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Lula atribui ameaças de Musk a crescimento do 'extremismo de direita' no Brasil

© Palácio do Planalto / Ricardo StuckertO presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento de lançamento do programa para reduzir o desmatamento na Amazônia. Brasília (DF), 9 de abril de 2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante evento de lançamento do programa para reduzir o desmatamento na Amazônia. Brasília (DF), 9 de abril de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 10.04.2024
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Em mais uma crítica às ameaças do dono da rede social X, Elon Musk, contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva atribuiu a situação ao avanço do "extremismo de direita" no Brasil. O comentário do presidente foi feito durante evento do Minha Casa, Minha Vida, hoje (10).

"O crescimento do extremismo de direita que se dá o luxo de permitir que o empresário norte-americano [Musk é sul-africano], que nunca produziu um pé de capim neste país, ouse falar mal da Corte brasileira, dos ministros brasileiros, do povo brasileiro", disse.

Lula ainda instou os brasileiros a combaterem a "xenofobia do extremismo" e lutarem pela manutenção da democracia no país. "Nós temos uma coisa muito séria neste país e no mundo, que é se a gente quer viver em um regime democrático ou não quer viver em um regime democrático, se a gente vai permitir que o mundo viva a xenofobia do extremismo."
Na última terça-feira (9), sem citar nominalmente o empresário, o presidente brasileiro declarou que "bilionário tentando fazer foguete" vai ter que "usar muito do dinheiro que tem para ajudar a preservar" o planeta Terra.

"Hoje nós temos gente que não acredita que o desmatamento e as queimadas prejudicam o planeta Terra. E muita gente não leva a sério o que significa a manutenção das florestas para a manutenção da qualidade de vida nesta casa enorme, que é o nosso planeta, e que a gente não tem para onde fugir. Tem até bilionário tentando fazer foguete, tentando fazer viagem para ver se encontra algum espaço lá fora; não tem. Ele vai ter que aprender a viver aqui, ele vai ter que usar muito do dinheiro que ele tem para ajudar a preservar isso aqui, a melhorar a vida das pessoas", afirmou.

Elon Musk durante entrevista na Cracóvia. Polônia, 22 de janeiro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 10.04.2024
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Musk passou a ser investigado no Brasil

O bilionário Elon Musk ainda teve o nome incluído entre os investigados no inquérito das milícias digitais após ameaçar que a rede social X não cumpriria uma decisão do STF para suspender contas de perfis que propagavam "ideias antidemocráticas que atentam contra o Estado democrático brasileiro".
Moraes ainda determinou multa diária de R$ 100 mil por perfil caso a plataforma não cumpra qualquer ordem judicial. Conforme a decisão, a medida se justifica pela "dolosa instrumentalização criminosa" da rede, em conexão com os fatos investigados nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.
O texto enfatizou ainda que é inaceitável que qualquer dos representantes dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada "desconheçam a instrumentalização criminosa que vem sendo realizada pelas denominadas milicias digitais, na divulgação, propagação, organização e ampliação de inúmeras práticas ilícitas […], especialmente no gravíssimo atentado ao Estado Democrático de Direito".
Paulo Gonet - Sputnik Brasil, 1920, 09.04.2024
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Representantes da rede social X no Brasil devem ser ouvidos sobre declarações de Musk, defende PGR

X pediu que sede nos EUA respondesse por eventuais processos

Um outro pedido de representantes da plataforma no Brasil para que apenas a sede nos Estados Unidos respondesse a eventuais processos por conta das declarações do proprietário também foi negado por Moraes.

"A empresa requerente busca uma verdadeira cláusula de imunidade jurisdicional, para a qual não há qualquer previsão na ordem jurídica nacional. O fato de que uma das chamadas operadoras internacionais compõe o seu quadro social sugere um abuso da personalidade jurídica, pois poderia optar por não atender às determinações da Justiça brasileira sem sofrer qualquer consequência, encoberta por sua representante no Brasil", afirmou o ministro em sua decisão.

Já o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu a convocação dos representantes da X no Brasil no inquérito que investiga o empresário sul-africano.
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