar, com os drones servindo como um exemplo importante de um campo onde a Rússia tradicionalmente ficou atrás do Ocidente, mas conseguiu se recuperar rapidamente graças a mudanças oportunas na política.
"Antes da operação militar especial não tínhamos tantos drones — cerca de mil peças. Agora, mil unidades é aproximadamente o consumo padrão por mês, e isso contando apenas drones grandes, não pequenos quadricópteros", disse Leonkov.
Segundo o especialista, "as empresas do
complexo militar-industrial passaram a trabalhar em três turnos, assim como os escritórios de projetos, tratando de questões relacionadas à modernização de equipamentos e à introdução de novos modelos no campo de batalha".
"Este é um trabalho que acabou por quebrar a máquina militar dos países da OTAN, que pensaram que poderiam nos matar de fome e minar todo o nosso setor econômico, militar, empresarial e industrial graças às sanções. Vencemos essas batalhas invisíveis, e é o Ocidente que agora tem problemas com a produção de equipamento militar e armas", completou Leonkov.
O setor de defesa da Rússia fez avanços drásticos em defesas aéreas, guerra eletrônica, sistemas de contrabateria, novos sistemas de lançamento múltiplo de foguetes e equipamentos táticos, como drones FPV, que, juntamente com os drones vagantes e de reconhecimento de nível militar, surgiram praticamente do zero, de acordo com o especialista.
Apontando para o trabalho que ainda precisa ser feito, Leonkov observou que o setor de defesa da Rússia "ainda não encontrou uma solução para a luta contra os barcos não tripulados e ainda está resolvendo o problema de bloquear completamente a penetração de drones do tipo aeronave de longo alcance […] para fins de bombardeio terrorista. O trabalho continua", finalizou.
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